Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

Desejo despertado pela carícia gentil dos lábios dele, então enraizado e se espalhado para todos os outros lugares que ele tocava, tomando-se mais potente a cada instante.

Ele segurou-lhe o rosto nas mãos e beijou-lhe os olhos, o nariz, o queixo, antes de retomar aos seus lábios, seduzindo-a com sua boca ardente.

E no meio daquilo tudo, Dulce perguntou-se como este podia ser o mesmo homem que a beijara na biblioteca. O mesmo homem que calmamente a punira com seu beijo, e demandara sua presença na suíte dele, de modo que pudesse impregná-la com sua semente?

Todavia, devia ser o mesmo homem; pois ela o reconhecia pelo gosto e essência, e pelo impacto que ele causava em seu corpo.

Mas no meio das ondas de paixão, uma dúvida se inseria: como ele podia ser tão diferente agora, e ainda ser a mesma pessoa?

— Dulce— murmurou ele, descansando a testa contra a sua, a respiração ofegante. Ela quase se esqueceu de se importar com a estranha diferença, porque ele estava tão carinhoso agora, e o jeito que falava seu nome a fazia tremer de desejo. Este homem, que era agora seu marido.— O pensamento lhe causou um novo tremor.

— Você é uma deusa.— Uma mão grande foi para seu ombro, então desceu para segurar um dos seios dolorosamente pesados. Dulce arfou no momento que ele roçou o polegar contra seu mamilo.

— Eu acho— sussurrou ela, ofegante -, que talvez você seja o irmão do mal, afinal de contas.

E ele deu uma risada sexy, que a excitou ainda mais.

— Faça amor comigo, Dulce— disse Christopher.— Seja minha deusa esta noite.

Esta noite?

Já?

Mas antes que ela pudesse protestar e dizer que era muito cedo, ele tomou-lhe a boca num beijo ardente e pressionou-a contra sua ereção, assustando-a com a percepção de que ela deveria aceitar aquela parte de Christopher dentro de seu corpo. Ele era muito grande. Como ela seria capaz de acomodá-lo? Não havia possibilidade de ele não saber que ela era virgem. Não havia possibilidade de que aquilo não doesse.

Todavia, alguma coisa sobre a coluna rígida pressionada contra sua barriga, alguma coisa louca e devassa que abalava seu corpo inteiro, a fazia querer tentar.

— Por favor— murmurou Dulce, não sabendo o que estava pedindo, quando ele abaixou a cabeça para seu seio e tomou seu mamilo na boca quente, enviando umidade para entre as coxas dela.

— Dulce— sussurrou Christopher antes de beijar-lhe a boca. Ela se perguntou por que hesitava, e já não estava na cama dele.

Não era como se tivesse uma escolha. Já estava casada com aquele homem. Era esperado que ela lhe desse filhos, providenciando herdeiros ao país.

Por que deveria esperar quando a noite estava tão perfeita, e seu próprio desejo tão insistente? Quando estava sedenta para descobrir mais?

A boca de Christopher fazia mágica em seu pescoço, as mãos másculas lhe causavam tremores de deleite, e, através de tudo isso, Dulce sentia que ainda havia mais prazer por vir.

Entretanto, uma fresta se abriu no meio de seu desejo ardente, um espaço para dar liberdade às suas dúvidas e aos seus medos.

Porque não era assim que tinha planejado sua primeira noite.

Ela planejara entregar-se por amor, não meramente no calor da luxúria.

Quisera entregar-lhe para um homem que a amasse, porque assim queria. Porque tinha feito tal escolha.

E através daquela abertura veio o mantra, as palavras que ensaiara, e que acreditara ser importantes.

— Eu não dormirei com você— disse Dulce. Mas lutou para entender o que suas próprias palavras significavam, e por que parecera tão importante declará-las, pois agora pareciam estranhamente superficiais.

— Mas essa é uma boa notícia.— A boca de Christopher estava no seu pescoço, as mãos em suas costas, pressionando-a contra o corpo sólido.— Porque eu não a quero dormindo. Quando eu fizer amor com você, quero vê-la muito acordada. Quero ver o brilho nos seus olhos quando você atingir o clímax.

Ela gemeu, excitada pela imagem que se formou em sua mente. E mais uma vez, sentiu-se mergulhando sob as águas do desejo e todas as coisas sensuais. Incapaz de respirar, pensar ou entender onde estava.

Capaz apenas de sentir.

E o medo em seu interior avisou-a que ela logo não teria escolha, que talvez já fosse tarde demais.

— Sinto muito— admitiu Dulce.— É cedo demais.

— Você me quer— argumentou ele, beijando-a novamente, convencendo-a de que aquele era o melhor caminho. O único caminho.— Não é cedo demais para saber disso.

Christopher podia estar certo, mas ela ainda hesitou, porque tinha visto sua irmã ceder à paixão e tomar o que quisesse de um homem, vira-a acabar com um filho e nada mais.

Dulce não queria esse destino para si mesma. Não queria um casamento que pudesse se tomar vazio tão rapidamente, e do qual ela não poderia simplesmente sair.

Queria um relacionamento de verdade. Não sabia como isso era possível agora, o que não a impedia de desejar. Agarrara-se a esse sonho por muito tempo para desistir completamente.

— Isso não é fácil— sussurrou ela contra o queixo dele.— Eu não posso simplesmente...

— É claro que pode.— A boca sensual roubou-lhe as palavras, e fez mágica para convencê-la que aquilo seria a coisa mais fácil do mundo.— Eu sou homem, você é mulher, e nós nos desejamos. O que mais importa?

Christopher deslizou uma mão por suas costas, apertando-lhe o traseiro, os dedos perigosamente perto de seu centro feminino. Dulce sabia que precisava contar-lhe, ou estaria deitada antes que ele descobrisse. Não suportaria se ele descobrisse dessa maneira.

— Então talvez há mais uma coisa que você deva saber— disse ela, sentindo-se enrubescer -, porque eu nunca fiz isso antes.

A boca de Christopher se curvou num sorriso.

— Se você está tentando se safar disso, princesa, saiba que eu não sou tão ingênuo quanto meu irmão.