Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

— Nós precisamos conversar— gritou ele no ar entre os dois.

— Eu não tenho nada para conversar com você.

— É importante.

— Vá para o inferno!

— Ouça-me.

— Eu odeio você!

E Dulce virou o cavalo, seguindo para o lado oposto. Ele parou seu garanhão, observando-a ir embora.

— Quer apostar corrida, princesa?— Christopher pôs seu cavalo em movimento, seguindo-a.— Então apostaremos.

Ele a estava alcançando novamente. Ela sabia que não poderia fugir para sempre, mas ele nem deveria ter ido por aquele caminho. E Dulce não queria conversar. Não queria ouvi-lo. Nem mesmo queria vê-lo. Como ele ousava ficar tão sexy sobre um cavalo, a camisa branca batendo contra a pele bronzeada no vento, parecendo algum tipo de pirata?

Ela olhou para trás, viu-o logo atrás de si e instigou seu cavalo.

Bárbaro!

Ele ficara deitado lá a noite inteira, como se ela não existisse, como se não se importasse que ela estava triste e zangada. Naquele momento, Christopher não tentara fazer as pazes. Deixara-a deitada ali, ardendo de desejo e esperando que ele fizesse... alguma coisa... e nada acontecera.

— Dulce.— Ele estava ao seu lado agora.— Pare!

Christopher estendeu um braço, pegou as rédeas das mãos dela e parou os dois cavalos.

Dulce gritou, bateu-lhe na mão, e, percebendo que isso era inútil, desmontou, enxugando as lágrimas que escorriam por suas faces. Foi para a beira da água, sua túnica molhada e roçando-lhe as pernas, pequenos peixes nadando ao redor de seus pés.

Nem sequer sabia por que estava chorando, mas agora que começara, não conseguia parar.

— Dulce!

Ela sentiu mãos grandes nos seus ombros, sentiu o calor do corpo másculo, e soluçou, odiando-o ainda mais por reduzi-la a tal estado.

— Deixe-me em paz!

Mas ele não fez isso. Virou-a de frente, e ela fechou os olhos, de modo que não pudesse ver-lhe o rosto. Um longo silêncio se seguiu. E no instante que ela pensou que não poderia mais aguentar aquilo, que Christopher estava apreciando muito aquele momento, ele puxou-a para seu peito.

— Oh, Dulce, o que eu fiz? O que eu fiz?

Se ele não a estivesse abraçando, ela teria caído na areia, aos prantos.

Em vez disso, soluçou contra o peito largo.

— Dulce— murmurou ele, uma mão acariciando-lhe os cabelos, a outra a abraçando.— Eu não a mereço. Tenho medo de nunca merecê-la. Você algum dia poderá me perdoar pelo jeito que eu a tratei?

Ela fungou.

— Eu não quero perdoá-lo— sussurrou Dulce contra a pele dele. Como medo de se afastar e olhá-lo.— Eu quero odiá-lo.