Fanfics Brasil - Dezesseis: Um dia para a viagem de formatura A aposta - Vondy - ADP

Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy


Capítulo: Dezesseis: Um dia para a viagem de formatura

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Dulce está de malas prontas.


Ajeita a bainha de tule do vestido preto e calça as sapatilhas coloridas com strass. Any e Mai aguardam no andar de baixo, na companhia de Dan e sua turma barulhenta.


A galera toda irá na inauguração do Aquarium, uma boate na Vila Olímpia, em que um dos sócios é amigo de Dan. Os convites para a ala VIP foram disputados à tapa e o irmão de Dul conseguiu dez deles, na faixa.


A garota borrifa o perfume nos pulsos e também atrás das orelhas. Dá uma última olhada no espelho antes de descer para encontrar as amigas.


Os pais de Dulce foram ao cinema e a turma de Dan está espalhada nos sofás e sobre a bancada de mármore travertino da cozinha. Várias latas de cerveja se empilham na pia e sacos de amendoim e batatas fritas estão abertos sobre as mesinhas de apoio.


Mai e Dan conversam num canto, próximos demais. Nina os encara com curiosidade. Já tinha percebido um clima, mas não faz ideia do que esteja rolando entre esses dois.




— Pronta? – Any dá um pulinho ao ver Dul. – Uau, Dul, esse vestido é um arraso.


— O seu também. – Anahí está usando um vestido azul de alça única, na altura dos joelhos, de um tecido bem estruturado. Um rabo de cavalo foi feito bem alto e algumas mechas castanhas escapam, emoldurando seu rosto cheio de sardinhas fofas.


— Todo mundo por aqui? Podemos ir? – Dan recolhe os sacos de salgadinhos espalhados.


Dul observa Mai que permanece recostada na parede, no outro canto da sala. A amiga está deslumbrante num vestido estilo indiano, com a cintura marcada por um cinto de camurça. Um imenso colar prateado pende de seu pescoço e nos pés, chinelos com miçangas pretas. O cabelo negro, sustenta duas presilhas laterais que prendem a franja. Dul nota que Mai está usando o bracelete de níquel envelhecido que compraram juntas, na feira de antiguidades da praça Benedito Calixto, na Vila Madalena.


— É impressão minha ou a Mai e o Dan estão…? – Dul se vira para Any e não termina a frase.




— É, eu também percebi um clima. – Any balança a cabeça em concordância.


— Hum. Acha que devemos perguntar?


— Deixe ela nos contar. – Any tira um fio de cabelo do vestido de Dul. –Não ficaria chateada?


— Por que eu ficaria chateada? – Dulce franze o cenho, confusa.


— Sei lá, é seu irmão e sua amiga. – Any dá de ombros. – Não que isso seja grande coisa, não é traição nem nada.


— Eu acharia muito legal, de verdade.


~~***~~


O quarteirão do Aquarium está tomado por carros de todas as marcas e modelos. Com isso, é óbvio que o trânsito está um caos. Uma imensa fila se forma do lado de fora da boate e a maioria das pessoas não faz nem ideia de que sem um convite, nada feito.


As três amigas caminham juntas, de braços dados, vencendo os dois quarteirões que separam o único estacionamento com vagas da entrada do Aquarium. Mai não toca no assunto Dan. Dul e Any fingem não terem visto nada.




Dan e sua turma vem logo atrás e como todo bando de garotos, começam a se bater e empurrar a caminho da danceteria. Nesse interim, uma Pajero recheada de meninas surtadas para ao lado dos garotos. Dan dá trela e Mai fecha a cara no mesmo instante. Dul sente as unhas da amiga fincarem em seu braço com força.


— Ei, não precisa arrancar a minha pele. – Dulce estremece e Mai se sobressalta.


— O quê?


— O que está rolando entre você e meu irmão? – droga, Dul tinha prometido a si mesma não perguntar.


— Nada. – Mai olha de esguelha para trás. Seus olhos negros ficam opacos quando veem Dan e sua turma se derretendo para cima das meninas da Pajero.


— Por sua causa ou por causa dele? – Any se mete no assunto.


— Não está rolando nada, é sério. – Mai suspira tristemente.


— Se um dia rolar, saiba que dou todo o apoio. – Dul sente o aperto de Mai afrouxar de seu braço.




— Obrigada, amiga. Mas é como eu disse: Não está rolando nada.


Finalmente chegam à entrada da boate e Dan e os caras se livram das garotas oferecidas, para alívio de Mai. Pepino saca os convites do bolso e entrega ao segurança. O engravatado confere a autenticidade dos mesmos e libera a entrada, carimbando os pulsos com uma tinta néon.


O Aquarium, como o próprio nome diz, é um imenso aquário, repleto de plantas aquáticas e animais marinhos diversificados. A danceteria é circular e cercada por paredes de vidro curvas, que tomam toda a extensão do lugar.


Dul fica boquiaberta quando vê uma imensa arraia flutuando sobre sua cabeça, ainda não tinha percebido que o aquário também se estende por todo o teto da boate.


As garotas seguem Dan por um corredor largo, no ponto mais alto do Aquarium. É o único acesso para a ala VIP que não está congestionado. A outra opção seria pelo meio da pista de dança que, no momento, está abarrotada de cabeças saltitantes.


A música techno rola solta em meio aos efeitos especiais que vem de todos os cantos imagináveis. Uma névoa colorida sobe pelo chão, abraçando as pessoas até a cintura.




A ala VIP está bem mais tranquila, com seus sofás imensos, mesas largas, um bar privativo e garçons circulando com bandejas repletas de bebidas coloridas. Dul aproxima-se do parapeito de aço e dá uma sacada no lugar. O Aquarium é simplesmente fenomenal.


— Animada para a viagem de formatura? – Dan precisa falar alto para se fazer ouvir.


— Acho que será legal. – Dulce responde, ao pé do ouvido do irmão.


— Está finalmente deixando a adolescência para trás, maninha. É agora que a ralação começa e a vida adulta vai massacrar você de todas as formas.


— Ah, obrigada pelo incentivo! – Dulce dá um tapa no ombro do irmão.


— Já sabe o que fazer caso algum engraçadinho resolva se meter a besta nessa viagem? – Dan pergunta, vincando a testa.


— Joelhada nas bolas, soco no nariz e… o que mais mesmo?


— Acerte no pomo de adão.




— Ok, fique tranquilo, ninguém vai se meter a besta comigo.


— Ei, Dul, vamos para a pista? – Any chama. Dulce percebe que Dan e Mai trocam olhares demorados e uma urgência em ajudar inflama a garota.


— Vamos, Dan? – Dul convida, deixando a bolsa sobre um dos sofás.


— Vamos para a pista, galeraaaaa?! – Dan grita e Dulce revira os olhos, tapando os ouvidos.


~~***~~


Chegar à pista é uma maratona suada, apertada e acotovelante. Com alguns empurrões, os amigos de Dan conseguem abrir espaço para dançar.


O olhar de Dul é atraído para cima a todo o momento, o colorido do aquário sobre sua cabeça é inebriante.


Gente bonita e suada pula ao som do DJ. Dulce corre os olhos pela pista, observando rostos descontraídos e maquiagens escorrendo. Não é do tipo que curte baladas como essa, mas adora uma novidade. Ela não perderia essa inauguração por nada.


Quatro músicas depois e a garganta queima, ressequida. Voltar à ala VIP está fora de cogitação. O bar mais próximo fica a uns seis metros de onde estão. Grita nos ouvidos de Anahí e Maite, doida por qualquer coisa líquida. As amigas concordam, seguindo na frente.




— Onde vão? – Dan pergunta.


— Pegar água. Quer? – ela oferece, por sobre o ombro.


— Não, valeu. Já sabe, hein… pomo de adão. – Dan recomenda.


— Pode deixar. – Dul ri e segue para o bar.


Passar entre pessoas pulantes e bêbadas não é tarefa das mais fáceis. Dul desvia, tira o pé do caminho, é empurrada e empurra também. O lugar está claustrofóbico e a boca de Dulce está tão seca que nem a língua é capaz de umedecer os lábios.


Uma mão toca em seu ombro e a puxa para trás.


— Ei, pensei que sereias não existissem. – um garoto sardento e até bem bonitinho exclama. Mas a cantada é tão demodê que Dulce dispara a rir.


— Sereias costumam afogar garotos como você, sabia? – ela rebate.




— Faria isso comigo, sereia? Qual o seu nome, hein?


— Se eu disser o meu nome, terei que te matar. – Dul tenta se desvencilhar, mas o garoto sardento aperta seu braço com força.


– Será que dá para me soltar?


— Pague o pedágio que eu solto. É só um beijo, você vai gostar.


Quando o garoto sardento aproxima-se perigosamente, uma mão forte surge em cena, agarrando Dulce pela cintura.


Ok, congelemos o momento para uma análise mais profunda.


São Paulo é uma cidade gigantesca e as chances de encontrar alguém conhecido numa balada são nulas, correto? Engano seu. Apesar de Sampa ser uma megalópole, as baladas são sempre as mesmas, divididas em bairros, classes sociais e estilos. As chances de encontrar alguém conhecido numa inauguração desse porte são imensas. Nem vou entrar nos méritos do destino em ação, porque sei lá, tem isso também.


Descongelemos o momento em 3, 2, 1…


— Dá o fora, mané! – Ucker empurra o sardento.




— Não me disse que estava acompanhada, sereia. – o garoto fecha a cara e solta Dulce.


— E não estou! – o tom dela é agressivo, metralha Ucker com um olhar irado.


— Nesse caso, dê o fora você, manezão! – o sardento vira homem, pega o braço de Dulce e a puxa para si.


O sangue de Ucker sobe nas alturas e ele empurra novamente o sardento, com mais força dessa vez. Dul nota que Poncho se aproxima. O sardento quer briga e Ucker parece querer o mesmo. Ela está entre eles e resolve apaziguar os ânimos.


— Pare com isso, Ucker! – Dul precisa gritar ao pé do ouvido do garoto, o que se mostra uma péssima ideia. O aroma dele é uma mistura de mistério e sedução que faz suas pernas bambearem.


— Dê o fora, eu já falei! – Ucker fecha o punho no colarinho do sardento.


— Ei, ei, ei! – Poncho finalmente chega. – Vamos deixar disso, beleza? – Poncho é da turma do “deixa disso”, mas, quando provocado, é da turma do “vamos matar todo mundo”. – Leve a Dul daqui, Ucker!




— Não vou com você a lugar algum! – Dulce tenta se livrar de Ucker, mas o garoto é mais forte. E da forma como ele a está abraçando no momento, nem joelhada, nem soco, nem pomo de adão surtirão efeito. 


Dulce procura as amigas no meio da muvuca e as encontra. O bar fica um nível acima e ambas estão acompanhando o que está acontecendo na pista de dança, atônitas. Mai levanta as duas mãos para o teto, não entendendo nadinha do que está rolando.


 — Ande logo, sem reclamar. – Ucker passa Dul à frente, prendendo-a como se fosse um escudo protetor, obrigando-a a andar em direção ao bar.


— Me solte, Ucker!


— Quietinha, Dul, ou não ganha sorvete.


– Ucker sussurra em seus ouvidos e ela sente o hálito de Mentos de frutas do garoto. Mentos de frutas é golpe baixo.


— Isso não vai ficar assim!


— Já disse, fique quietinha.


— Me larga! – ela grita e cerra os punhos.


— Pronto, sã e salva. – Ucker finalmente afrouxa e Dul gira sobre as sapatilhas, pronta para socá-lo. Mas algo a detém. Os olhos dele, tão dourados quanto o sol. Tão brilhantes como lavas de um vulcão em erupção.




 — Eu sei me defender sozinha! – ela exclama, inflamada de ódio.


— Eu vi. – Ucker debocha.


— E aí, galera! – Poncho chega num pulo e passa o braço sobre ombros de Ucker.


— Deu um jeito no sardento? – ele pergunta, sem desviar os olhos de Dul.


— O cara vai ficar sussa. – Poncho elucida, soprando a franja para cima.


— Oi, Poncho. – se Any fosse uma geleira, já estaria derretida no chão.


— Oi, Any, oi, Mai. – Gancho cumprimenta.


— Pegaram água? – Dul sustenta o olhar de Ucker com sua famosa expressão “vou matar você” impressa no rosto.


— Pegamos. – Mai responde. – Vamos voltar para a pista?


— Fique longe de mim, Ucker, eu estou falando sério. – quando Dul tromba no ombro dele ao abrir passagem, o garoto sussurra em seu ouvido:


— Alguém já disse que você fica linda de preto?



 Dul não se dá ao trabalho de responder. Range os dentes e continua a caminhar, sem olhar para trás.



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Autor(a): Sophi

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As amigas estão dançando lado a lado, embaladas pelo ritmo frenético da batida eletrônica. O olhar de Dulce se perde lá no teto, acompanhando um peixinho amarelo se esgueirar entre as folhagens. Como ele é fofinho. — O que aconteceu lá atrás? – Any pergunta, aos gritos. — Um babaca queria me beijar. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 106



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  • menininha_uckermann Postado em 05/09/2016 - 17:53:16

    Nem acredito que consegui encontrar essa fanfic de novo AAAAAAAAAH

  • stellabarcelos Postado em 08/01/2016 - 13:18:53

    Amei muito muito muito! A história é tão diferente do que eu esperava! Surpreendente, linda, engraçada e muito bem escrita! Amei

  • larivondy Postado em 07/12/2013 - 19:12:19

    AMEEEEI a web!! sério, maravilhosaa *-*

  • ingred Postado em 02/12/2013 - 17:47:51

    Pelo amor o quando venho aparecer... É que eu estava bem sem tempo... Mas prometo acompanhar a segunda temporada fervorosamente e sua nova fic tbm =D

  • samelarbdporsiempre Postado em 21/11/2013 - 22:22:09

    EU SABIA QUE VC NÃO IA ME DEIXAR TRISTE OU ME DECEPCIONAR :') TO MUITO ORGULHOSA DE VC KKKK AMOO SUA WEB,ELA É UMA DAS MINHAS PREFERIDAS :3 POSTA MAIS *_*

  • vondymary Postado em 21/11/2013 - 11:07:02

    AiMeuDeus!!! Sabia que você não ia decepcionar!!! *-------* Já olhando a outra para favoritar!

  • dudasouzavondy Postado em 21/11/2013 - 09:31:46

    aameeeei o final , a web foi simplesmente perfeita e uma das minha prediletas , parabéns voce escreve muito ! ansiosa para a Aposta 2 !

  • vondyiocampos Postado em 20/11/2013 - 18:53:01

    Obv que deve continuar flor necessito de msis amo a web esperando por mais vou começar a ler poçao de amor bjinhos

  • fanyyrbd Postado em 20/11/2013 - 17:16:03

    oh eu deus ,continua,eu maei a web do começo ao fim,posta mais!

  • luanavondy Postado em 20/11/2013 - 11:54:59

    continua com a segunda temporada, sua web é um máximo.


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