Fanfics Brasil - Trinta e quatro: A terceira e última etapa da caça A aposta - Vondy - ADP

Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy


Capítulo: Trinta e quatro: A terceira e última etapa da caça

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— Não vai rolar. – Dul recua, balançando a cabeça. – Minhas pernas não aguentarão nem a metade dessa subida.
— A escalada é bem punk mesmo. – Ucker analisa o mapa, buscando uma rota alternativa. O morro é um tanto íngreme, cheio de rochas, pedras soltas e vegetação rasteira. Dul observa quatro cordas que vem do cume até o sopé.
— Estou podre, o efeito do Dorflex já passou faz tempo. Acho melhor desistirmos.
— De jeito nenhum. Qual é, não sou cara de desistir fácil. – Ucker analisa as cordas e o terreno. – Mas você tem razão, também estou quebrado.
— Vamos voltar então. – Dulce recosta em uma rocha, esvaziando o cantil de água na nuca.
— Podemos dar a volta e contornar o morro. Veja o mapa. Se caminharmos rente a montanha, não iremos nos perder.
— Má ideia. Não sabemos onde a trilha vai nos levar. – Dulce discorda.
— Já disse, não vou desistir. Se quiser voltar, volte.
— O quê? E deixar você contar vantagem depois? Nada disso! Começamos juntos e vamos até o fim. – Dul se põe de pé, pronta para encarar o desafio.
– O que estamos esperando? Ucker deixa um sorriso debochado emoldurar sua face, iluminando-o de maneira transcendental. Dá uma olhadela no relógio de pulso e se sobressalta:
— Vamos andando, já são quatro da tarde.
~~***~~
Quando Dul e Ucker desaparecem na trilha secundária, Belinda e Bola finalmente saem de trás das árvores. Ainda estão algemados e a Kibi o puxa com brutalidade.
— Você é muito mole! – Belinda estressa.
— Chega disso. Você já conseguiu várias fotos por hoje. Eu quero voltar.
— Cale a boca e ande logo. – Belinda dá um tranco em Bola, colérica.
— Pare! Não vou mais seguir você. Seu plano é idiota, sabia? Você está tão cega de ódio que nem se deu conta disso. – o garoto estaca.
Notando que Bola não ajudará, Belinda resolve mudar de estratégia. Com lábios de mel, aproxima-se do cara, docilmente.
— Não quer ganhar um beijo meu? Não foi esse o nosso acordo? Se você for até o fim nisso comigo, é o que vai ganhar como prêmio. Bola, que nunca beijou uma garota na vida, começa a repensar. Mesmo sabendo que pode apanhar a qualquer instante, solta a bomba:
— Me dê um beijo agora ou nada feito. Trincando de raiva e com os punhos cerrados, Belinda se vê num beco sem saída. Na verdade, ela possui várias alternativas, mas opta por se manter no plano original.
— Você quer um beijo meu, Bolinha? E então fará tudo o que eu mandar? – a Kibi vai se aproximando, gingando, levando as mãos aos braços de um Bola todo arrepiado.
— Me dê um beijo de verdade que eu sigo você até o inferno. Reunindo coragem e imaginando que Bola se trata de Ucker, Belinda sussurra no ouvido do cara antes de lhe tascar um beijo:
— Que assim seja.
~~***~~
A mata é fechada e a trilha sumiu das vistas. Ucker e Dulce estão caminhando há quase uma hora e nada de chegarem a lugar algum.
— Já passamos por aqui, Ucker. Estamos andando em círculos. – nesse momento, um raio risca o céu. – E está para cair uma chuva daquelas! – Dulce faz uma pausa dramática, levando as mãos à cintura. – Que horas são?
— Cinco da tarde. – Ucker responde num fio de voz. Odeia a cara arrogante que Dulce faz quando tem razão.
— Me dê os sinalizadores. – ela estende a mão, batendo um dos pés no chão.
— Espere. – Ucker fecha os olhos, buscando escutar os sons da mata.
– Está ouvindo?
— O quê? Só escuto a chuva se aproximar.
— É barulho de água. – Ucker abre o mapa. – Se for o mesmo riacho, podemos seguir a trilha até chegarmos ao local onde encontramos a caixa. Aí ficará fácil voltar para a praia.
— Ucker, estamos perdidos e já são cinco da tarde. Os monitores e os professores devem estar preocupados.
— Confie em mim. – Ucker passa por Dul, seguindo o som da água.
— Mas que droga! – irritada, ela soca o ar e não vê alternativa a não ser seguir Ucker.
~~***~~
O garoto tinha razão, parece ser o mesmo córrego. Existe uma trilha larga ladeando as margens. Dulce completa o cantil com água fresca e Ucker faz o mesmo. A chuva começa a cair, um tanto tímida ainda. Relampeja e a escuridão se aproxima. Dul segue Ucker de cabeça baixa e não nota quando ele para abruptamente. A trombada desconcentra-a.
— Ai, o que foi agora? – pergunta, olhando por cima do ombro dele.
— A trilha acaba aqui. – Ucker rosna. Uma imensa rocha interrompe a trilha e não parece haver outro caminho. Dul esbraveja e ataca Ucker:
— Eu falei que deveríamos ter voltado, seu cabeça dura! Agora está escuro, estamos perdidos e demorarão séculos para nos acharem! – ela bate a mão espalmada na rocha, estressada. – Que droga, por que eu fui ouvir você?
— Quieta! Estou tentando pensar. – Ucker se altera.
— Quieta? Quieta? Está mandando eu ficar quieta? – Dul urra, mais alto que o barulho da chuva.
— Eu mandei calar a boca!
— Ah, é? Vem calar se você for homem, seu babaca!
Ai, ai, ai. Aí a garota mexeu com o brio do cara. Num ímpeto, Ucker parte para cima de Dul, segurando firme os ombros dela contra a rocha lodosa. Gotas de chuva escorrem pela face, levando o suor e a sujeira embora. Ucker não retruca. Seu peito – descamisado obviamente – movimenta-se num ritmo inconstante, acompanhando as batidas do coração. Esses dois estão próximos demais. Ucker se esquece de onde está e para onde deveria ir. Não se importa com a chuva, a trilha interrompida ou mesmo por estarem perdidos. A única coisa que ele quer é calar aquela boca. E ele a cala, sentindo um choque térmico ao tocar os lábios de Dulce. Tão sedosos, saborosos, sedutores. Ao invés de se afastar, ela corresponde, agarrando-se a ele, cravando as unhas em suas costas e descendo. Ucker fica louco quando ela apalpa sua bunda redonda e bem definida, demora a entender o que ela pretende com isso. Quando Ucker se dá conta, não há mais tempo para impedi-la. Dul acaba de iluminar o céu com um dos sinalizadores. Ele se afasta, limpando a boca como se tivesse pedido sorvete de chocolate e na verdade, a sobremesa fosse feita de jiló.
— Por que fez isso? – interpela, lançando um olhar abrasador na direção de Dul.
– Por um milionésimo de segundo, pensei que estávamos nos entendendo.
— Pensou errado. – Dul rebate. – Estou com fome, com frio, debaixo dessa chuva e ainda por cima perdida com você. O que eu deveria fazer?
Um farfalhar no meio da mata atrai a atenção dos dois. Entreolham-se, sem saber o que pensar. O barulho torna-se mais intenso, algo aproxima-se rapidamente. Ucker segura Dulce contra a rocha, selando seus lábios com o indicador. Tira o canivete do bolso e com um aperto de botão, libera a faca. O farfalhar continua. O que mais pode dar errado no dia de hoje? Dulce está apreensiva, aguardando. Um instinto protetor desperta o homem das cavernas que existe em Ucker. Assume uma posição de ataque, protegendo- a com o próprio corpo e a lâmina em punho.
— Ah, são vocês. – uma cínica Belinda finge surpresa.
– Não somos os únicos perdidos, viu Bolinha?
— Ei, Ucker, vai nos matar? – Bola aponta para o canivete.
Ucker fecha a faca e guarda o acessório no bolso, relaxando.
— O que estão fazendo aqui? – Dul pergunta, por sobre o ombro de Ucker.
— Estamos perdidos, como vocês. Vimos o sinalizador e viemos para cá. – Bola, acostumado a mentiras, nem precisa se esforçar.
— Vocês ainda estão algemados. – Ucker observa, intrigado.
— Longa história. – Belinda leva as mãos aos cabelos molhados, sacudindo-os a seguir.
– Não deveríamos usar outro sinalizador?
— Eu solto, eu solto! – Bola empolga e aponta o cano vermelho para cima, liberando a luz a seguir. A noite se ilumina de imediato.
— Agora temos que esperar. – Ucker se vira para Dulce que, como ele, também sente a mentira no ar. Belinda e Bola iniciam uma discussão irritante sobre onde sentarão. Apesar de ensopada, a Kibi não quer sujar o minúsculo short. Enquanto eles brigam, Dul aproxima- se de ucker e sopra em seu ouvido:
— Não é mega estranho estarem algemados ainda? Acha que estavam nos seguindo?
Ucker suspira alto. Dul tinha razão, estavam sendo seguidos. A Kibi quer vingança e pelo visto, mantém algum plano diabólico em mente que envolve espionagem e sabe-se lá mais o quê. Mas Ucker descobrirá, afinal, Bola está metido nisso de alguma maneira.
— Dul, eu não faço ideia. – ele puxa o sinalizador do bolso traseiro da bermuda, encarando o tubo por algum tempo.– Bola, vocês tem mais um aí, certo?
— Sinalizador? É, temos mais um.
— Vamos disparar um a cada cinco minutos, beleza?
— Beleza, Ucker. – Bola concorda, desequilibrando-se e caindo quando a Kibi o puxa para baixo. Ucker vai até o riacho e pega algumas pedrinhas no chão. Começa a jogá-las, uma a uma, no meio da corredeira, na intenção de fazer com que o tempo corra mais depressa. Bola e Belinda não param de discutir um segundo. Ucker olha para Dul de esguelha. Ela está se abraçando, trêmula. A chuva é pesada, fria e a sensação térmica cai alguns graus. Tomado por uma força maior, ele caminha até a rocha, arrancando a camiseta presa à bermuda, torcendo-a para tirar o excesso de água. Aproxima-se de Dul, colocando a camiseta sobre os ombros dela. Os dois se encaram.
— Logo estaremos no hotel. – Ucker ajeita uma mecha úmida do cabelo de Dul atrás da orelha.
— Preciso de um banho fervendo. – ela fricciona as mãos contra os braços, tentando em vão se aquecer.
— E depois, um cheeseburger duplo com maionese. – o estômago de Ucker dá as caras quando pensa em comida.
— Com batatas fritas. – ela sorri, penetrando mais fundo nos olhos de Ucker.
— E milk shake de chocolate.
— Com caramelo.
Uma nuvem elétrica cerca esses dois, prendendo-os de maneira sobrenatural. Ucker sente uma vontade irresistível de tocá-la, mas é Dul quem diminui a distância, afundando o rosto em seu peito. Ela arfa quando se sente abraçada, seu corpo se arrepia quando a temperatura começa a subir.
— Já devem estar chegando. – Ucker pressupõe, tocando a testa de Dul com os lábios.
— Hum, hum. – ela já não sabe se quer ser resgatada. Por um breve momento, a segurança que sente nos braços de Ucker parece bastar.
— Não está na hora de soltarmos outro sinalizador? – Bola pergunta, acima das reclamações de Belinda.
— Manda lá, Bolota. – Ucker responde, sem olhar para trás.



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Autor(a): Sophi

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 106



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  • menininha_uckermann Postado em 05/09/2016 - 17:53:16

    Nem acredito que consegui encontrar essa fanfic de novo AAAAAAAAAH

  • stellabarcelos Postado em 08/01/2016 - 13:18:53

    Amei muito muito muito! A história é tão diferente do que eu esperava! Surpreendente, linda, engraçada e muito bem escrita! Amei

  • larivondy Postado em 07/12/2013 - 19:12:19

    AMEEEEI a web!! sério, maravilhosaa *-*

  • ingred Postado em 02/12/2013 - 17:47:51

    Pelo amor o quando venho aparecer... É que eu estava bem sem tempo... Mas prometo acompanhar a segunda temporada fervorosamente e sua nova fic tbm =D

  • samelarbdporsiempre Postado em 21/11/2013 - 22:22:09

    EU SABIA QUE VC NÃO IA ME DEIXAR TRISTE OU ME DECEPCIONAR :') TO MUITO ORGULHOSA DE VC KKKK AMOO SUA WEB,ELA É UMA DAS MINHAS PREFERIDAS :3 POSTA MAIS *_*

  • vondymary Postado em 21/11/2013 - 11:07:02

    AiMeuDeus!!! Sabia que você não ia decepcionar!!! *-------* Já olhando a outra para favoritar!

  • dudasouzavondy Postado em 21/11/2013 - 09:31:46

    aameeeei o final , a web foi simplesmente perfeita e uma das minha prediletas , parabéns voce escreve muito ! ansiosa para a Aposta 2 !

  • vondyiocampos Postado em 20/11/2013 - 18:53:01

    Obv que deve continuar flor necessito de msis amo a web esperando por mais vou começar a ler poçao de amor bjinhos

  • fanyyrbd Postado em 20/11/2013 - 17:16:03

    oh eu deus ,continua,eu maei a web do começo ao fim,posta mais!

  • luanavondy Postado em 20/11/2013 - 11:54:59

    continua com a segunda temporada, sua web é um máximo.


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