Fanfics Brasil - Cinquenta e três: A volta para casa A aposta - Vondy - ADP

Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy


Capítulo: Cinquenta e três: A volta para casa

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A manhã chega, com cara de ressaca. Dul está sendo examinada e aparentemente o quadro é bom. Como prescrição, o médico lhe pede que faça refeições leves com muitas frutas e sucos naturais. O estômago de Dul revira quando ele faz menção à sucos. O laudo do exame de sangue dela ficará pronto em dois dias. Somente com isso em mãos o médico poderá traçar um plano de desintoxicação, se for esse o caso. Ele se despede, deixando uma Margareth mais tranquila para trás. As garotas tomam o café-da-manhã no quarto, enquanto arrumam as malas. Dulce está se sentindo debilitada e não sabe dizer qual é o motivo da fraqueza. Possivelmente seja um dos efeitos da droga, talvez a falta de uma alimentação mais substanciosa ou quem sabe seja o estrago que Belinda fez em sua vida. Acredito que as três alternativas anteriores sejam válidas. Anahí enxuga as lágrimas, jurando que não derrubará mais nenhuma por Poncho. Mai a abraça forte, um abraço de urso, que faz com que a amiga se sinta amada e um pouco melhor.
— Teremos uma viagem longa pela frente. Dulce, fique longe da Belinda. Não entre na provocação ou você perderá a razão, compreendido? – Margareth está à porta do quarto das meninas.
— Pode deixar. – a voz de Dul é só um fiapo.
— Maite, você fica responsável por cuidar dessas duas, está bem? – a professora delega e ela aceita prontamente a incumbência. – Darei uma passada nos outros quartos. Qualquer mudança no quadro da Dulce, me avise.
~~***~~
A balsa está ancorada no píer. Da sacada do quarto, Dulce acompanha os primeiros alunos se dirigindo para lá. Olha em volta, recapitulando tudo o que aconteceu nesses últimos sete dias. E não foi pouca coisa. Mai e any se unem a Dul na sacada. Nenhuma das três diz palavra, afinal, o que há para ser dito? A brisa marítima acaricia o rosto das garotas, jogando seus cabelos para trás. O aroma e o som que vem do mar trazem uma sensação de quietude e paz, tão necessárias nesse momento. Uma lágrima solitária escorre pelo rosto de Dulce. Não há um motivo específico. Por mais que as férias tenham terminado da forma mais catastrófica possível, Dul sentirá saudades dos momentos fantásticos que viveu na ilha. Esses também foram muitos e serão memoráveis por toda a vida.
— Está na hora. – Mai avisa, já sentindo saudades do mar e da boa vida.
— Seremos amigas para sempre, não seremos? – é Any quem faz a pergunta.
— Depois de tudo o que vivemos? Seremos amigas pela eternidade. – Mai deixa uma gargalhada gostosa escapar e Dul se contagia, sorrindo também.
— A única coisa boa do Prisma foi ter conhecido vocês duas. – Dul revela, puxando as amigas para um abraço grupal.
~~***~~
A balsa está silenciosa. Fora o barulho dos motores e hélices, nenhum piu é ouvido. As expressões são sérias, tristes, perdidas. Se o dia anterior pudesse ser apagado da linha temporal, essa balsa seria uma festa e não um velório. Os professores circulam a todo o momento, evitando que os alunos com rixas a resolver se encontrem e o pau volte a comer solto. Desde que Suzana dedurou a Kibi Mor, a garota foi aceita no grupo das meninas e até dormiu no dormitório de Angelique a na noite passada. Não havia clima para dividir o quarto com Ana Paula e Belinda. E querem saber? Suzana está se sentindo muito melhor agora. Ucker e Poncho estão na popa da balsa, observando a ilha se afastar lentamente. Sentem como se o dia anterior não tivesse passado de um sonho macabro e distante. Infelizmente, os dois sabem que foi bem real. Dul está na proa com as meninas. Não quer olhar para trás, não quer ver a ilha se afastar. O negócio agora é olhar para a frente, para o futuro, para o desconhecido. Belinda, Bola e Ana Paula estão na parte interna da balsa, sendo vigiados de perto por Margareth. Ela já avisou que se algum deles sair da linha, os abandona onde quer que seja e sem remorsos. E assim, a balsa viaja tranquila até finalmente aportar no continente.
~~***~~
O ônibus está à espera quando a balsa ancora. Os estudantes vão descendo um a um e se dirigindo para a condução num silêncio mórbido. O motorista do ônibus – o mesmo da vinda – não entende nada e dá de ombros, feliz por, aparentemente, ter uma viagem tranquila pela frente até o aeroporto. Quando Ucker entra no ônibus, seguido por Poncho, vai passando pelas fileiras de assentos e estaca quando vê Dul sentada sozinha. Antes que ele possa pensar em dizer ou fazer qualquer coisa, Angel dá um empurrão de leve no cara e se senta ao lado de Dulce, não deixando qualquer outra opção a Ucker a não ser seguir em frente.
Dul sabia que ele estava olhando para ela, mas nem assim tirou os olhos do asfalto.
~~***~~
O avião decola no horário, sem maiores transtornos. Já estão voando há uma hora e Belinda pede para ir ao banheiro. Margareth, que está sentada ao seu lado na vigia, ruge para a Kibi Mor:
— Se abrir essa boca ou causar algum tumulto, juro que jogo você desse avião, compreendido?
— Já entendi. – a Kibi devolve, com desdém.
Tira o cinto e caminha para a parte traseira do avião. Quando Belinda cruza com UCker e Poncho, não resiste a soltar um sorriso de deboche. Uma lágrima escorre pelo rosto de Ucker e ele não consegue enxugar a tempo. Num movimento rápido, a Kibi Mor a toma de assalto, provando a lágrima com satisfação.
— Saborosa como a vitória. Ah, Ucker, agora sim minha vingança está completa.
— Vaza! – Poncho rosna, entredentes.
Belinda solta uma sonora gargalhada, jogando os cabelos oxigenados para trás. Retoma seu caminho e Poncho faz menção em se levantar, mas Ucker não permite. Os amigos se entendem só com o olhar.
— Cara, o que eu posso dizer? – Poncho quer muito confortar Ucker.
— Não diga nada. Não vai adiantar.
~~***~~
O avião finalmente pousa no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O clima é ameno e a temperatura está em vinte e cinco graus, com céu parcialmente nublado. Os estudantes desembarcam, seguindo por um longo corredor até o acesso as escadas rolantes. As malas estarão disponíveis na esteira de número três. Dul já está com suas bagagens sobre o carrinho. Mai idem. Só falta chegar uma das malas de Any. Ucker a observa de longe, sentindo o coração apertar. Será que a garota frequentará as últimas semanas de aula? O que estará se passando na cabeça dela nesse exato momento? Por que ele está sentindo essa forte sensação de perda? Não, não pode acreditar que perdeu Dul para sempre, isso não pode ser verdade. De posse de suas bagagens, os estudantes seguem os professores em direção a saída do terminal de desembarque. Do lado de fora, ao invés de pais sorridentes, encontram pais desolados, cabisbaixos, envergonhados. O diretor fez a lição de casa direitinho, pelo visto.
— Dulce. – a mãe a puxa para um abraço. – Minha filha, o que foi que aconteceu?
— Em casa eu conto, tá bom? O que o diretor já adiantou? – Dul engole em seco, procurando pelo pai. – Onde está o papai?
— Está em casa com o Dan. Nós soubemos do que aconteceu na ilha hoje de manhã. Seu pai está preparando um processo contra a Belinda e o Fabiano.
— Não, mãe. Eu não quero processar ninguém. Essa história já causou problemas demais e eu só quero esquecer. Eu preciso esquecer.
— Em casa conversaremos sobre isso.
Os pais de Anahí e Maite se juntam a mãe de Dulce e um debate se inicia. Falam sobre o telefonema que receberam do colégio e a reunião marcada para amanhã à noite. As amigas aproveitam para se despedirem. Nesse momento, as três ouvem uma briga no saguão. Reconhecem a voz de Ucker e olham em volta, procurando. Ele e o pai estão discutindo, gesticulando, se atacando. Belinda deve ter enviado o tal vídeo de Ucker para o velho.
— O Ucker está ferrado. – Mai comenta.
— É, ele está. – Any concorda.
— Vocês viram esse vídeo? O que contém? – Dul pergunta.
— Lembra quando o Ucker foi desafiado por um garoto do segundo ano? – Mai começa a explicar.
— Um racha de motos. – Dul se recorda do ocorrido.
— Isso. – Mai continua. – Todo o pessoal do colégio foi lá para assistir, tá lembrada? Nós não fomos porque tínhamos aquela festa na casa do Pepino e também porque não somos idiotas.
— É, eu tenho uma vaga lembrança disso. – Dul puxa pela memória.
— Lembra do acidente?
Sim, Dul se lembra do acidente de Ucker, afinal, essa história foi contada e recontada milhões de vezes nos corredores do Prisma. Ucker, a mais de cento e cinquenta quilômetros por hora, corria emparelhado com um garoto do segundo ano do colégio. Algo foi jogado no asfalto e o garoto fez uma manobra evasiva que resultou no acidente. O veículo capotou várias vezes e o corpo de Ucker deslizou pela avenida, por mais de trezentos metros.
— Sim, eu me lembro. – Dul meneia a cabeça.
— O Poncho achou que ele tinha morrido. – Mai confirma. – Todos acharam isso. E eu vi um dos vídeos e foi realmente impressionante. Se Deus existe, ele estava ali naquele momento.
— A roupa especial o protegeu, não foi? – Dul sente um arrepio cortante ao pensar que Ucker poderia ter morrido naquele racha.
— A roupa e Deus… não se esqueça de Deus nessa história. – Any toma a palavra e respira fundo. – O problema foi que o UCker mentiu sobre isso para o pai. Disse que um caminhão havia passado por cima da moto, que estava estacionada no meio fio. Os policiais que fizeram o boletim de ocorrência, disseram ao pai de Ucker que a história não batia com o estrago da moto. E foi por isso que ele perdeu a mesada e sei lá mais o quê.
— Como sabe disso? – Mai franze o cenho.
— O tal que não quero dizer o nome me contou. – Any revela, olhando para o chão.
— Meninas, vamos? – os pais chamam.
— Vejo vocês mais tarde? – Dul pergunta, um tanto deprimida.
— Com certeza.


 



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Autor(a): Sophi

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 106



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  • menininha_uckermann Postado em 05/09/2016 - 17:53:16

    Nem acredito que consegui encontrar essa fanfic de novo AAAAAAAAAH

  • stellabarcelos Postado em 08/01/2016 - 13:18:53

    Amei muito muito muito! A história é tão diferente do que eu esperava! Surpreendente, linda, engraçada e muito bem escrita! Amei

  • larivondy Postado em 07/12/2013 - 19:12:19

    AMEEEEI a web!! sério, maravilhosaa *-*

  • ingred Postado em 02/12/2013 - 17:47:51

    Pelo amor o quando venho aparecer... É que eu estava bem sem tempo... Mas prometo acompanhar a segunda temporada fervorosamente e sua nova fic tbm =D

  • samelarbdporsiempre Postado em 21/11/2013 - 22:22:09

    EU SABIA QUE VC NÃO IA ME DEIXAR TRISTE OU ME DECEPCIONAR :') TO MUITO ORGULHOSA DE VC KKKK AMOO SUA WEB,ELA É UMA DAS MINHAS PREFERIDAS :3 POSTA MAIS *_*

  • vondymary Postado em 21/11/2013 - 11:07:02

    AiMeuDeus!!! Sabia que você não ia decepcionar!!! *-------* Já olhando a outra para favoritar!

  • dudasouzavondy Postado em 21/11/2013 - 09:31:46

    aameeeei o final , a web foi simplesmente perfeita e uma das minha prediletas , parabéns voce escreve muito ! ansiosa para a Aposta 2 !

  • vondyiocampos Postado em 20/11/2013 - 18:53:01

    Obv que deve continuar flor necessito de msis amo a web esperando por mais vou começar a ler poçao de amor bjinhos

  • fanyyrbd Postado em 20/11/2013 - 17:16:03

    oh eu deus ,continua,eu maei a web do começo ao fim,posta mais!

  • luanavondy Postado em 20/11/2013 - 11:54:59

    continua com a segunda temporada, sua web é um máximo.


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