Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy

Ucker com um lenço de seda Pensativa. Na beira do mar, Dulce segura o lenço azul entre as mãos. Ele se agita suavemente, dançando com a brisa que vem do oceano. Seus pés estão cravados na areia enquanto observa, atenta, as pequenas ondas se formarem. A água chega, tocando seus pés e recua, para voltar logo a seguir. Está pesando sobre o que Maite disse, essa coisa que envolve sofrimento e amor. Se for enganada novamente, será que suportará? Dulce não tem certeza de que sim ou de que não. Mas assim é a vida, não é? Recheada de incertezas. Mai tirou Hulk para dançar. Não, ela não se esqueceu de Dan. Está triste, um tanto saudosa e também não tem certeza sobre nada. Ela e Hulk não têm nada em comum, são apenas amigos. Podemos dançar com amigos, não podemos? É o que ela está fazendo nesse exato momento. O ar fresco preenche os pulmões de Dul, relaxando-a. Não sente o vazio, não se sente sozinha no momento. E realmente ela nã está. Ucker está parado a uma curta distância, apenas coexistindo. Observa os cabelos de Dul esvoaçando para trás, juntamente com seu vestido semi-transparente. O perfume que ela exala chega às suas narinas e ele infla o peito, tomando coragem.
— Pensei que esse lenço me tiraria para dançar. – a voz grave e um tanto rouca atravessa o ar da noite.
Dulce não se vira, mas sorri. É um sorriso de lábios fechados, um tanto contido. Solta uma das mãos do lenço e, sentindo-se livre, o tecido se agita para trás, alcançando Ucker que o pega com a mão direita. Nesse momento, ambos estão unidos por um lenço azul de seda, comprido demais, distante demais. Ucker vai enrolando o lenço na mão, diminuindo o espaço que os separa, chegando cada vez mais próximo. Dulce sente a aproximação às suas costas.
— Me diga que não é apenas uma aposta. – as palavras dela são levadas pela brisa, carregadas de insegurança.
— Não é apenas uma aposta. – o hálito quente de Ucker alcança seu pescoço. Estão tão próximos que, talvez, nem o fino lenço de seda consiga ficar entre eles. Dulce gira sobre a areia e seus cabelos voam para o rosto, alcançando Ucker. Com as duas mãos, ele os alisa para trás. Ela estremece ao simples toque, tombando a cabeça de lado e cerrando as pálpebras. Ucker sente uma urgência em beijá-la e dá voz a essa vontade:
— Não sabe o quanto eu quero beijar você, aqui, agora. – Ucker acaricia o rosto de Dul com a ponta dos dedos. – Mas não posso permitir que todos vejam, não quero que perca a aposta.
— Eu não ligo em perder. Porque na verdade, acho que ganharei.
— Você já ganhou.
Os olhos de Dulce se abrem e se veem orbitando os raios solares de Ucker. Não, ele não está mentindo. Será que Dulce deve confiar em sua intuição? Uma comoção vem do tablado. Os olhares de ambos são imediatamente atraídos para lá. E o que presenciam, eu descrevo agora, em detalhes:
Poncho está com as costas arqueadas para a frente, tombando Any em seus braços, como sempre acontece no final de uma dança. Os olhos estão cravados um no outro e as respirações se fundem numa só. Poncho sustenta uma expressão de admiração e Any está com um ar sonhador. Os lábios se entreabrem, as pálpebras de fecham. Num movimento sutil onde os sentimentos assumem o comando, a boca de Poncho envolve a de Any, em um momento para lá de perfeito. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! É o que todos os observadores deixam escapar, mesmo que o grito seja silencioso. Uma expressão incontida de felicidade desagua no rosto de Dul. Quando Ucker gira para encará-la, o semblante dele é o mesmo.
— Finalmente a Any tomou coragem. – Dul vai recolhendo o lenço enrolado na mão de Ucker.
— Posso dizer a mesma coisa do Poncho. – Ucker solta a ponta quando Dulce o puxa delicadamente. – E então, esse lenço não vai mesmo me tirar para dançar?
— Quem disse isso? – Dul murmura e na ponta dos pés, passa o lenço em volta do pescoço de Ucker. – Essa noite, você é meu.