Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy
Duas horas depois do desembarque, finalmente o ônibus está pronto para deixar o aeroporto a caminho da balsa. Any e Mai sentaram-se juntas e quando Dulce ameaçou sentar-se com Angel, Ucker a empurrou para o banco de trás. Ele praticamente a jogou em direção à janela fechando a passagem. Para sair dali,
Dul teria que pular por cima dele, o que estava fora de cogitação. Até pensou em gritar, mas os professores já estavam irritados demais com a zona, não seria prudente.
— Você me paga, Christopher. – Dul murmura, num rosnado selvagem.
— Relaxe e curta a paisagem. – Ucker entrelaça os dedos atrás da cabeça, o sorrisinho debochado já se desenhando naquele rosto de traços perfeitos e perigosos. Ela bufa e cruza os braços, deitando a cabeça no vidro. Ucker se esparrama ao lado, invadindo o seu espaço. Dul aperta a mandíbula com força e tenta se afastar. Impossível. A perna do garoto roça na sua de forma irritante.
Dul então cruza as pernas, colando-as na lateral do ônibus. Escuta a risadinha abafada de Ucker e tem muita vontade de pular no pescoço do cara e asfixiá-lo.
— A aposta ainda não está valendo, seu babaca. – Dul insulta, furiosa.
— Eu sei. – Ucker fecha os olhos e a inspira, como fez na boate. – Você me hipnotizou, agora aguente.
Dul sente um ardor subir pelas costas, mas não tem nada a ver com calor. O ar condicionado está bem acima de sua cabeça, lançando jatos gelados em sua direção. Ucker se remexe, espalhando-se ainda mais. Está tentando provocá-la, mas ela não cairá no jogo. Poncho se aproxima, com um violão em mãos.
O ônibus dá uma sacudidela e o garoto precisa se segurar para não cair.
— Ei, Ucker, meu camarada, toque algo para nós. Ainda temos uma hora dentro desse busão.
— Manda aí. – Ucker estende a mão e Poncho lhe passa o violão.
— Toque algo para agitar essa galera. O que querem ouvir —Poncho pergunta, aos gritos.
— Heavy metal! – alguém dos fundos responde.
— Num violão? Tá chapado? – Poncho revira os olhos.
— Classic rock!
— Aí já começa a melhorar. – Poncho concorda, num meneio de cabeça.
— Pagode!
Nem preciso dizer que quem grita essa barbaridade é o Bola, preciso? Poncho nem tem o trabalho de responder. Vários papéis amassados voam pelos ares, acertando o gordinho encrenqueiro. Dul não tira os olhos da estrada. Árvores passam, lagos passam, carros passam, o asfalto corre para lugar algum. De rabo de olho ela nota que Ucker a encara, insistentemente.
— O que foi? – ela metralha.
— O que quer ouvir? – Ucker está afinando as cordas do violão.
— Quero ouvir você dizer que vai desistir da aposta.
— Hum… peça algo possível, Dul. – ele faz uma pausa. – Qual sua banda preferida?
— Não interessa.
— Quero tocar algo para você. – Ucker tomba a cabeça de lado, falando de forma mansa, só para irritá-la ainda mais.
– Peça uma música, qualquer uma.
— Não quero ouvir você cantar. – ela rosna, entredentes.
— Vai, Nina, qual sua banda preferida? Você deve ter uma.
Anahí, incrivelmente irritada com o bate boca entre Dul e Ucker, tira os olhos do livro e grita, sem olhar para trás:
— Creedence! A Dul curte Creedence, pô! Agora será que dá para vocês dois calarem a boca?
— Valeu, Loira! – Ucker comemora. – Creedence Clearwater Revival. Quem diria, não? Você tem bom gosto.
— Seu tosco. – Dulce gira a cabeça com raiva, seus cabelos acertando o rosto de Ucker.
— Anda logo com isso, Ucker, ou a galera vai destruir o busão antes de chegarmos na balsa. – a emergência no tom de Poncho faz o garoto se levantar. Apesar dos gritos insistentes dos professores, Bola continua a ser atacado por uma enxurrada de papéis amassados e chicletes mastigados. Ucker coloca os pés no banco e se senta no braço da poltrona, um tanto torto. Ajeita o violão da melhor maneira, testando o som.
— Ok, pessoas, essa música eu dedico a Dulce, a garota selvagem. – quando Dul profere essas palavras, a galera vai ao delírio e o ônibus sacode ameaçadoramente.
Os professores voltam a gritar e a turma se cala, mas não por causa dos gritos professorais e sim pelos acordes de Ucker. Dul engole lavas no lugar da saliva. Sente uma vontade imensa de pegar o violão das mãos dele e quebrá-lo em sua linda cabeça de cabelos cacheados. Antes que possa dar cabo de seu desejo inflamado, a voz de Ucker invade seus ouvidos, fazendo com que seu coração pare por um instante. Meu Deus, a voz do cara é perfeita! Rouca, grave, sublime. Se Dul não soubesse que era Ucker quem cantava “Fortunate Son”, poderia jurar estar ouvindo o próprio John Fogerty. Ela não consegue se conter e olha para o cara. Os dedos do garoto deslizam pelas cordas, tão suaves, envolvendo os fios como se estivessem acariciando o instrumento. Ucker parece estar possuído por uma força mágica, mística, invisível. Se Dul pudesse ver auras, estaria vendo a de Dul se expandir nesse exato momento. Tão à vontade, inteiro, divino. A forma como ele joga os cabelos encaracolados para trás, a maneira como segura o violão, o jeito com que mexe os lábios… Ucker empolga a galera e quem conhece a letra, canta com ele, as vozes se fundindo numa só. Os olhos de Dul não querem se desviar da cena, as pálpebras não estão a fim nem de piscar. Os ouvidos querem escutar mais e mais e mais. Completamente hipnotizada, é o que ela está. Que droga, pensa Dul. Vencer essa aposta será mais difícil do que ela imaginava.
~~***~~
Boa parte da turma já desceu do ônibus a caminho da balsa. Anahí e Maite pegam as malas de mão no bagageiro acima de suas cabeças. Duce tenta fazer o mesmo e, ainda que na ponta dos pés, não consegue alcançar a raqueteira lá no fundo. Quando faz menção em subir no banco, Ucker a breca.
— Deixe que eu pego. – com vários centímetros a mais, ele pesca a alça da bolsa facilmente.
— Eu posso me virar. – ela rebate, visivelmente enfurecida pela ajuda.
— Largue de ser orgulhosa. – ele puxa a raqueteira e comenta:
– Hum, você joga tênis?
— Eu não jogo, eu humilho! – Dul, em sua arrogância típica, arranca a raqueteira das mãos de Ucker.
— É sério? Bom, nesse caso, eu desafio você para uma partida de gente grande. Quem ainda está dentro do ônibus não se contém ao ouvir o desafio. Poncho, após soprar a franja para cima, solta o famoso grito de guerra:
— Apostaaaaaa! Se as pessoas pegassem fogo ao seu bel prazer, o ônibus teria ido pelos ares nesse momento. Quem está do lado de fora, corre para dentro. Quem está dentro, não sairá nem a pau dali.
— Está me desafiando, Ucker? Perdeu a noção? – Dulce o encara, destemida.
— Você disse que humilha no tênis, então, qual é o problema?
– Ucker escancara um sorriso debochado, sua marca registrada.
— Não sabe onde está se metendo. – ela estreita o olhar. – Vou acabar com você.
— Aposto que não. – Ucker cruza os braços e lança uma piscadela no ar.
— O que vão apostar? – Bola pergunta acima do murmurinho, limpando o resto de chocolate dos cantos da boca.
— É! O que vão apostar?
— Tem que ser algo quente!
— Aposta aí, Dul!
— Vai mesmo se arriscar? – Dul empina o nariz, numa superioridade intrépida.
— Adoro me arriscar. – Ucker revida, num tom sedutor daqueles abrasadores.
— Já que é assim, se eu vencer o jogo você corta os pulsos, que tal? – Dul replica.
— Poxa, peça algo que não envolva a minha morte.
— Ok, deixe eu pensar… hum, certo. Se eu ganhar, você será meu escravo por um dia inteirinho. O que acha disso? – Dulce arranca gritos estimulantes da turma.
— Seu escravo? Um dia inteiro? – Ucker finge pesar a aposta. – Muito bem, se você vencer, serei seu escravo, farei tudo o que mandar.
— Aêêêêêêêêêêêêêêêê! – a manifestação dos estudantes arranha os ouvidos.
— E se o Lex vencer? – Poncho fixa Dul com o olhar, por cima dos ombros do amigo.
— Ele pode pedir o que quiser, porque esse jogo eu já ganhei.
Dul mantém uma postura triunfante. Antes de responder, Ucker umedece os lábios, deixando a expectativa no ar. O cérebro do cara pensa rápido e seus lábios repuxam para os lados com a brilhante ideia. Talvez ele leve um soco. Ou um chute. Ou as duas coisas.
— Se eu vencer, você vai me beijar. De língua. Por um minuto. Contados no relógio.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! É isso o que todos gritam ao ouvir a proposta de Ucker. Any e Mai se entreolham, perplexas. Poncho dá tapas no ombro do amigo, empolgadíssimo. Será que Dulce aceitará?
— Como você é babaca. – ela bufa e estende a mão. – Negócio fechado.
Autor(a): Sophi
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É óbvio que o assunto em todas as panelinhas formadas na balsa é a nova aposta do momento. Ucker e Dul se enfrentarão amanhã, num jogo de tênis de vida ou morte. A garota está tranquila, certa da vitória. Any e Mai estão temerosas e cercam a amiga na proa, com os olhares arregalados. — O que foi que voc&ec ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 106
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menininha_uckermann Postado em 05/09/2016 - 17:53:16
Nem acredito que consegui encontrar essa fanfic de novo AAAAAAAAAH
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stellabarcelos Postado em 08/01/2016 - 13:18:53
Amei muito muito muito! A história é tão diferente do que eu esperava! Surpreendente, linda, engraçada e muito bem escrita! Amei
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larivondy Postado em 07/12/2013 - 19:12:19
AMEEEEI a web!! sério, maravilhosaa *-*
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ingred Postado em 02/12/2013 - 17:47:51
Pelo amor o quando venho aparecer... É que eu estava bem sem tempo... Mas prometo acompanhar a segunda temporada fervorosamente e sua nova fic tbm =D
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samelarbdporsiempre Postado em 21/11/2013 - 22:22:09
EU SABIA QUE VC NÃO IA ME DEIXAR TRISTE OU ME DECEPCIONAR :') TO MUITO ORGULHOSA DE VC KKKK AMOO SUA WEB,ELA É UMA DAS MINHAS PREFERIDAS :3 POSTA MAIS *_*
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vondymary Postado em 21/11/2013 - 11:07:02
AiMeuDeus!!! Sabia que você não ia decepcionar!!! *-------* Já olhando a outra para favoritar!
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dudasouzavondy Postado em 21/11/2013 - 09:31:46
aameeeei o final , a web foi simplesmente perfeita e uma das minha prediletas , parabéns voce escreve muito ! ansiosa para a Aposta 2 !
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vondyiocampos Postado em 20/11/2013 - 18:53:01
Obv que deve continuar flor necessito de msis amo a web esperando por mais vou começar a ler poçao de amor bjinhos
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fanyyrbd Postado em 20/11/2013 - 17:16:03
oh eu deus ,continua,eu maei a web do começo ao fim,posta mais!
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luanavondy Postado em 20/11/2013 - 11:54:59
continua com a segunda temporada, sua web é um máximo.