Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy
Chef Louis traz dois pratos fundos, recheados com risoto de salmão e cebolinhas picadas por cima. Dulce já perdeu a fome e Ucker encara o prato, ainda com o maxilar trincado. Quando se veem novamente sozinhos, Ucker a fita com um olhar febril e uma expressão que Dulce nunca viu antes.
— Eu vou matar esse cara.
— Não precisa. – Dul deixa um sorriso escapar. – O Dan, meu irmão, acabou com o Mustang novinho dele com um taco de beisebol e a ajuda de uns amigos. E há duas semanas eu soube que ele finalmente foi preso, por aliciamento de menores. Na época, meu pai até pensou em processar o cara, mas minha mãe o fez desistir da ideia. Eu era muito nova e o escândalo poderia ter sido muito pior para mim. Eu aprendi uma lição, da pior maneira, tenho que admitir. Mas hoje ninguém me faz de idiota. Eu nunca mais vou deixar que alguém me use dessa forma. – se Dulce estava tranquila, isso muda quando ela profere as duas últimas frases. Um brilho cortante surge em seus grandes olhos amendoados. – Consegue me entender melhor agora?
— Não me importa se ele foi preso, ainda quero matar esse desgraçado. – Ucker sustenta uma expressão a lá Chuck Norris. – Eu não faria isso com você, nunca a enganaria dessa maneira.
— Ah, Christopher, qual é! – Dulce zomba. – Você é o galinha do Prisma, um apostador, um mentiroso… conta outra, vai.
— Acha que eu chegaria a esse ponto? – Ucker faz uma pausa com o cenho franzido. Quer provar que Dulce não precisa temê-lo de maneira alguma e ele sabe como a convencerá: – Quer ouvir uma história?
— É sobre uma aposta? – Dulce empurra o risoto para o lado, apoiando os cotovelos na mesa.
— É sobre uma aposta sim. E isso vai provar a você que eu tenho caráter.
— Por que quer me provar isso? Não estou cobrando nada.
— Ainda assim, quero contar. Vai ouvir?
Nesse ponto, Chef Louis faz cara de quem vai chorar. Quando entra no bangalô e vê os dois pratos intocados, o francês sai e o baiano arretado entra em cena.
— Oxente! Vocês nem tocaram no risoto!
— Desculpe, Chef, estamos realmente satisfeitos. E aliás, estava tudo perfeito. – Ucker não tira os olhos de Dulce e vice-versa.
— Bom, nesse caso, vou trazer as sobremesas. Vocês vão comer, certo?
— Pode trazer. – é Dulce quem responde e o Chef volta para a cozinha, choramingando com o garçom.
Ucker observa Dulce com outros olhos. Apesar do ódio que está sentindo pela história que ouviu, sente-se orgulhoso por ela não ter se deixado abater, como era de se pressupor. Ela é forte e soube canalizar muito bem a amarga experiência que vivenciou.
— Não me olhe assim, não quero que sinta pena. – Dulce se remexe, um tanto desconfortável.
— Pena? O que sinto está bem longe disso.
— Tenho que confessar que foi muito bom colocar isso para fora. Talvez você tenha conseguido o que ninguém mais conseguiu.
— Derrubar o muro que você construiu para se proteger? – Ucker arrisca um palpite.
— É, algo assim. – ela faz uma pausa lacônica antes de passar a palavra para Ucker: – Bem, sua vez de falar.
Ucker se ajeita melhor, como se isso tornasse a tarefa a seguir mais fácil. Esse é um segredo bem guardado, que ele se sente impelido a dividir com Dul. Assim como agora ele a entende melhor, talvez ela o compreenda também.
— Eu fiquei com a Belinda no ano passado. Nunca tinha namorado ninguém antes e não estava interessado. Não por medo de me envolver, entenda. Eu acho que não estava pronto, não tinha encontrado a pessoa certa. – Ucker faz uma pausa e busca os olhos de Dul. Se ela entendeu o recado eu não sei, mas nós entendemos! – A galera vivia me zoando, dizendo que eu não era bom com essa coisa de relacionamentos. Até aí, tudo certo. O problema aconteceu no dia em que me desafiaram a namorar uma mesma garota, por quinze dias.
— Você não se conteve e quis provar que era capaz. – Dulce adivinha, sabiamente. – Vocês garotos são tão estranhos.
— Poncho lançou a aposta e…
— Sempre o Poncho. Ele é aquele diabinho de chifres que fica sobre o ombro esquerdo, não é? – Dul interrompe a narrativa.
— Para dizer a verdade, na maior parte do tempo ele é o anjinho de auréola sobre meu ombro direito. – Ucker morde o lábio e o Chef volta da cozinha.
— Esse é o trio Inamorata. Mousse de chocolate branco, mousse de coco e mousse de morango com calda de frutas vermelhas. – o Chef explica e o garçom coloca os pratos ricamente enfeitados sobre a mesa. – Se vocês não comerem, juro que me afogo no mar.
Dul e Ucker não se aguentam e desatam a rir. Para que o Chef não cometa suicídio, Nina pega uma colherada e leva aos lábios. O mousse de morango derrete na boca e ela solta um suspiro de prazer. O Chef sorri, orgulhoso.
— Querem um café? Um chá? Um cappuccino? – ele oferece.
— Não, obrigada. – Dul recusa.
— Estamos bem, valeu mesmo. – Ucker também recusa e quando ficam sozinhos, tenta retomar a linha de raciocínio:
– Onde eu estava?
— Na aposta de quinze dias lançada pelo lado demo do Poncho. – Dul elucida e solta outro suspiro ao levar o mousse de coco à boca. – Cara, isso está muito bom!
— O lance foi que eu aceitei a aposta. A Belinda estava a fim e eu jurei levar o namoro à sério, como namorados costumam fazer.
— Você enganou a garota. – Dul alfineta.
— Ela queria namorar e eu dei isso a ela, por um breve período. – Ucker dá de ombros, indiferente.
— Em que você é tão diferente do cara que me enganou? – Dulce assume uma postura de ataque.
— Chegarei lá. – Ucker faz outra pausa. – Nós namoramos por quinze dias e eu tenho consciência de que fui um ótimo namorado. Eu a levava ao shopping, ao cinema, ao Mc Donald’s, ao Burguer King, à sorveteria e ainda escutava aquela ladainha chata de sempre, com a maior boa vontade.
— Hum, sei.
— É sério, não foi fácil como você imagina. No décimo sexto dia, eu já estava pronto para terminar o namoro. Tinha vencido o desafio e poderia ganhar minha liberdade de volta. E como eu ansiava por ela, você não faz ideia. A garota vivia no meu pé, me ligando de cinco em cinco minutos, me proibindo disso e daquilo, palpitando em tudo, reclamando de todos os meus amigos… enfim, foi o inferno na Terra. “Numa tarde, ela chegou na minha casa sem avisar. Quando dei por mim, ela estava praticamente nua, se oferecendo desesperadamente.” – Dulce solta a colher no prato e engasga. Precisa de água para se recuperar do choque. Antes que possa fazer qualquer comentário, Dul continua. — A Belinda armou uma emboscada e tive que terminar o namoro com ela deitada na minha cama, seminua, numa das situações mais embaraçosas pelas quais já passei na vida.
— Vocês… quero dizer… você e ela…?
— Não! Eu jamais faria algo assim! Dul, eu não conseguiria conviver com isso.
— Ucker, não me diga que é virgem?
— Claro que não! Mas eu não poderia fazer isso com a Belinda, você entende? Tudo não passava de uma aposta.
Só um detalhe: quando Ucker praticamente gritou “claro que não”, Dul sentiu uma pontada de ciúmes brotando em algum lugar do seu ser.
— E o que ela fez? – até o tom da garota mudou depois disso.
— Foi a cena mais deprimente que eu já assisti. Juro que me senti um crápula, da pior espécie. Ela se ajoelhou e implorou para que eu voltasse atrás. Contei sobre a aposta, deixei tudo às claras, mas nada parecia adiantar.
— Ela implorou para você não terminar o namoro? – Dul é pega de surpresa, não consegue imaginar Belinda suplicando por nada.
— Não! Implorou para que eu transasse com ela!
— Ai. Meu. Deus.
— Está entendendo agora? Depois desse lance com a Belinda, eu jurei que nunca mais entraria em uma aposta.
— Nunca mais?
— Envolvendo mulheres, depois da Belinda, você foi a única. – ele a encara, com profundidade. – Eu não queria aceitar essa aposta, Dulce.
— Por que aceitou? Hum, terreno perigoso! Será que Ucker terá a coragem de abrir o jogo e contar que está sendo chantageado pela Kibi Mor?
— Ei, vencedores! Como foi o almoço? – o monitor-chefe entra no bangalô, todo sorridente.
— Foi excelente. – Ucker responde aliviado, mais uma vez salvo pelo gongo.
— Nina?
— Foi ótimo, valeu o desafio. – ela responde, num tom de decepção. O monitor tinha que aparecer justo agora?
— Bem, se já tiverem terminado, a lancha os aguarda. Vamos?
— Esse papo não termina aqui. – Dulce sussurra para Ucker enquanto seguem o monitor em direção ao píer.
~~***~~
A lancha não é grande como Dul imaginou. É toda branca, com frisos laterais azuis e poucos lugares à bordo. O monitor- chefe liga o motor e pede que os garotos se segurem, porque a embarcação vai voar. Ucker e Ucker se sentam no único banco de dois lugares. Ela quer voltar no assunto da aposta, mas quando a lancha arranca, fica difícil falar com o barulho do vento. Nesse caso, ela grita:
— Vai me contar, não vai? Sobre o porquê de ter aceitado a aposta?
— Não agora!
— Ucker, não me enrole.
— Dulce, eu não sou o filho da puta que você imaginava. Isso já não basta?
— Não!
A lancha percorre todo o contorno da ilha, numa velocidade surpreendente. Em alguns pontos, é como se a embarcação realmente planasse sobre a água, criando ondas laterais e assustando os pássaros. Ucker e Dulce estão divagando em suas próprias mentes. As belezas naturais passam voando e eles nem se dão conta. Ucker está ruminando sobre tudo o que Dulce contou no almoço. Imagina-se quebrando a cara do sujeito que a enganou, arrancando- lhe todos os dentes da boca. Dul está pensando em Belinda e na cena que se desenrolou no quarto de Ucker. Nem em mil anos ela se submeteria a implorar por um cara dessa maneira. Realmente Ucker não é o filho da puta que ela imaginava. Ao pensar nisso, dá uma olhada de esguelha para ele. Um sorriso tímido lhe escapa dos lábios, um gesto que finalmente, quebra a carapaça ao meio.
Autor(a): Sophi
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Dulce não consegue conversar com Ucker quando voltam do passeio de lancha. Poncho os aguarda no píer, parecendo um tanto quanto desesperado. Antes que os dois amigos sumam de vista, Ucker pelo braço. — Nossa conversa não terminou. — Eu sei que não. Nós vamos retomar, eu prometo. – Ucker está sendo disputado c ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 106
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menininha_uckermann Postado em 05/09/2016 - 17:53:16
Nem acredito que consegui encontrar essa fanfic de novo AAAAAAAAAH
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stellabarcelos Postado em 08/01/2016 - 13:18:53
Amei muito muito muito! A história é tão diferente do que eu esperava! Surpreendente, linda, engraçada e muito bem escrita! Amei
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larivondy Postado em 07/12/2013 - 19:12:19
AMEEEEI a web!! sério, maravilhosaa *-*
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ingred Postado em 02/12/2013 - 17:47:51
Pelo amor o quando venho aparecer... É que eu estava bem sem tempo... Mas prometo acompanhar a segunda temporada fervorosamente e sua nova fic tbm =D
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samelarbdporsiempre Postado em 21/11/2013 - 22:22:09
EU SABIA QUE VC NÃO IA ME DEIXAR TRISTE OU ME DECEPCIONAR :') TO MUITO ORGULHOSA DE VC KKKK AMOO SUA WEB,ELA É UMA DAS MINHAS PREFERIDAS :3 POSTA MAIS *_*
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vondymary Postado em 21/11/2013 - 11:07:02
AiMeuDeus!!! Sabia que você não ia decepcionar!!! *-------* Já olhando a outra para favoritar!
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dudasouzavondy Postado em 21/11/2013 - 09:31:46
aameeeei o final , a web foi simplesmente perfeita e uma das minha prediletas , parabéns voce escreve muito ! ansiosa para a Aposta 2 !
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vondyiocampos Postado em 20/11/2013 - 18:53:01
Obv que deve continuar flor necessito de msis amo a web esperando por mais vou começar a ler poçao de amor bjinhos
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fanyyrbd Postado em 20/11/2013 - 17:16:03
oh eu deus ,continua,eu maei a web do começo ao fim,posta mais!
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luanavondy Postado em 20/11/2013 - 11:54:59
continua com a segunda temporada, sua web é um máximo.