Fanfic: Sempre ao Seu Lado | Tema: Rebelde
Torna-te aquilo que és.
Friedrich Nietzsche.
Nietzsche uma vez disse “Torna-te aquilo que és”, se já o sê-lo é difícil, muito mais é descobrir como ser, e viver se sustentando em suas próprias escolhas incertas ...
Any se olhava no espelho há horas e não conseguia realmente enxergar o que a professora havia proposto, como forma de se conhecer melhor se perguntava: “O que vê?”, não via nada além de uma figura esguia e despenteada, o corpo magro deixava espaço para críticas, mas ela não se incomodava. O pai há horas atrasado para buscá-la, tentava achar vaga para estacionar, algum imbecil havia trombado na traseira de um ônibus e o trânsito estava abarrotado.
Any entre caras e bocas, por fim decidiu que a resposta viria sozinha, se é que existia alguma, era uma "quase-mulher" (como se definia) com 17 anos, porém os pés ainda não se mantinham muito no chão, entre um devaneio e outro vivia em um mundo de histórias criada por ela mesma, como forma de suportar o que a vida lhe impunha, ninguém nunca havia tocado em seus manuscritos, na verdade nem ela mesma tinha muita coragem de abrir as pastas no notebook..., e a gaveta secreta com pilhas de rabiscos era guardada por uma chave que ficava em seu pescoço. Quem era ela ?! O tempo diria.
Franco finalmente havia conseguido uma vaga, e buzinava freneticamente para que Any descesse. _ Não consigo entender como consegue se atrasar tanto – pensava ele, e então o pensamento automaticamente recorreu a Marina, a mãe de Any era a mais bela criatura que os seus olhos já viram, quando se encontraram pela primeira vez não imaginava o que aquela mulher estava prestes a transformar em sua vida. Marina lhe proporcionou uma família de verdade, e como presente veio Any, apesar de ter convivido pouco tempo com a mãe, Any carregava fortes traços e personalidade de Marina, Franco olhando o jeito sonhador e dócil da filha, se recordava da mulher que não muito diferente, era prestativa e sempre esteve ao seu lado. Mas o hábito de se atrasar nunca mudara, e por vezes Franco se irritara com isso, mas agora, era diferente, algo por dentro queimava como fogo, e a saudade havia deixado uma enorme lacuna em seu peito, Marina se fora como uma folha que o vento arrasta pra longe no Outono. O câncer havia tomado todo seu corpo, e os últimos dias foram com Any aprendendo as suas primeiras palavras: “Papai .... papai ...” – ele ainda se lembrava como se fosse ontem..
_Pai ! – era um grito de Any para Franco, tão convincente quanto real. Franco apressadamente destrancou a porta do passageiro. _ Realmente sou eu quem ‘viaja’ demais ? Por que demorou tanto ? . Franco pigarreando respondeu:
_Negócios minha filha, negócios ...
_ Pois bem, precisa descansar e passar mais um tempo comigo, assim não fica tão atônito. – o sorriso grande tomou grande parte do rosto da filha e ele compreendeu que essa era a parte deixada por Marina, e a lacuna em seu peito respirou aliviada.
(...)
_ Você realmente precisa disso filho da puta ?! Então toma – entre socos e pontapés Miguel tentava se levantar, porém após um soco no estômago as vistas escureceram, e caído, covardemente era mais agredido. Conseguiu ouvir uma voz distante: _ Corre, corre, sujou ... é os gambé !
A turma de malandros encapuzados saia correndo em disparada, as sirenes da polícia por fim se cessaram e Miguel grogue mal conseguindo abrir o olho, desmaiou. Os policiais o levaram ao hospital mais perto, e permaneceram até que a vítima conseguisse responder por si mesma, e abrir um boletim de ocorrência.
Naquelas circunstâncias, o mais certo seria explicar detalhadamente como havia sido encurralado e roubado, e principalmente como o chamaram pelo nome. Eram conhecidos, e isso tornava as coisas mais difíceis ainda. Decidiu por não abrir um boletim de ocorrência, crescera e convivia com pessoas daquele tipo, as consequências se desse com a língua nos dentes era provavelmente sete palmos abaixo da terra pra ele, ou pra algum de seus familiares.
Foi liberado exatamente ao meio-dia, e correu pro colégio, mais uma advertência e era expulsão na certa, sua terceira escola em menos de 1 ano, a mãe já passava por muitas dificuldades e algo a mais com o que se preocupar era o que ele tentava evitar. Acelerou o passo e avistou o colégio, agora só precisava explicar a boca com um corte e o olho roxo ...
Autor(a): naahns
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