Fanfics Brasil - 43 Céu sem Estrelas (FINALIZADA)

Fanfic: Céu sem Estrelas (FINALIZADA) | Tema: AyA


Capítulo: 43

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Os dias de Annie começavam cedo, pois ela estava habituada a levantar-se ao alvorecer.
Diariamente, costumava tomar primeiro um banho de chuveiro, depois vestir seu uniforme
branco, prendia a touca e calçava seus sapatos de salto baixo, antes de deslizar para o quarto
de Alfonso a fim de verificar se ele ainda dormia. Em algumas manhãs, o encontrava ainda
estendido em meio às cobertas revoltas, que eram o sinal de que tivera um sono agitado. Em
outras, já o encontrava desperto, recostado na cama, fumando uma de suas cigarrilhas
prediletas. O fato de conseguir acender sozinho a cigarrilha provava que ele estava com boa
coordenação motora. Era um tênue fio de esperança a que Annie se agarrava, mas, no
momento, não o obrigava a esforçar-se muito, limitando-se a acompanhá-lo pela casa para
fazer o reconhecimento dos cômodos pelo tato.
Ele precisava aprender a usar seus outros sentidos, de forma que nunca se sentisse perdido,
sendo capaz de movimentar-se pelos corredores e pelas escadas confiantemente. Annie estava
feliz por ele ter se interessado Por aquele “jogo`“ — era assim que o chamava — e por já estar
quase dominando todo o andar térreo.
A família e os empregados já estavam acostumados a ver aquela dupla. Patrulhando a casa,
com Alfonso andando atrás de Annie, usando as mãos para memorizar as saliências, as
reentrâncias, os ângulos e os objetos. Ele Podia até enganar um estranho que o visse
circulando, pois qualquer um meditaria que estava enxergando.
Ainda havia muitos empecilhos que Annie combatia. Alfonso ainda estava sujeito a cair em
profundas depressões; ainda tinha crises que o levavam a beber em demasia e a responder
com agressividade todas as vezes que ela tentava convencê-lo que aquilo lhe fazia mais mal do
que bem.
— Ora, vá para o inferno, Annie, e não me aborreça com seus sermões. — Ele se revoltava,
sem esbravejar, mas com um timbre de voz tão debochado que era pior do que se gritasse.
Ela tentava deixar as garrafas de bebida fora de seu alcance, mas Alfonso sempre dava um
jeito de conseguir uma e Annie suspeitou de que era Belinda quem lhe dava o conhaque
espanhol que ele tanto apreciava. O “fogo líquido”, como ele o chamava.
Annie pensou em relatar suas suspeitas a don Carlos, mas não tinha temperamento para isso
e, além do mais, não queria que o pai de Alfonso pensasse que ela não estava conseguindo
controlar a situação. Sua esperança era que Alfonso bebesse menos, logo que descobrisse que
estava fazendo progressos e que aprendesse a combater os medos e frustrações de seu
mundo de trevas.
Naquela manhã, Annie ligou o rádio e o deixou tocando baixinho, enquanto se preparava para
enfrentar o novo dia. Em seu estilo inimitável, Ray Charles estava cantando never stop
loving you, e a canção encheu o coração de Annie de tristeza. “Nunca vou deixar de amar
você”, ela repetiu mentalmente.
Com o pente na mão, ficou olhando o céu azul, sem nuvens, e o mar coalhado dos pequenos
reflexos dourados de sol. A música terminou e ela deu um suspiro. Às vezes, a letra de uma
canção popular podia emocioná-la tanto quanto uma obra-prima da música erudita. Refletiu
que a vida real não era muito diferente dos melodramas. A prova é que ela estava ali, na
mansão de um fidalgo espanhol, amando e cuidando de um soldado cego que poderia estar
condenado à morte. Daria para escrever uma ópera!
Quando falara com o dr. Romaldo para pedir instruções a respeito de Alfonso, perguntara se
ele tinha chances de recuperação. O médico espanhol abrira os braços, num gesto de
desalento e dúvida.
— Quem pode saber? Achei melhor não alimentar esperanças em don Carlos. Alfonso ainda
conserva dentro do crânio partículas de metal infiltradas, que uma nova operação para
retirá-las não seria recomendavel. O cirurgião previu que ele poderá ter uns seis meses de vida
normal, para a natureza, com suas reações inesperadas, pode prolongar esse prazo por
só Deus sabe. Alfonso tem fuerza. Puxou ao pai. Mas o que ele precisa, mais do que tudo,
é desejar enfrentar este mundo que ele não pode mais ver.



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Autor(a): Lari AyA

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0 mar lá fora parecia uma pintura de Tumer, pensou Annie. Alfonso poderia sentir o cheiro damaresia, poderia ouvir os gritos estridentes das aves marinhas em busca de peixes, mas nuncaseus olhos conseguiriam ver a beleza daquela paisagem. Só teria vagas lembranças da praia,talvez incluindo a figura desajeitada de uma adolescente de dezesseis anos, de lon ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 88



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  • daninha_ponny Postado em 09/06/2014 - 17:20:04

    ami ami amei é só o que a dizer :-)

  • franmarmentini Postado em 09/02/2014 - 17:38:32

    amei a web!!!!!!!!!!!!! de mais pena que no final foi muito rápido :( e que não tem continuação...fazer o q né kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mesmo assim amei a web!!! vou sentir saudades dela!!!! bjus :)

  • belle_doll Postado em 08/02/2014 - 02:45:55

    Cadê? Estou curiosa para saber o final!

  • belle_doll Postado em 06/02/2014 - 22:56:56

    Será que o desejo do Poncho vai ser realizar? Ele nunca quis viver desse jeito! NO NO NO. Deus o livre se mais alguma coisa ruim acontecer. Posta mais!

  • mahvondy Postado em 05/02/2014 - 20:50:22

    Posta logo o final !!! To louca pra saber o que vai acontecer

  • belle_doll Postado em 05/02/2014 - 15:52:32

    Fico agoniada quando eles negam o próprio sentimento por serem orgulhosos! Anahí deveria mandar o Christopher pastar de uma vez. Não sei porque ficar se enganando desse jeito. E o Poncho deveria parar de ser cabeça dura.

  • belle_doll Postado em 05/02/2014 - 15:49:06

    Ai, Que aflição!

  • steph_maria Postado em 05/02/2014 - 12:55:36

    Essa web é tãoo linda não vejo a hora de ver o final *--*

  • franmarmentini Postado em 05/02/2014 - 10:33:18

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  • franmarmentini Postado em 05/02/2014 - 10:33:05

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