Fanfic: Minha escola
Como posso saber que rumo vou tomar? O melhor que emprego vou encontrar daqui para frente? Nada fácil. Me encontro perdida em meio a todos esses anúncios no jornal, empregada doméstica... Passo. Serviços Gerais... Passo. Passeadora de cães... Passo, apesar de amar loucamente cachorros não me daria muito bem com 10 ao mesmo tempo. Vendedora de roupa.. Acho que poderia ser uma boa!
- Catarina! Decidiu? Já faz 7 dias que você me fala que está a procura de um emprego e ainda não viu nada que fosse interessante. Lembre-se irmã, tempo é ouro e não volta atrás... - Melissa como sempre estava radianta, seu cabelo loiro cobria boa parte da suas costas com cachos no final, era um loiro bem vivo não daqueles platinados, e todos pensavam que ela pintava. Mas nossa renda não daria para o luxo de se estar pintando e cuidando do cabelo frequentemente. Devíamos apenas agradecer por Deus nos ter presenteado com cabelos tão bons. Os seus olhos azuis, passavam uma ternura inexplicável ela tinha seus 1,67 bem `tonificados` vamos assim dizer. Depois de tanto tempo trabalhando como empregada doméstica, Melissa finalmente arranjou uma vaga em um emprego em que ela gostava, e fazendo o melhor que ela fazia: cozinhar.
- Eu sei irmã.. Eu sei. Olha tem essa vaga aqui de vendedora. Pode ser que não me aceitem por conta da idade. Mas não custa nada tentar né? Assim que você sair, vou me arrumar. - Ela estava preparando seu café para ir tomando durante o trajeto.. Nós moravamos um pouco distante do seu trabalho. Do brooklyn para o Upper East Side era cerca de uma hora de metrô todos os dias.
- Acho que seria uma boa oportunidade. Você sabe que deve tentar. Eu preciso ir, vejo você a noite e tranque tudo por favor. Tome cuidado. Me ligue para contar como foi. - Ela me deu um beijo na testa, pegou seu casaco e saiu apressada.
Melissa sempre teve esse cuidado de mãe. Desde que nos encontramos sozinhas, por conta do acidente dos nossos pais ela tomou as rédeas de tudo. Aos 26 anos minha irmã, era uma mãe e pai, sustentava a casa e nunca reclamava. Pelo contrário ela sempre me mostrava um amor imenso e inexplicável... Me sentia egoísta tantas vezes de vê-la sofrer trabalhando tanto para sustentar o apartamento que nossos pais deixaram. Era pequeno, três quartos minúsculos. Uma cozinha dividida com a sala. Mas era a nossa casa nosso refúgio.
Vamos lá, Cat! Está na hora... O endereço da loja ficava no Upper East na 5th Avenue. Acho que daria para chegar lá sem me perder. Melissa raramente me deixava sair de casa, geralmente era da escola para casa, e fazer algumas coisas que ela pedia. Mas vamos lá, isso não é um bixo de sete cabeças. Me levante da bancada da nossa cozinha, deixei a minh xícara de café com leite na pia. E fui para o quarto... Pensando nas opções que eu tinha.
Oh shit. As entrevistas iam começar as 9:30 já era 10:40 eu estava totalmente atrasada. Lutando contra o vento frio que parecia mais facas se enfiando em meu rosto, eu queria apenas ter chegado cedo para aproveitar a visão do parque. Mas estava tão atrasada que deixaria para depois. Corri, até o endereço que tinha no anúncio e 5th Avenue, 995. Um hotel? Sério? Entrei nele com um certo receio e fui a recepção.
- Olá! Estou aqui porque no jornal havia um anúncio para a entrevista de emprego de vendedora de lojas. Sei que estou um pouco atrasada... - Olhei para o crachá do homem, ele era bastante bonito, mas Melissa sempre me disse. Chame as pessoas pelo nome, sempre. Elas gostam e vai criar um laço sem que eles percebam. - Josh. Mas se puder me ajudar ficaria bastante agradecida.
- É... As entrevistas se encerraram... Mas elas estão em uma fase de treinamento para o teste que vai ter hoje para qualificar as que ficaram para um estágio de aprovação... Está no início ainda. Se você quiser, posso te colocar lá. - Eu quase explodi de felicidade e quando abri meus braços para dá um abraço. Quando minha bolsa tora a alça e bate em algo. Deus por favor. Que tenha sido em uma pilastra.
- O que diabos foi isso? Quem é essa louca? Chame o segurança para retirar ela daqui. Deve ser mais uma daquelas prostitutas bêbadas que insistem em ficar na recepção. - Gelei quando ouvi a voz, grossa e firma. Que ao mesmo tempo falava tantas palavras que me machucavam. Senti algo queimar na minha garganta. Olhei para Josh, e mordi meu lábio inferior tentando segurar o choro. Baixei minha cabeça e olhei para o chão, e vi minha bolsa e todos os meus pertences espalhados. Carteira, papéis, minha câmera polaroid, que mesmo tão velha jamais me abandonava. Me ajoelhei no mesmo momento, pegando minha bolsa pela alça ainda inteira. E fui colocando as coisas lá dentro.
- Me desculpe. Ele sempre é assim... Mal humorado. Você vai ter que sair. Ele é o dono do hotel. E ele nunca, nunca se esquece do rosto de uma pessoa que o irritou. Me desculpe, queria te ajudar. - Levantei minha mão, respirei fundo. - Não precisa Josh. Obrigada por tentar me ajudar. Tenha um bom dia. - Me levantei, ergui minha cabeça, e sai com um pouco da dignidade que tinha.
No momento que sai de lá, não controlei. As lágrimas surgiam pelos meus olhos, e escorriam por todo rosto tinha certeza que agora parecia uma bela panda. Sem dúvidas, enquanto tentava enxugar o meu rosto, passeava ao redor do hotel. E via algumas lanchonetes por perto, até que achei uma padaria. Tão diferente, mesinhas do lado de fora, balcão dentro. Funcionava como uma lanchonete também. Me aproximei, e vi que tinha um cartaz sobre vagas de garçonete. Podia tentar não é?
Autor(a): isabellerif
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