Fanfic: Céu sem Estrelas (FINALIZADA) | Tema: AyA
Quando Alfonso preferia ficar sozinho no jardim de inverno, fumando e meditando, ela
perambulava por conta própria e, certa vez, aventurou-se a subir na torre de vigia onde o
guarda encarregado da vigia estava gozando sua siesta em vez de zelar pela casa. Parecia
improvável que naquele clima de paz e tranqüilidade de Bayaltar, alguém pudesse fazer algum
mal à família do governador, mas Alfonso era a prova viva dos perigos a que estava exposto o
povo basco, onde um bando de fanáticos apelava para a violência, indiscriminadamente, a fim
de balançar o poder
Às vezes, Alfonso falava no assunto e Annie não tentava impedi-lo e ficava ouvindo, aliviada
por ele não poder ver o efeito que aquele tipo de conversa causava nela. Ele descrevia cenas
de sangue e dor como a daquele jovem soldado que morrera pronunciando o nome da mulher
amada. A esposa, conforme contara Alfonso, estava prestes a ter um bebê.
— Quer pôr um pouco mais de café na xícara? — Aquele pedido quebrou o fio de seus
pensamentos. — Annie, você ainda está aí?
— Estava pensando na vida.
Ela despejou mais café para ambos e adicionou creme ao seu. Alfonso gostava de café forte e
puro
— Estava pensando em Christian Chavez? Ele não era soldado, era jornalista. Estava tentando
conseguir material para a sua coluna de notícias quando foi ferido. Foi levado para o hospital
porque era o mais próximo e com condições para tratar desse tipo de acidente. O que ele vai
ter que padecer para reajustar-se é de dar pena.
— É casado?
— É viúvo. Acho que isso o levou ao campo de batalha. Só falou na mulher uma vez, mas pude
notar que ainda não estava conformado com a morte dela. Ele a levou numa dessas viagens
em busca de notícias. Era a primeira vez que viajavam juntos. Ela foi atropelada por uma
motocicleta, quando atravessava uma rua. Ficou em estado de coma por sete semanas
Tentaram de tudo para salvá-la. Antes de morrer, Christian ainda conversou com ela. Estavam
casados há somente três meses.
— Pobre homem! — Annie sentiu um calafrio percorrê-la. — Teve uma dose bem grande de
sofrimento!
— Realmente. Parece que a bondade tem um preço que, às vezes, é a própria crucificação.
Conversei isso com meu pai, mas acabamos discutindo. Ele é um espanhol católico até os
ossos.
— E você não é, Alfonso?
— Em alguns sentidos pode ser que eu seja. Você, que é enfermeira, deve ter notado que o
sofrimento atinge muito mais os bons do que os maus. Nunca se perguntou o porquê?
— Sim. Talvez seja uma espécie de provação. Minha própria… tia era uma criatura muito
bondosa, mas sua vida foi uma trabalheira sem fim, repleta de amarguras que acabaram com
ela. Talvez o egoísmo seja um escudo protetor que os altruístas não sabem usar. Mas mesmo
assim, eu não gostaria de ser egoísta. E você?
Alfonso pegou um biscoito, mas em vez de comê-lo partiu-o em
pedacinhos.
— Quando fico sentado no jardim de inverno, penso em muitas coisas. À cegueira cria uma
espécie de tela mental, onde as imagens e as lembranças se sobrepõem, uma após a outra, e
eu fico pensando o que leva as pessoas a seguirem certos caminhos que, às vezes, as
conduzem à morte. Faz parte da natureza humana ser capaz de planejar e levar adiante seus
planos. Acho que as pessoas deviam pressentir o futuro que as
espera.
Alfonso suspirou e seus olhos a procuraram numa escuridão onde Annie não tinha rosto ou
forma, era apenas uma voz que ele ouvia, ou a mão que ocasionalmente ele apertava.
— Se eu tivesse aceito o trabalho no escritório de advocacia de meu tio, não estaria, a esta
hora, me sentindo em frente de um paredão sem portas, como que encurralado. Eu poderia
encontrar uma saída para um jardim florido, por exemplo, onde alguém estivesse à minha
espera.
— Você pode cheirar e tocar as flores, Alfonso. Dê-me a sua mão.
Na mão espalmada, Annie depositou o botão de rosa que o pai dele
mandara para ela.
— Sua rosa? — Ele levou a flor ao nariz e aspirou-lhe o perfume. Como você disse, posso
sentir o aveludado das pétalas e o aroma inconfundível da rosa. Mas, para mim, esta flor
continua sendo uma rosa negra.
Aquelas palavras ficaram ressoando na mente de Annie, enquanto ela se vestia para ir com
Alfonso até a cidade, ao encontro do correspondente de guerra com quem ele fizera amizade
no hospital.
Comentem sobre os capitulos postados.
Autor(a): Lari AyA
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Querida leitoras, desculpa não ter postado por esses dias, estive e ainda estou muito ocupada, não tenho tempo pra nada, fim de ano é uma correria que só, tanta coisa pra fazer que não dá tempo nem pra respirar rs mas acho que vcs entendem, sinto muito não ter vindo antes dá satisfação de minha ausên ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 88
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daninha_ponny Postado em 09/06/2014 - 17:20:04
ami ami amei é só o que a dizer :-)
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franmarmentini Postado em 09/02/2014 - 17:38:32
amei a web!!!!!!!!!!!!! de mais pena que no final foi muito rápido :( e que não tem continuação...fazer o q né kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mesmo assim amei a web!!! vou sentir saudades dela!!!! bjus :)
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belle_doll Postado em 08/02/2014 - 02:45:55
Cadê? Estou curiosa para saber o final!
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belle_doll Postado em 06/02/2014 - 22:56:56
Será que o desejo do Poncho vai ser realizar? Ele nunca quis viver desse jeito! NO NO NO. Deus o livre se mais alguma coisa ruim acontecer. Posta mais!
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mahvondy Postado em 05/02/2014 - 20:50:22
Posta logo o final !!! To louca pra saber o que vai acontecer
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belle_doll Postado em 05/02/2014 - 15:52:32
Fico agoniada quando eles negam o próprio sentimento por serem orgulhosos! Anahí deveria mandar o Christopher pastar de uma vez. Não sei porque ficar se enganando desse jeito. E o Poncho deveria parar de ser cabeça dura.
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belle_doll Postado em 05/02/2014 - 15:49:06
Ai, Que aflição!
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steph_maria Postado em 05/02/2014 - 12:55:36
Essa web é tãoo linda não vejo a hora de ver o final *--*
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franmarmentini Postado em 05/02/2014 - 10:33:18
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franmarmentini Postado em 05/02/2014 - 10:33:05
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