Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

Houve outra longa pausa, antes que ele respondesse:

— Eu não quero ser odiado.

— Eu não consigo— disse ela, recomeçando a chorar. — Eu quero. Eu tentei, mas não consigo. E eu o odeio por isso.

Christopher riu então, e Dulce queria socá-lo por achar humor onde não existia nenhum... até que ele disse:

— Você não imagina meu alívio. Acho que nunca ouvi palavras tão maravilhosas em minha vida.— Ele ergueu-lhe o queixo e ela resistiu no começo, detestando que ele a visse daquele jeito, com os olhos inchados e o rosto molhado de lágrimas. Mas os dedos persuasivos conseguiram, e ela encontrou-lhe os olhos escuros.

— Eu nunca poderia conviver comigo mesmo, se você me detestasse, Dulce, embora eu mereça isso. Algum dia você vai me perdoar, pelo menos um pouquinho?

As lágrimas se renovaram. Ela fungou. Christopher inclinou-se e beijou primeiro um olho, depois o outro.

— Eu não gosto de saber que fiz você chorar.

Dulce pressionou os lábios, sua pele formigando onde os lábios dele tinham tocado. Ele beijou-lhe o nariz. E, sem poder evitar, ela ergueu o queixo, querendo o contato, precisando de mais.

Mãos grandes a rodearam, e de repente o ar entre eles estava elétrico, e os olhos escuros de Christopher falavam de mais que tortura. Falavam de desejo e de uma promessa de prazer que ela nunca conhecera antes.

— Dulce...

E ela soube que ele pretendia beijá-la. Soube e não fez nada para impedir. Porque era isso que queria... beijar aquele homem neste momento.

Os braços fortes a aconchegaram mais contra o corpo másculo.

— Dulce— sussurrou ele, um segundo antes que seus lábios se conectassem.

Foi como chegar em casa. Foi como todas as vezes que ela estivera fora de casa e retornara ao palácio em Jemeya, para sentir a recepção calorosa e familiaridade envolvê-la. Era a mesma sensação. Apenas que um milhão de vezes melhor.

Porque o beijo não transmitia apenas familiaridade. Oferecia uma nova dimensão. Prometia prazeres desenfreados.

Enquanto ele lhe explorava a boca numa dança mágica de lábios e língua, tudo que Dulce sabia era que queria todos aqueles prazeres, e os queria agora.

Gemeu contra a boca dele, agarrando-lhe a camisa, e Christopher a puxou para mais perto, pressionando-a contra sua ereção. E desta vez, ela sabia que descobriria os prazeres pelos quais tinha esperado durante tantos anos.

Não estaria desistindo de seu sonho, disse a si mesma, meramente reconhecendo que a vida mudara seus parâmetros. Não significava que aquilo um dia não poderia dar certo. Enquanto isso...

Enquanto isso, ela não conseguia respirar. O oxigênio parecia ter sido roubado de seus pulmões, e tudo que a mantinha viva era o calor das mãos fortes em seu corpo, a boca sedutora na sua, a promessa da ereção viril. Até que ela soube que beijar não era o bastante.

— Por favor— suplicou Dulce.— Por favor!

Ele levantou a cabeça do pescoço dela.

— O que você quer, minha princesa?

— Eu quero você, Christopher— disse ela.— Eu quero sentir você dentro de mim.