Fanfic: Você Me Bagunça (Lésbica) | Tema: Intrigas, Paixões, ciúmes, Confusão, Bissexualidade etc..

Eu estava andando pela praia, sentido os primeiros pingos de chuva caírem contra mim, se misturando com as lágrimas. Como ela podia ter feito isso, ela me traiu.

Não, ela não me traiu, porque como ela disse “Nós não temos nada”. Eu que me iludi, achei que ela gostava de mim, mas não, ela só me usou como um brinquedo, e ainda disse que não gostou.

- A Roberta, você foi muito idiota. Você é muito idiota. Enquanto chora em baixo da chuva que começa a cair, ela deve estar bebendo e rindo da sua cara – falei pra mim mesma.

Ri com a situação, não ri por achar graça, ri por desgosto de mim mesma, ri de mim por ser tão idiota, ri pra tentar conter as lágrimas e afastar a tristeza. Mas não adiantou.

Sentei na areia, abracei os joelhos, e fiquei olhando o mar, as ondas batendo na areia, nos meus pés.

Eu lembrava e relembrava de todos os momentos em que ela parecia minha, dizia ser minha, eu como eu me sentia bem, feliz ao lado dela. Eu amava aquela cretina. Sim ela era uma cretina, ela brincou comigo. E eu ainda pensava em como a gente ria e brincava juntas, nos beijo e abraços. O fime em minha mente tomou a parte que eu torcia para que fosse um pesadelo. A voz daquele garoto no celular “ a gente ficou lembra?”. Chorei, solucei. Levantei, chutando areia eu gritava.

- Cretina! Natasha sua vaca! – eu gritava, chutava as ondas, a areia – Eu te odeio!

Me joguei no chão, deitei. Sentindo as gotas de chuva molhando meu corpo, eu olhava pro céu, lembrando cada momento.

- Te odeio! – sussurrei para que o vento levasse a ela essas palavras.

Fiquei ali alguns minutos. Finalmente levantei, e me dei conta de que não fazia ideia de onde eu estava, olhei para os lados. Estava perdida.

- Legal, era só o que faltava. – falei pra mim mesma.

- Falando sozinha? – ouvi alguém falar atrás de mim.

Reconheci garota que me olhava sorrindo, era a prima de Fernanda. Sorri de volta. Não que eu estivesse feliz em vela, não estava. Mas ela sabia onde estávamos e onde ficava a casa.

- Ah sim, não sei voltar – falei vendo ela se aproximar.

- Vem comigo, eu tava indo até vocês pra beber – riu – vamos juntas.

- Pra lá? – a olhei, só agora reparei o quanto ela era bonita, com blusa branca molhada, decotada, um pecado. – Não, não tem outro lugar? – lhe sorri desejando estar só novamente.

- Tem, claro que sim... – riu – você devia estar com elas... deve ter acontecido alguma coisa – falou esperando que eu disse o que.

- Vamos pra esse outro lugar ai então? – perguntei

- Ta bom, vamos pra um barzinho aqui perto. Eles não pedem identidade – piscou –  vou avisar as meninas.

Ela pegou o celular e ligou pra Feh, antes que ela falasse alguma coisa, eu pedi.

- Não fala que está comigo, ok?! – ela apenas concordou com a cabeça.

 Eu lembrei que seria obrigada a ficar quase uma semana tendo que encarar todos os dias a cretina da Natasha. Fiquei com raiva, lembrei dela. Segurei as lágrimas. Algumas caíram, mas acho que a prima da Fernanda, cuja não me lembrava o nome, tenha percebido, pela chuva que caia e se misturava.

- Bom elas nem ligaram, não me pediram pra ir – falou fechando a cara – a Fernanda nem ligou pra mim!

Apenas ri, que birra. Fomos caminhando em silencio por um tempo, cerca de 5 minutos e estávamos de frente a um barzinho cheio de gente bebendo e se pegando.

E novamente, adivinha? Me lembrei de Natasha.

- Vamos beber alguma coisa. – falei

- E você aproveita e me conta o que aconteceu – falou.

Ignorei, seguimos até o balcão e pedimos algumas bebidas, estávamos lá a cerca de meia hora, eu já estava meio bêbada, nem sabia mais o que estava falando, até perceber a cara de surpresa no rosto da garota que ainda não lembro o nome, ela podia me falar, não é? Não quero ter que perguntar, fica chato.

- Vocês? Não acredito! – bebeu uma dose de nem sei o que – me conta tudo!

O que eu tinha falado? Já não sei, acho que acabei falando de Natasha. Okay, eu sei nada haver, mas saiu... na verdade não sei se falei, mas a garota me chaqualhava.

- Vocês estavam namorando? – perguntou com um sorriso irritante.

- Não, ela disse que não tínhamos nada – falei sorvendo mais um pouco de uma bebida que chamavam de “mix” não sei o que vinha nela, aqui.

- Nossa, ela sempre pareceu tão certinha – ela falava, não resisti a rir com essa frase – e além de bi ainda te traiu.

Fechei a cara.

- Não quero falar disso.

- Sempre tive curiosidade em ficar com mulheres... – ela falou, me olhando, sorrindo.

Lhe sorri de volta, voltei a beber, fingi não entender.