Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy

Quando Dulce e a mãe estavam saindo do aeroporto, o olhar da garota não se conteve. Ela e Ucker se entreolharam e, naquele momento, Dul sentiu como se o mundo estivesse em suspenso, suspirando alto e profundamente. O olhar dele se jogou dentro do dela como uma âncora. Para ela, foi difícil pacas conseguir se soltar e retomar o seu caminho, mas a garota conseguiu o impossível. No caminho para casa, ouviu o sermão de sempre: “As pessoas são más, devemos ter cuidado com o que bebemos e blá, blá, blá”. Dul já nem estava mais ouvindo o que a mãe dizia. Agora, afundada no sofá da sala, sente como se tivesse voltado no tempo, naquela madrugada insone em que ouviu um sermão de mais de duas horas dos pais. Aquela mesma noite em que Dan e os amigos foram soltos da prisão. Dul conta, parcialmente, o que aconteceu desde que chegaram à ilha, inclusive sobre a contra-aposta que lançou para Ucker. Se Dan já estava puto, agora o irmão mais velho está irado, querendo o sangue de Ucker. O pai dela quer justiça a qualquer custo, não arreda o pé quanto a processar Belinda e Bola.
— Você deveria fazer uma viagem. Não acho que esteja preparada para iniciar uma faculdade agora. – a mãe recosta no sofá, cruzando as pernas. – Eu liguei para a minha prima em Paris e ela disse que será ótimo ter companhia por algum tempo.
— Paris? – os olhos de Dulce brilham, mas seu coração se apaga.
— Você queria tanto passar algum tempo em Paris para treinar o seu francês. O momento chegou. – o pai de Dulce arqueia o corpo para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. – Essa é uma excelente oportunidade. E depois de tudo o que aconteceu...
— Quando a faculdade começar, você ficará presa por quanto tempo? Seis anos? Talvez mais? – Dan abre uma lata de Coca e se joga na poltrona. – Não terá outra oportunidade como essa por um bom tempo.
— Concorda com isso? – Dul fixa Dan com o olhar.
— Acho uma ótima ideia, se quer saber. Talvez em Paris você não arrume tantas confusões. – Dan revira os olhos.
— Eu posso pensar ou já está decidido? – Dul pergunta, esmagando uma almofada contra o peito.
— Não iremos impor nada a você, filha. – a mãe esclarece. – Essa é uma oportunidade única e nós a bancaremos por seis meses, um ano, quanto tempo desejar.
— Mê deem alguns dias para pensar nisso, está bem? –
No momento, Dul só consegue pensar em Ucker.
— Tudo bem, filha. O que decidir, nós apoiaremos. – os pais de Dulce entrelaçam os dedos e fitam a garota, com ares de preocupação.
~~***~~
Em seu quarto, Dul fita o teto branco. Fragmentos de memória vão se encaixando e ela assiste as cenas que protagonizou com Christopher Uckermann. As imagens tornam-se nítidas, o som da voz dele ecoa em seus ouvidos, o aroma inebriante de seu pescoço invade o ambiente, impregnando suas narinas.
— Posso entrar? – Dan enfia metade do corpo pelo umbral da porta.
— Claro. – Dul não desvia o olhar do teto.
Dan se aproxima, sentando-se na cama. Ele a encara por algum tempo, pensando no que dizer. Finalmente encontra algo inteligente:
— Eu ainda tenho aquele taco de beisebol.
— Eu sei que tem. – Dul deixa um sorriso escapar.
— Se quiser…
— Não será preciso. – Dul se senta, cabisbaixa. – Não se preocupe, vou superar.
— Está apaixonada pelo cara?
— Não consigo disfarçar, não é? – Dul pega a mão do irmão e começa a estalar os dedos dele, como fazia quando eram crianças.
— Não.
— E você e a Mai? – ela muda de assunto.
— Acha que devo ligar para ela? Tipo, acha que tenho alguma chance? – Dan franze o cenho, em dúvida.
— Ela não ficou com ninguém na ilha. Aliás, sempre que podia, tocava no seu nome. – Dulce revela.
— Isso quer dizer que tenho chances.
— Todas as chances do mundo.
— Vou ligar então. – Dan puxa o celular do bolso e Dul toca o rosto do irmão.
— Faça isso. Pelo menos uma de nós precisa de um final feliz.