Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy

Ucker e Poncho decidiram voltar para casa. Não há clima para ficarem no Prisma nessa segunda-feira mais do que tumultuada. E Ucker foi instruído pela enfermeira a fazer várias compressas no rosto para não inchar ainda mais. Os socos de Dan não doeram tanto quanto o olhar de desprezo de Dul. Os amigos param em frente ao outdoor. Ucker não se contém e soca o ar, sentindo um aperto feroz dentro do peito. Enfurecido, rosna ao pensar na satisfação de Belinda. Ela venceu. Dul passa batido por eles, acelerando a moto e derrapando na curva. A garota está irada e Ucker teme que ela faça alguma besteira. O ronco do motor se distancia rapidamente e logo desaparece no ar. Any se aproxima, cabisbaixa. A intenção dela era passar pelos dois e continuar seu caminho até a sala de aula. Mas não é isso o que acontece.
— Any, por favor, espere. – Poncho a puxa pelo braço.
— Eu vou indo, vocês dois precisam conversar. – Ucker nem se despede e continua a caminhar até o bicicletário.
— O que você quer? – ela cruza os braços, a mochila pesando toneladas às costas.
— Eu só soube da aposta lá na balsa. Quem lançou essa merda no ar foi o Bola, aquele desgraçado filho da mãe, ele queria me ferrar. Deve ter descoberto que eu estava a fim de você, sei lá. Ou talvez ele tenha notado que você estava a fim. Bom, isso realmente não importa agora. – Poncho toma um pouco de ar para continuar. – Eu tentei me manter afastado de você na ilha, eu queria protegê-la. Mas então você me tirou para dançar e eu não consegui me conter. Any, eu queria muito ficar com você.
— Como posso acreditar nisso? Coloque-se no meu lugar. – Any leva as mãos aos bolsos da calça jeans, jogando o corpo para a frente e para trás.
— Eu gosto de você e é para valer. Não fiquei com você para vencer aposta alguma. – Poncho encara Any e ela encara o All Star preto do cara.
— Não sei se posso confiar em você. – Any não vai chorar, ela não quer chorar.
— Me dê uma chance. – o tom de Poncho beira a súplica. – Por favor, me deixe provar o quanto gosto de você.
— Eu não sei. – o cabelo de Nathi balança em dúvida.
— Uma chance, é só o que estou pedindo. – Poncho se aproxima, ultrapassando a barreira invisível criada por ela – Eu estou apaixonado por você. – ele toma o rosto dela entre as mãos.
— Não sei se posso voltar a confiar em você. – Any fita aqueles olhos verdes, brilhantes e cheios de sinceridade. – A confiança precisa ser reconstruída e pode demorar tempo demais.
— Por você, eu espero o tempo que precisar.
A expressão de Any ameniza após a última declaração. Um pequeno sorriso começa a se formar naqueles lábios tensos. A respiração acelera e o coração batuca no maior sambão.
— Eu prometo não decepcioná-la. – Poncho levanta o queixo de Any e leva os dois polegares aos lábios da garota. – Se me der essa chance, prometo fazer de você a gata mais feliz desse mundo.
Anahí dá um passo a frente, olhando para cima. Poncho é uns dez centímetros mais alto do que ela. Ele sorri com os lábios selados. Ela sustenta aquele olhar sonhador que reluz em cor-de-rosa. Poncho não a beija, apenas aguarda. Any alisa o rosto bem barbeado do cara, louca para sentir o gosto dele novamente. É ela quem toma a iniciativa. Quando os lábios de Poncho e Any se encontram, fogos de artifício de um shopping próximo são disparados no ar, simultaneamente. O Papai Noel chegou!
— Se me enganar, juro que furo seus dois olhos. – Any abraça Poncho, na ponta dos pés.
— Há, há, há, há… eu sei que sim.