Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy

Dulce olha para o próprio reflexo no espelho. Precisou tomar outro Dorflex para a dor. Finalmente o remédio começa a fazer efeito. Mai entra no quarto, trazendo o café-da- manhã numa bandeja: uvas, pãezinhos e um copo de suco de laranja. Dul se senta para comer e já tem uma resposta para dar.
— O que decidiu? – Mai pergunta, abrindo sua mala de chinelos.
— Vou virar o jogo, você tem razão. Desistir da aposta seria mais humilhante ainda. E como quero vencer, preciso mudar a minha estratégia.
— Grande garota! Agora sim é a Dulce que eu conheço. – Mai comemora. – Sugiro começar a virar esse jogo já. Provoque e ao mesmo tempo despreze o Ucker. Pareça estar feliz, sorria o tempo todo. Você vai pegar o cara no contrapé, como fez ontem na quadra de tênis.
— E o que mais?
— Bem, precisamos dar um tapa no seu visual. Tire essa roupa de ginástica. Darei um up em você agora mesmo.
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Poncho dá um cutucão tão forte em Ucker que o cara se desequilibra. Dul e Mai passam pela piscina, arrancando assobios dos garotos e olhares fuzilantes das Kibis. Anahí acena para as duas, que vão ao seu encontro.
— Uau, vocês duas estão um must. – Anahí elogia, ajeitando os óculos de sol. Nota Poncho e Ucker com os olhos vidrados nelas.
– As meninas estão na praia, nos esperando. E só para constar, o Ucker está olhando para cá.
— Ah, é? – Mai dá um sorrisinho divertido.
– Ok, Dul, hora da ação.
— O que eu faço? – Dul congela, sem reação.
— Tire a canga. Deixe a boca do Ucker no chão. E então, vamos para a praia, como se esse fosse o dia mais feliz da sua vida.
Anahí e Mai se entreolham e desatam a rir. Dulce nunca fez algo assim antes, nunca provocou um cara. Talvez seja até engraçado. Ela age conforme as instruções de Ucker. Any é a única que consegue ver os garotos e quando meneia a cabeça positivamente, Dulce e Mai sabem que o alvo foi atingido, num tiro certeiro, à queima roupa.
— Vamos? – Dulce, com a canga pendurada no ombro, estende os dois braços para as amigas.
— Demorou! – Mai e Any se atrelam à Dulce e as três vão seguindo saltitantes, para o caminho que leva à praia.
~~***~~
Poncho precisa fechar a boca de Ucker, que ainda está entreaberta. Como sempre acontece quando se trata de Dul, o garoto acompanhou cada detalhe em câmera lenta: ela desamarrando a canga da cintura de forma sensual, deixando o tecido escorregar por sua pele vagarosamente, numa provocação explícita. A cena foi como um soco no estômago, deixando Ucker sem ar.
— Aquilo foi golpe baixo. Ela está provocando na cara dura! – Poncho se pendura no ombro de Ucker. – E eu que pensei que não veríamos a Dulce tão cedo.
— Mudança de planos, Cabeça. Vamos para a praia.
— Vai levar a aposta adiante? Não tínhamos combinado fingir para a Kibi? – o tom de Poncho é incerto.
— Não é mais uma aposta, agora é questão de honra. – Ucker tira a camiseta, enche o peito de ar e se arma do seu melhor sorriso sedutor.
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O mar, pós-chuva, está mais revolto do que de costume. Dulce e as garotas jogam vôlei, logo depois da zona de arrebentação. As ondas iniciam a formação onde elas estão, chegando a um metro de altura. Ucker e Poncho mergulham quando uma onda se quebra.
— Não olhe para trás, mas o Ucker e o Poncho estão se aproximando. Você vai flertar com o cara e quando ele chegar junto, vai desprezá-lo, entendeu? – Mai dá as instruções à Dul.
— E isso funciona? – Any pergunta, em dúvida.
— Funciona que é uma loucura. Vá por mim. – Mai confirma, já usou a técnica zilhões de vezes.
— É sério, preciso ter umas aulinhas com você. – Anahí vê a bola se aproximar e dá um toque para cima.
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Poncho e Ucker vão vencendo as ondas, mergulhando. Finalmente alcançam as garotas e entram no jogo. Ucker se posiciona entre Dul e Mai.
— Pensei que estaria dolorida hoje. – ele começa.
— E estou. – Dulce confirma.
– E você?
— Estou quebrado. – Ucker devolve a bola.
— Vou querer uma revanche qualquer dia desses. – Dulce não olha para o lado, foca toda sua atenção na bola vôlei.
— Não me odeia mais? – ele pergunta, num tom divertido.
— Não.
— Nesse caso, será um prazer. – Ucker arremata. O jogo vai rolando, sem incidentes. Os monitores entram no mar e se juntam ao bando, trazendo pranchas de surf e acessórios para mergulho. O jogo de vôlei chega ao fim e a turma cai matando sobre os apetrechos trazidos para a água.
— Onde você disse que é um bom lugar para mergulhar? – Dulce fita Ucker, descompromissadamente.
— Quer mergulhar? — Está se oferecendo para me acompanhar? – Dulce entra no jogo proposto por Maite.
E não é que a garota começa a gostar?
— Fique aqui. Vou pegar as máscaras. Mai, que estava próxima dos dois, levanta o dedo polegar em sinal de aprovação. Dulce bate continência para a amiga: A operação “Virando o Jogo” tem início imediato.