Fanfic: Céu sem Estrelas (FINALIZADA) | Tema: AyA
Era a primeira vez que Christopher a chamava de “querida”, mas não era a primeira vez que a olhava
como se estivesse com vontade de abraçá-la. Por que seu coração pendia tanto para Alfonso
se ele a rejeitava como mulher? Christopher era igualmente atraente e não havia sombra de dúvida no
apelo de seu olhar.Subitamente, ele veio para junto dela e estirou-se na espreguiçadeira, a
seu lado.
— Seus olhos me fascinam — disse ele com ternura. — São tão expressivos nas suas mudanças
da tristeza para a alegria! E gosto também desses lábios feitos para o beijo…
— Christopher! — ela censurou, sentindo-se sufocar. — Não diga essas
coisas!
— Por que não? Estou sendo sincero, e você é uma moça livre, sem compromisso, e pode ouvi-las.
O que há? Não gosta de meu tipo? Não sou de jogar fora, não acha? — brincou.
— Pelo contrário, você é um belo hombre.
— E também sou bonzinho para com os animais. Para desespero de meu irmão, estou odiando
as touradas. Ou você é daquelas mulheres que gostam de demonstrações de machismo?
— Estou trabalhando aqui como enfermeira e você não deveria…
— Desde nosso tempo de criança, devia saber que eu gostava de você, Annie. E agora, quando
a olho, tenho vontade de fazer isto! — Estendeu a mão e emaranhou aqueles cabelos sedosos
entre os dedos. — Você cresceu exatamente do jeito que eu imaginava.
— Sem qualquer surpresa? — Ela sorriu timidamente
— Para ser franco, muitas. Você parece envolta em mistério. Estou aqui com você e, no
entanto, não a sinto a meu lado. Gostaria de poder adivinhar seus pensamentos. — Passou-lhe
a mão pela testa e olhou-a profundamente dentro dos olhos. — Os sonhos vagueiam por essa
cabecinha, como peixinhos num aquário. Quais são seus sonhos, Annie? Você é tão tranqüila e
eficiente em seu trabalho, tem um autodomínio admirável.
Consegue ser atenciosa e cuidadosa. Existe uma chama que emana de você que eu
gostaria de atiçá-la e transformá-la numa fogueira de paixão. Aquela vez, em Londres, você me
disse que não existia nenhum homem em sua vida. Alguma coisa mudou?
— Não existe ninguém que eu espero… bem, com quem eu espero compartilhar minha vida.
— O que a fez viajar para este lado do mundo?
— E o que lhe importa? Não estou acostumada a ser interrogada sobre minha vida particular.
— Você é muito discreta, não é, querida?
— Sou,e acho que seria melhor não adquirir o hábito de chamar-me desse jeito.
— De “querida”?
— Pode escapar na frente de seu pai.
— E você acha que meu pai desaprovaria caso seu filho do meio se apaixonasse por uma
moça inglesa?
— Sim, acho, e além disso você não deve falar-me em… em amor.
— Amor é uma das melhores coisas para se falar na vida… e também para se fazer.
Ele chegou mais perto e, inesperadamente, seus lábios tocaram os dela. Não era um beijo
exigente e sensual e, em consideração à velha amizade que os unia, ela não reagiu.
— Doçura — ele sussurrou. — Você cheira à lavanda dos jardins ingleses. — Desta vez, não vou
deixá-la escapar.
— Por favor, Christopher.
Ela não lutou e nem opôs resistência, mas foi tomada pelo pânico diante daquela
demonstração inesperada de sentimentos. Tivesse sido outro homem e não Christopher, ela exigiria
que ele a deixasse em paz, com aquela frieza que as mulheres sabem usar quando querem
livrar-se de homens ardentes e indesejados. Mas ele era irmão de Alfonso e Annie não era o
tipo de moça capaz de ferir alguém que lhe fosse querido.
Ele esfregou o rosto em seus cabelos e seus lábios ficaram brincando
nas orelhas de Annie.
— Sei bem que tipo de mulher que você é: sensual, mas ainda ingênua. Você protege com unhas e
dentes sua integridade moral e isto é a coisa que mais aprecio em seu caráter. Annie, minha
querida, eu a quero muito, mas não vou tentar demolir suas defesas. Só quero que saiba o que
sinto por você, e pretendo deixá-lo à vontade para pensar.
— Christopher… — Ela estremeceu levemente, ciente de que suas defesas
estavam sendo abaladas em seus alicerces. A gentileza de Christopher, sua proximidade, seu calor,
comparados com a distância gelada que Alfonso lhe impunha, eram tentadores. Parecia-lhe
estar se aconchegando junto a uma lareira, depois de suportar uma tempestade de neve.
— Sempre admirei seus lindos cabelos, Annie. Os lábios de Christopher pousaram suavemente sobre
eles.
— Pensei que os espanhóis gostassem de cabelos compridos, como um símbolo de submissão
feminina — ela disse, da forma mais descontraída possível.
— Você tinha cabelos longos, niña, e sempre pode deixar que cresçam novamente.
— Não dá para usar cabelos compridos com a touca de enfermeira.
— Pois eu gostaria que você desistisse da profissão. Queria tê-la só para mim, para poder amála…
amá-la… amá-la…
— Amor? — ela murmurou. — Afinal, o que é o amor?
— Uma abertura do coração… um vendaval de emoções…
— Parece um tanto primária essa sua definição.
— É um sentimento primário e natural que pode nos trazer muita felicidade. Você deveria ter
meditado um pouco mais sobre o amor, querida.
— Uma enfermeira anda sempre muito atarefada e quando cai na cama, exausta, não tem
tempo para devaneios.
— É assim que você define o amor, querida? Um devaneio? Que pessoas pouco românticas são
vocês, ingleses. Por que têm sempre de esconder suas emoções por trás de uma máscara de
indiferença?
— É o nosso jeito. Os espanhóis são como as palmeiras, e nós como os carvalhos. As palmeiras
propalam sua presença, balançando as altas folhagens e nós, os carvalhos, nos escondemos
sob as nossas copas. Somos o que somos, Christopher.
— Não gostaria que você fosse diferente. — Ele segurou-lhe o queixo e procurou seus olhos. —
O que a leva a crer que meu pai se oporia, se eu escolhesse uma jovem inglesa?
— Ele é espanhol até a raiz dos cabelos e acho que gostaria que seus três filhos escolhessem
pessoas do mesmo sangue.
— Pode ser que ele espere isso de Alfonso. Mas, afortunadamente, não sou o primogênito. A
não ser que o imprevisível aconteça, e Alfonso morra. Mas isso não vai acontecer, não é
mesmo, Annie?
Annie varreu para longe de sua cabeça aquela hipótese horrível. Como poderia ela continuar a
viver e a respirar, se Alfonso se fosse para sempre? Ela até poderia suportar uma vida longe dele, desde que soubesse que estava vivo.
Comentem!
Autor(a): Lari AyA
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— Uma enfermeira é treinada para ser objetiva. Se tudo correr bem,Alfonso pode viver mais cinqüenta anos.— Que os anjos digam amém — completou Christopher.— Nenhum de nós conhece o próprio destino, Christopher. Eu mesma possomorrer amanhã.— Pois eu conheço o meu — disse ele, com uma certa arro ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 88
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daninha_ponny Postado em 09/06/2014 - 17:20:04
ami ami amei é só o que a dizer :-)
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franmarmentini Postado em 09/02/2014 - 17:38:32
amei a web!!!!!!!!!!!!! de mais pena que no final foi muito rápido :( e que não tem continuação...fazer o q né kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mesmo assim amei a web!!! vou sentir saudades dela!!!! bjus :)
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belle_doll Postado em 08/02/2014 - 02:45:55
Cadê? Estou curiosa para saber o final!
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belle_doll Postado em 06/02/2014 - 22:56:56
Será que o desejo do Poncho vai ser realizar? Ele nunca quis viver desse jeito! NO NO NO. Deus o livre se mais alguma coisa ruim acontecer. Posta mais!
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mahvondy Postado em 05/02/2014 - 20:50:22
Posta logo o final !!! To louca pra saber o que vai acontecer
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belle_doll Postado em 05/02/2014 - 15:52:32
Fico agoniada quando eles negam o próprio sentimento por serem orgulhosos! Anahí deveria mandar o Christopher pastar de uma vez. Não sei porque ficar se enganando desse jeito. E o Poncho deveria parar de ser cabeça dura.
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belle_doll Postado em 05/02/2014 - 15:49:06
Ai, Que aflição!
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steph_maria Postado em 05/02/2014 - 12:55:36
Essa web é tãoo linda não vejo a hora de ver o final *--*
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franmarmentini Postado em 05/02/2014 - 10:33:18
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franmarmentini Postado em 05/02/2014 - 10:33:05
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