Fanfics Brasil - Nove: A breve vida amorosa de Dulce A aposta - Vondy - ADP

Fanfic: A aposta - Vondy - ADP | Tema: Vondy


Capítulo: Nove: A breve vida amorosa de Dulce

687 visualizações Denunciar



Vamos tentar entender o porquê de Dul ser tão avessa a garotos. Tudo está no psicológico, Freud elucidaria. Talvez a garotaenlouquecesse o neurologista antes do mesmo se explicar.


O fato é que ela, até hoje, teve apenas dois namorados. O primeiro foi aos doze anos de idade...


Dul estava brincando com as amigas na calçada de sua casa, num condomínio fechado de alto padrão na cidade de São Paulo. A Barbie Noiva estava a bordo do possante cor-de-rosa, a caminho do salão de beleza. Após os cuidados com o visual, as Barbies fariam uma festa de arromba na mansão de três andares e os Kens já estavam convidados.


A garota não sabia, mas estava sendo observada por Maurício, que morava a uma distância de oito casas da sua. Supertímido, deixou a bicicleta incrementada de lado e invadiu o jardim florido de Dona Estela, colhendo flores coloridas para que Dul pudesse enfeitar a festa das Barbies.


Timidez é uma droga.



 



Maurício estava agitado, tenso e tremia da cabeça aos pés. Não conseguia se aproximar daquela linda menina com um corte Channel, de olhos grandes e esverdeados. O que ele fez? Tocou a campainha do amigo Danilo e implorou para que o garoto levasse as flores para Nina.


 


— Quer que eu leve as flores? – Danilo perguntou, maldizendo o momento que atendeu a campainha.


— Por favor? Leve as flores e peça a Nina em namoro para mim? – Maurício suplicou, com olhos marejados.


— Não acredito nisso. – o amigo bufou e revirou os olhos. – Dê aqui, eu levo.


Danilo, um ano mais velho que Maurício, pegou as flores e respirou fundo, caminhando a passos largos até a festa das Barbies. E que festão! Tinha até jatinho cor-de-rosa estacionado na entrada da mansão.


O lance foi que, um nervoso Danilo, entregou as flores para Nina e a pediu em namoro. A garota, com um risinho contido, olhou para as amigas buscando uma resposta. As três balançaram a cabeça, afirmativamente.



 



A confusão estava armada. Nina acreditava estar namorando Danilo. Danilo jurava ter pedido Dul em namoro para seu amigo. Por sua vez, Maurício estava certo de que Dul agora era sua namorada. Aff.


 


A menina de doze anos estava muito feliz. Contou para todos na escola que estava namorando, apesar de nunca ter trocado mais de duas palavras com Danilo. Para detonar de vez com a situação, o garoto mudou-se de bairro três semanas depois, deixando Dul completamente arrasada. Poxa, nem um tchau?


Ali começava o problema de Dul com garotos. Como poderia confiar neles?


 


Como toda pré-adolescente, Dul sofreu por Danilo, chorou por ele, arrancou os cabelos e disse para as amigas que nunca mais amaria ninguém como o amava. Adoro dramas juvenis, são tão intensos!


Querem saber o que aconteceu com Maurício? Bem, hoje o garoto faz terapia e nunca beijou uma garota. Depois que viu sua namorada Dul dando o maior amasso em outro cara, o mundo ruiu para ele.


Esse outro cara chamava-se Bruno.



 



Bruno foi o segundo namorado de Dul. Eles se conheceram no colégio e o garoto era dois anos mais velho do que ela. Dul tinha quinze anos naquela época.


 


Como toda filha superprotegida por pais malucos, Dul era a inocência em pessoa. Não conhecia Bruno o suficiente, mas ainda assim era apaixonada pelo cara desde que Danilo a deixou, sem dizer um tchau.


O namoro durou exatos seis meses e, pela pouca idade de Dul, os pais resolveram cercar esse relacionamento, permitindo que só acontecesse debaixo de seu teto. Ou seja, o namoro se dava em casa e os telefonemas eram supervisionados. Internet? Nem pensar! Toda e qualquer comunicação com o mundo externo era grampeada pela analista de tecnologia da família: Blanca, a mãe de Dul.


Bruno era o tipo de garoto experiente e estava doido para colocar suas mãos calejadas sobre a garota virgem. Ela era tímida, estonteantemente linda e estava completamente apaixonada… droga, Dul estava perdida! Era chantageada emocionalmente sempre que estavam juntos



 



e a garota começou a cogitar a possibilidade de finalmente se entregar a Bruno.


 


Quando o garoto, já com dezoito anos, pegou sua carteira de motorista, as coisas saíram do controle. Bruno aparecia na casa de Nina sem avisar, sempre que os pais dela e o irmão mais velho não estavam. Como ele sabia? O vizinho da frente era seu amigo e comparsa.


Dul já tinha completado dezesseis anos quando aconteceu o inevitável. O Mustang amarelo estacionou na porta de sua casa, reluzindo como um diamante. Bruno carregava um imenso buquê de rosas vermelhas, pronto para dar o bote. Ela estava sozinha naquela tarde.


Paixão e inocência. Essa é uma combinação perigosa.


Dul se entregou no sofá da sala, após seis meses de tentativas infrutíferas por parte de Bruno. Ele jurou amor eterno. Garantiu que ela era única. Disse que se casariam. Afirmou até que era virgem, por Deus!


Depois daquela tarde, Bruno não ligou mais.


Dul, agora sem medo de vasculhar a



 



internet, logou-se num tal de Facebook.Através dessa ferramenta mais poderosa do que uma investigação policial, descobriu todas as mentiras de Bruno, inclusive que não era a namorada oficial do cara. Naquele momento nascia a nova Dulce Maria Espinoza, a garota que seria temida por todos que usassem cuecas.


 


— Dan, preciso falar com você. – Dul entrou no quarto do irmão mais velho, faiscando de tão puta da vida.


— Dul, cai fora. – Danilo, o irmão, nem se dignou a olhar para a garota.


— O Bruno me enganou e eu quero o sangue dele. – Dul arrancou os fones dos ouvidos de Dan.


Aquelas palavras surtiram efeito imediato. O irmão levantou-se da cama, pronto para a briga. Abriu o guarda-roupas e pegou o taco de beisebol que não usava desde a adolescência.


— Ele zoou você? O que ele fez, Dul?


— Ele me usou. – ela estava constrangida, mas queria a ajuda dele. Apesar de serem como cão e gato, Dulce sabia que Dan faria qualquer coisa por ela, a protegeria.



 



— Como? Como ele usou você? – o olhar do irmão era colérico.


— Ele conseguiu o que queria e sumiu. – Dulce se segurava para não chorar.


— Filho da puta! Ele machucou você? Dul, me diz! – Dan gritava, sacudindo a irmã pelos ombros.


— Ele não me forçou, se é o que quer saber. – agora sim Dul chorava, copiosamente. Dan a abraçou, acariciando suas costas. – Não acredito que deixei acontecer, como pude ser tão burra?


 


Rangendo os dentes, Dan passou a mão no celular e ligou para alguns amigos. Meia hora depois, quatro deles já estavam na porta da casa de Dul, com seus tacos de beisebol a tiracolo.


— Você fique aqui, está entendendo? – Dan instruiu.


— O que vai fazer? – Dul nunca tinha visto o irmão tão alterado.


— Deixe comigo.


Com todas as coordenadas passadas por Dul, Dan sabia onde encontrar Bruno. Pelo horário, ele deveria estar na última aula do cursinho.



 



O Mustang amarelo, com uma faixa preta no capô, nem precisava gritar por atenção em meio a carros comuns. Com um sorriso lateral e a mão pulsando de raiva, Dan fechou os dedos em volta do taco de beisebol e nem olhou para os lados.


 


Os quatro amigos fizeram o mesmo, sem saber ao certo o porquê de estarem metidos naquilo. Dan explicou apenas que o dono daquele carro havia aprontado com a Dul e quem mexe com a irmã de um deles, mexe com todos.


O carro foi destruído em minutos. A polícia chegou pouco depois, antes que Bruno e Dan se atracassem. O barraco estava armado e Dul aguardava em casa, andando de um lado para o outro, embolando o tapete da sala sob os pés.


Ninguém, nunca mais, a faria de idiota. Dan e seus amigos foram presos, mas não


 


por muito tempo. O pai de Dul, um advogado figurão, ameaçou Bruno, acusando-o de aliciamento de menores, o que na prática era a mais pura verdade. Bruno já tinha dezoito anos e Dul apenas dezesseis. Nesses casos o veredito é um só: cadeia.



 



O pai de Bruno acabou por convencer o filho a retirar a queixa contra Dan e sua turma, afinal, um empresário do nível dele não poderia ter um filho na prisão. E assim foi feito: os garotos foram soltos naquela mesma madrugada, numa noite insone para todos da família Espinoza.


 


Dul ouviu um sermão de mais de duas horas, tanto do pai, quanto da mãe. Dan assistiu a tudo, com os braços cruzados e um olhar matador. Ninguém zoa a sua irmã e sai ileso. Ele se imaginava com uma bazuca, estraçalhando o corpo de Bruno, o sangue se espalhando pela calçada, escoando para o bueiro entupido mais próximo… desejo que nunca foi realizado.


Quanto a Dul? Bem, ela aprendeu a lição da pior maneira. E foi um ensinamento que a marcou fundo, redesenhou sua personalidade, mudou sua visão de mundo e aniquilou qualquer ilusão encantada. Homens não prestam, a voz interna gritava. Meu único foco serão os estudos, quero distância de namorados, a cabeça latejava.


A única coisa bacana nessa história toda foi que Dul e Dan, finalmente, estreitaram o laço familiar que os unia. Desde esse dia, nunca mais brigaram.




Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Sophi

Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

O pátio do Colégio Prisma é um espaço como todos os outros. Quadras poliesportivas, árvores frutíferas, bancos de cimento, uma lanchonete que só vende trash-food… um lugar bem comum. Dul, Mai e Any estão debaixo de uma árvore, debatendo sobre o livro que estão lendo. Desde que se tornaram amigas, ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 106



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • menininha_uckermann Postado em 05/09/2016 - 17:53:16

    Nem acredito que consegui encontrar essa fanfic de novo AAAAAAAAAH

  • stellabarcelos Postado em 08/01/2016 - 13:18:53

    Amei muito muito muito! A história é tão diferente do que eu esperava! Surpreendente, linda, engraçada e muito bem escrita! Amei

  • larivondy Postado em 07/12/2013 - 19:12:19

    AMEEEEI a web!! sério, maravilhosaa *-*

  • ingred Postado em 02/12/2013 - 17:47:51

    Pelo amor o quando venho aparecer... É que eu estava bem sem tempo... Mas prometo acompanhar a segunda temporada fervorosamente e sua nova fic tbm =D

  • samelarbdporsiempre Postado em 21/11/2013 - 22:22:09

    EU SABIA QUE VC NÃO IA ME DEIXAR TRISTE OU ME DECEPCIONAR :') TO MUITO ORGULHOSA DE VC KKKK AMOO SUA WEB,ELA É UMA DAS MINHAS PREFERIDAS :3 POSTA MAIS *_*

  • vondymary Postado em 21/11/2013 - 11:07:02

    AiMeuDeus!!! Sabia que você não ia decepcionar!!! *-------* Já olhando a outra para favoritar!

  • dudasouzavondy Postado em 21/11/2013 - 09:31:46

    aameeeei o final , a web foi simplesmente perfeita e uma das minha prediletas , parabéns voce escreve muito ! ansiosa para a Aposta 2 !

  • vondyiocampos Postado em 20/11/2013 - 18:53:01

    Obv que deve continuar flor necessito de msis amo a web esperando por mais vou começar a ler poçao de amor bjinhos

  • fanyyrbd Postado em 20/11/2013 - 17:16:03

    oh eu deus ,continua,eu maei a web do começo ao fim,posta mais!

  • luanavondy Postado em 20/11/2013 - 11:54:59

    continua com a segunda temporada, sua web é um máximo.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais