Fanfics Brasil - 6 Os 13 Porquês (Adaptada AyA)

Fanfic: Os 13 Porquês (Adaptada AyA) | Tema: Livro adaptado


Capítulo: 6

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Espera. Espera. Eu preciso pensar. 
Cutuco um respingo de tinta laranja seca na madeira. Por que estou escutando isso? Quero dizer, por que estou passando por isso? Porque simplesmente não arranco a fita do aparelho e jogo a caixa inteira no lixo? Engulo com força. Lágrimas pinicam o canto dos meus olhos. Porque é a voz da Anahí. Uma voz que pensei que jamais ouviria novamente. Não posso jogá-la fora. 
E por causa das regras. Olho para a caixa de sapatos escondida debaixo da fralda de pano. Anahí disse que fez uma cópia das fitas. Mas e se ela não fez? Talvez se o lance das fitas for interrompida, se eu não passá-la adiante, fique por isso mesmo.A coisa acaba. Nada acontece. Mas e se tiver algo nessas fitas que possa me magoar? E se não for uma brincadeira? Aí, um segundo jogo de fitas vai vir a público. Foi isso que ela disse. E todo mundo vai ficar sabendo o conteúdo delas. O pontinho de tinta se solta como uma casca ferida. 
Quem arrisca testar se ela está blefando? 
► 
Você pulou a sarjeta e botou um pé no gramado. Só que meu pai tinha deixado os regadores automáticos ligados durante a manhã inteira. A grama estava molhada, por isso seu pé deslizou para a frente e você caiu num espacato. Jack olhava fixamente para a janela, tentando obter uma visão melhor da nova amiga da Maria – esta que vos fala-, e tropeçou em você, aterrissando ao seu lado. Você o empurrou e se levantou. Ai, ele também se levantou, e vocês dois se olharam sem saber o que fazer. E qual foi a decisão de vocês? Desceram a rua correndo, enquanto Maria e eu ríamos como loucas na janela.


Eu lembro disso. Maria achou muito engraçado. Ela me contou na festa de despedida dela naquele verão.


A festa em que vi Anahí Portilla pela primeira vez.


Puxa. Achei Anahí tão bonita. E nova na cidade, foi o que realmente me pegou. Naquela época, quando encontrava uma garota minha língua se enrolava em nós que até um escoteiro não conseguiria desfazer. Mas, com ela eu podia tentar ser uma versão atualizada e melhorada de mim, Poncho Herrera, o calouro do ensino médio.


A Maria se mudou antes de começarem as aulas, e eu me apaixonei pelo garoto que ela deixou. E não demorou muito para aquele garoto começar a demonstrar interesse por mim. Talvez pelo fato de eu parecer estar sempre por perto. Não fazíamos as mesmas aulas, mas as nossas salas no primeiro, quarto e quinto horários pelo menos eram próximas uma da outra. Certo, no quinto horário era uma caminhada e tanto, às vezes eu não consegui chegar lá antes de você sair, mas o primeiro e quarto horários ficavam no mesmo corredor.


Na festa da Maria, eu me abaixei para amarrar o sapato durante minha primeira conversa com Anahí Portilla. E não conseguia fazer aquilo. Eu não conseguia amarrar aquele estúpido cadarço porque meus dedos estavam anestesiados de tanto frio. Devo reconhecer o mérito de Anahí por ela ter se oferecido para amarrá-lo para mim. É claro que não deixaria que ela fizesse aquilo. Esperei até o Jack se meter na conversa desajeitada para escapar de fininho para dentro da casa e descongelar meus dedos debaixo da água quente. Constrangedor. 
Antes, quando eu perguntava para minha mãe como atrair a atenção de um garoto , ela dizia: ―Se faça de difícil. Era isso que eu estava fazendo. E com certeza funcionou. Você começou a aparecer nas minhas aulas, esperando por mim. Parece que levou uma eternidade para você pedir o meu telefone. Mas eu sabia que você ia acabar pedindo, por isso comecei a treinar como dizer o número em voz alta, de um jeito desencanado como se eu não estivesse nem ai. Como se eu desse meu telefone cem vez por dia. Sim, os garotos da minha escola antiga já tinham pedido o meu telefone, Mas, aqui, na nova, você foi o primeiro. Não. Não é verdade. Mas você foi o primeiro que realmente conseguiu. Não que eu não quisesse dar meu telefone antes. Mas eu precisava ficar esperta. Cidade nova. Escola nova. Dessa vez, eu ia controlar o modo como as pessoas me enxergavam. Afinal, quantas vezes a gente tem uma segunda chance? Antes de você, Christopher, sempre que alguém perguntava, eu dizia os números certos, até chegar no último. Aí, eu ficava com medo e me atrapalhava... meio sem querer, querendo
Pego a mochila ponho no colo e abro o zíper do bolso maior.                                                 


  Ver você anotando meu telefone me deixou superempolaga. Ainda bem que você estava nervoso demais para notar. Quando finalmente confessei o último número – o número certo! - dei aquele sorriso.


Sua mão tremia tanto que eu pensei que você fosse estragar tudo. Mas eu não ia deixar isso acontecer.


Eu tiro o mapa de Anahí da mochila e o desdobro sobre a bancada.


Apontei para o número que você estava escrevendo.


―Aqui é um sete - eu falei.


―É um sete.


Uso uma régua de madeira para alisar as partes enrugadas.


―Ah. Tudo bem, desde que você saiba que é um sete.


―Eu sei. - você respondeu. Mas mesmo assim você riscou o número e fez um sete ainda mais tremido.


Puxei o punho da manga para dentro da palma da mão e quase estendi o braço para enxugar o suor da sua testa... Algo que minha mãe teria feito.


Mas ainda bem que eu não fazia isso. Você nunca mais ia pedir o telefone de uma garota.


Minha mãe perguntou qual era a matéria que a gente fazia, e eu disse matemática, o que era totalmente mentira. Nós dois fazíamos matemática. Só não fazíamos juntos. E não era do mesmo tipo. 
"Ótimo", minha mãe disse. "Foi o que ele me falou." 
Eu a acusei de não confiar na própria filha, arranquei o pedacinho de papel com o seu número da mão dela e subi a escada correndo

Eu vou lá. Na primeira estrela. Mas, antes disso, quando esse lado da fita acabar, vou até a casa do José. José Ron nunca deu um upgrade no som do carro: ele ainda tem um toca-fitas. Assim, ele diz, controla melhor a música: se oferecer uma carona para alguém e essa pessoa trouxer a própria música, problema dela. "O formato não é compatível", ele justifica. 
Quando você atendeu ao telefone, eu disse: "Christopher? É Anahí. Minha mãe disse que você ligou por causa de um problema de matemática"
José dirige um velho Mustang, que seu irmão passou para ele, depois de ter ganhado do pai, que provavelmente ganhou do pai dele. Lá na escola, há poucos amores que se comparam ao amor entre José e seu carro. O número de garotas que dispensa o José por ciúme do carro é maior que o total de meninas que já beijei. 
Você ficou confuso, mas acabou se lembrando que tinha mentido para minha mãe e, como um bom menino, pediu desculpas
Embora José não possa ser chamado de um grande amigo, já fizemos alguns trabalhos de escola juntos; por isso sei onde ele mora. E o mais importante de tudo é que ele possui um walkman antigo que toca fitas. Um walkman amarelo, com fones de ouvido daqueles antigos, que ele me emprestará com certeza. Vou levar algumas fitas comigo e escutá-las enquanto caminho pela antiga vizinhança da Anahí que fica mais ou menos a uma quadra da casa do José.



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Autor(a): fla_ponny

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"Então, Christopher, qual é o problema de matemática?", perguntei. Você não ia se safar assim tão facilmente. Ou talvez eu leve as fitas para algum outro lugar. Algum lugar com mais privacidade. Porque não dá para escutá-las aqui. Não que a minha mãe ou o meu pai reconheçam a voz nos alto- ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • raya_ponchito Postado em 01/12/2013 - 23:25:35

    Cade você?

  • brunamachado Postado em 13/11/2013 - 19:12:54

    Cadê vc mulher?

  • raya_ponchito Postado em 10/11/2013 - 17:19:59

    Uôu mais a Any devia ficar feliz, sei la, pelo menos na minha humilde concepção por mais que essas listinhas sejam idiotas, ela ficou no lado bom.

  • raya_ponchito Postado em 10/11/2013 - 17:16:42

    Você só postou esses dois capitulos esse tempo todinho? Ah não :(

  • raya_ponchito Postado em 10/11/2013 - 17:15:45

    AAAA' que coisa mais infantil minha gente fazer esse tipo de listinha. Eu fazia muito com as minhas amigas na sexta série kkkk

  • raya_ponchito Postado em 10/11/2013 - 17:14:03

    O Ucker é um idiota, hunf! Não suporto esse tipo de garoto que sai com uma menina e sai espalhando e o pior espelhando o que nem aconteceu. Maaas isso não é exclusivo para a história, isso acontece tantas vezes que você perde até a conta

  • raya_ponchito Postado em 29/10/2013 - 18:11:03

    Descuuuuuulpa pela minha ausência mas está sendo impossível para mim ler qualquer web, logoo voltarei

  • brunamachado Postado em 17/10/2013 - 03:03:33

    O último comentário é meu,não sei pq as vezes não sai o nome nessa coisa aí,kkkkkkkkkkkkkkk

  • Postado em 17/10/2013 - 03:00:50

    AH somos machado então,kkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu me orgulho muito do meu machado ... Desse tamanho tá ótimo,bem melhor,posta mais que tá muito boa

  • fla_ponny Postado em 16/10/2013 - 10:40:38

    Meninas olha la como ficou, não achei muita diferença, mas agora tá maior, me falem se fcou melhor


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