Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy

Antes de invadirmos o quarto das Kibis, contarei uma historinha para vocês. É sobre um tal de Fabiano Bola e o ódio secreto que ele nutre por Christopher Uckermann. Bola, desde que se entende por gente, possui um sentimento profundo em seu íntimo. Um amor sufocado e bem guardado por sua musa inspiradora, aquela que invade seus sonhos todas as noites. Essa garota se chama Belinda, a Kibi. Quando Bola descobriu que Beli e Ucker haviam ficado, sofreu como um cão sem dono. Apesar de saber que nunca teria a Kibi em seus braços, Bola gostava de fantasiar com o dia em que ela finalmente olharia para ele com outros olhos. É claro que isso nunca aconteceu. Quando o garoto soube que o namoro não passava de uma aposta, ficou completamente doido. Na saída do colégio, puxou a Kibi para um lugar mais tranquilo e lhe contou tudo o que sabia a respeito. Esse era o terceiro dia do namoro Ucker versus Belinda. Transcrevo agora o diálogo entre os dois, depois que o Bola contou tudinho para a Kibi
Mor:
— E daí? – Belinda pergunta, impaciente.
— Estou dizendo que você está sendo enganada! – Bola é mais enfático.
— Eu já sabia sobre a aposta, seu idiota. A Suze ouviu os meninos conversando. – Belinda mira as unhas cor de ameixa.
— E você vai aceitar isso? – Bola está inconformado.
— É a minha única chance com o Ucker. E eu vou agarrá-la, com as unhas se for preciso.
— Beli, você não precisa disso. Não acredito que vá se humilhar desse jeito. – Bola tenta tocá-la, mas a Kibi recua, em repulsa.
— O que eu faço ou deixo de fazer, não lhe interessa. – Belinda diz, ríspida. – Me deixe em paz, tá legal?
— Mas, Beli…
— Tchau, Bola.
Já sabemos o que aconteceu depois: pole dance, Kibi seminua, Ucker em perigo, fim da aposta. Bola assistiu a Kibi chorar na manhã seguinte do término do namoro. Viu Ucker ser condecorado. E ouviu um papo que não deveria ter escutado. Ucker não contou a ninguém sobre o que realmente aconteceu naquele quarto. Mas, como não consegue esconder nada de Poncho, acabou abrindo a verdade para o melhor amigo quando se viram sozinhos no laboratório de química. Eles não estavam realmente a sós. Bola, escondido debaixo do balcão, fugia dos garotos do ano anterior. Ele havia aprontado, de novo, e estava sendo perseguido por todo o colégio. Encolhido e agachado no chão, Bola acompanhou o relato detalhado de Ucker sobre a tarde anterior em seu quarto. Escutou o cara reclamar e dizer o quanto havia sido constrangedor. Ouviu – quase chorando – quando Ucker contou como ela havia implorado para que transassem. A risada incrédula de Poncho lhe arranhou os ouvidos, principalmente quando o pirata a chamou de vagabunda. Naquele dia surgia a lista negra de Bola. E Ucker e Poncho encabeçavam essa lista.
~~***~~
Belinda finge estar dormindo quando Suzana e Ana Paula voltam para o quarto. Ela é tão boa atriz que eu juraria estar vendo a garota em sono R.E.M. Suzana e Ana Paula não se conformam com o que aconteceu pouco antes, na pista de dança. Não entendem como Belinda pôde beijar Bola daquela maneira. O que a Kibi Mor estará tramando?
— Ela deve ter seus motivos. – Ana sussurra, vestindo a camisola.
— Que motivos? Isso é loucura, essa vingança a cegou completamente. – Suzana tira a colcha da cama e se enfia debaixo dos lençóis.
— Do jeito que você fala, até parece que não quer essa vingança. A Dulce nos humilhou, Suze. Temos que nos vingar!
— Nós aprontamos muito com ela também. Lembra quando estouramos três tubos de cola dentro da mochila dela? E quando roubamos suas roupas depois da aula de educação física?
— É, eu lembro. – Ana se recorda sim. Chegou a ficar com dó da garota naquele dia.
— Então! – Suzana ajeita o travesseiro. – Acho que estamos quites. Nós a humilhamos, ela nos humilhou. Acabou. Temos que continuar com nossas vidas.
— A Beli não pensa assim. E você sabe que se não ficarmos do lado dela…
— Sim, eu sei. Ela continuará nos chantageando. – Suze revira os olhos, cansada de ser usada.
— É isso. – Ana puxa o lençol até o pescoço. – Vamos dormir, amanhã perguntaremos o que está acontecendo, tá bom? Boa noite.
— Boa noite, Ana.
~~***~~
Os primeiros raios de sol atravessam as persianas, iluminando o quarto das Kibis. Esse é o último dia na Ilha Inamorata e Bárbara está excitada demais para continuar na cama. Quando finalmente abre os olhos, Belinda vê Suzana e Ana Paula ajeitando as coisas, vestindo biquínis mínimos. Ela ainda se lembra do diálogo da noite anterior e precisa saber se pode ou não contar com suas amigas.
— Estão comigo ou contra mim? – Belinda pergunta, num tom rouco.
As duas levam um tremendo susto. Suzana e Ana Paula se entreolham nervosamente. Será que Belinda ouviu a conversa sussurrada?
— Estamos com você, mas antes terá que nos contar o que está acontecendo. Por que beijou o Bola daquela maneira? – Ana penteia as madeixas oxigenadas para trás.
— O Bola tem algo para esquentar essa vingança. – Belinda respira fundo. – E eu vou precisar da ajuda de vocês.
— O que teremos que fazer? – Suzana amarra a canga em volta da cintura.
— O que fizeram até agora. Ficar à espreita, aguardando o momento chegar. Quero fotos e vídeos de tudo o que rolar hoje. – Belinda se levanta num pulo, espreguiçando-se demoradamente.
— O que o Bola tem a ver com tudo isso? – Suzana interpela.
— Ele tem algo que pode mudar o rumo dessa vingança. – Belinda abre a mala rosa chiclete e tira de lá um fio dental branco e não é de limpar os dentes.
— Explique para nós. – Suzana se senta aos pés da cama, passando uma leve camada de protetor solar nos braços.
— O Bola vai colocar algo na bebida da Dulce e se as coisas correrem como imagino, ela vai fazer tudo o que tiver vontade. Nós iremos fotografar e filmar cada passo da vagaba.
— O que o Bola vai colocar na bebida dela? Ele vai drogá-la? – Ana sobressalta-se. – Beli, isso é absurdo!
— Absurdo, Ana? Absurdo foi o que a vagaba fez com a gente! Já se esqueceram? – Belinda vinca a testa, as pálpebras pulsando enraivecidas.
— Drogar a Dulce é demais, Beli. É demais até para você! Isso já ultrapassou todos os limites aceitáveis. – Suzana pega sua toalha de piscina e finaliza: – Eu tô fora.
— Não pode cair fora! Ou então vou contar para os seus pais que…
— Pode contar! Já cansei de ser chantageada por você. Cansei de ser manipulada, usada, humilhada! – Suzana faz uma pausa para respirar. – Isso não é amizade.
Pisando duro, Suzana vai para a piscina, batendo a porta do quarto com força ao sair.
— E você, Ana? Vai me trair também? – as pupilas de Belinda se dilatam de tanto ódio.
— Não, Beli. Estou com você até o fim.