Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

E não queria que ela fosse embora. Fechou o livro. Já estudara muito por um dia. Além disso, deveria estar conhecendo Dulce melhor.

— Princesa, considerando que você vai trocar de roupa...

— Sim?

— Agora que o sol não está tão quente, eu estava pensando em nadar para me refrescar. Gostaria de se juntar a mim?

Ele viu o turbilhão de emoções brincar no rosto de Dulce: incerteza, medo, até mesmo um pouco de pânico, mas então ela deu uma longa olhada para o mar, para água convidativa sob o sol abaixando, e respondeu:

— Por que não?

É só um banho de mar, Dulce disse a si mesma, enquanto Christopher ia instruir Ahab, e ela vestia roupa de banho. Na luz do dia, e na praia.

Não era como se ele pudesse tentar alguma coisa.

Mas isso não impediu sua pele de arrepiar-se enquanto ela punha o maiô de cor laranja e se lembrava de quão magnífico Christopher parecera com nada, exceto um calção preto de lycra.

Somente um banho de mar.

Dulce vestiu uma túnica por cima do maiô e amarrou-a na cintura, antes de prender os cabelos. Se entrasse na água antes que Christopher voltasse, ele nem poderia vê-la.

A praia estava deserta. Ela colocou a toalha e os óculos numa das espreguiçadeiras que haviam sido postas ali para o uso deles, e, com uma olhada para trás, para ver se Christopher não estava por ali, removeu a túnica e andou para o mar.

A água estava morna no raso, esfriando conforme ela ia mais para o fundo. Adorando a sensação da água fria contra sua pele quente, Dulce mergulhou sob uma onda.

Ela era uma deusa. Não havia outra maneira de descrevê-la. E Christopher agradeceu aos deuses que o tinham levado para aquela parte da praia, naquele momento em particular. Ele testemunhara o olhar furtivo que ela dera por sobre o ombro, e observara-a andando para o oceano, o balanço sensual dos quadris como o chamado de uma sereia.

Ele gemeu baixinho.

Christopher nunca resistira ao chamado de uma sereia. Mesmo de uma que parecia tímida. Por que Dulce ficava tão nervosa em sua presença? Por que sabia o que a aguardava?

Não. Porque sabia o que fazia com ele, e desejava que não fosse assim.

Porque ela também sentia aquilo.

Ele a viu nadando com facilidade. Vestida naquela cor, ela parecia uma fruta deliciosa.

Uma fruta que ele mal podia esperar para provar.

E quando seu sexo enrijeceu, Christopher pensou que talvez aquele banho de mar não o refrescaria, como esperava.

A água estava deliciosa, o ritmo repetitivo das ondas acalmando-a, e nadar estava se provando ser uma boa idéia. Até que alguma coisa agarrou o tornozelo dela e puxou-a.

Dulce gritou, e o que quer que a tivesse agarrado, soltou-a. Ela subiu à superfície, tossindo, e afastando cabelos dos olhos.

— Você!— exclamou ela ao encontrar Christopher à sua frente, sorrindo-lhe.— Isso não tem graça. Você me assustou.

— Pensou que fosse um tubarão, princesa?

— Um tubarão teria sido preferível— devolveu Dulce, e mergulhou para se afastar nadando. Ele estava ao seu lado quando ela subiu à superfície.— É um grande oceano, sabia? Vá encontrar seu próprio lugar para brincar.

— Sua alça está torcida— disse ele, ignorando-lhe a frustração, tocando-lhe o ombro, antes de gentilmente endireitar a alça do maiô. Dulce arfou quando dedos quentes tocaram sua pele, e os bicos de seus seios se arrepiaram quando ele deixou a mão lá por mais tempo que o necessário.— Essa cor lhe cai bem, princesa. Você parece boa o bastante para comer.

Nada poderia ter impedido o calor inundando seu corpo ou a pulsação entre as coxas. Ele estava tão grande diante dela, tão poderoso, os ombros largos, o peito molhado, e Dulce teve que se conter sua vontade de estender a mão e sentir aquele peito magnífico.

Desviou os olhos para a praia.

— É melhor eu voltar.

— Já?

— Eu cheguei aqui antes de você. E preciso lavar meus cabelos.

Christopher deu um daqueles sorrisos preguiçosos que fazia seu rosto parecer infantil, quase bonito.

— É claro que você tem de ir, princesa. Uma necessidade tão urgente não pode ser ignorada.

Ela sabia que ele estava ironizando seu motivo, mas quase não se importou. Pior ainda, quase desejou que ele a convencesse a ficar. O que não fazia o menor sentido.