Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

Dulce acordou e sentou-se na cama, confusa e ainda meio sonhando com homens misteriosos do deserto, de ombros largos e olhos brilhantes, peito musculoso e braços fortes que a aconchegavam.

Não. Não homens. Apenas um homem que dominara seus sonhos, como se tivesse esse direito.

Ridículo. Graças a Deus, era a manhã seguinte, e ela nunca mais teria de vê-lo.

Sentiu uma súbita onda de tristeza porque não teria a chance de agradecê-lo.

O que era absurdo. O homem havia sido muito arrogante, seu pai certamente o pagara muito bem para resgatá-la... e ela lamentava não ter a chance de agradecê-lo?

O que importava agora era que estava segura! Tinha sido resgatada de seus sequestradores, e da promessa terrível de um casamento com aquele porco do Mustafa. Aliviada, Dulce tombou contra os travesseiros com um suspiro.

Estava livre.

Olhou ao redor do quarto parcamente iluminado. Onde estava? Num palácio ou num hotel chique, considerando as dimensões do quarto e a opulência dos móveis. Um palácio com uma cama quase tão confortável quanto a sua própria.

Ainda estava em sua túnica, percebeu ao sair da cama. A pessoa que a levara para lá não se incomodara em trocar sua roupa, apenas a colocara na cama vestida na túnica que ela usara quando fora resgatada.

O homem que a aninhara em seus braços no cavalo?

Ela parou, indo para a janela, então se virou e olhou para a cama grande. Ele estivera lá, neste quarto, colocando-a na cama, cauteloso para não acordá-la? Cobrindo-a gentilmente para mantê-la aquecida?

Dulce tremeu, lembrando-se do calor da respiração dele contra seu rosto quando ele a abraçara na tenda, das batidas firmes do coração do homem.

E então, lembrou-se do jeito que ele rira dela, e perguntou-se por que estava perdendo tempo pensando nele, quando havia tantas outras coisas importantes para considerar.

Como ir para casa.

Ela andou até a janela, curiosa para espiar do lado de fora, se isso lhe desse uma dica de onde estava. Talvez seu pai já estivesse lá, esperando ansiosamente que ela acordasse, para cumprimentá-la.

Dulce abriu a cortina e olhou para o dia ensolarado... não era mais manhã, estimou pela altura do sol. Quanto tempo dormira?

Piscando, sombreou os olhos com a mão e deixou-os se ajustarem à luz. Abaixo, havia um grande jardim, com laranjeiras e arbustos floridos, uma fonte no centro, sua água brilhando como diamantes. Ao redor do jardim corria havia uma trilha além da qual o palácio se estendia, grandioso e magnífico, com torres e cúpulas que reluziam no sol. O cenário era maravilhoso.

Exceto pelas bandeiras pretas espalhadas por toda parte. Ela tremeu, apesar do calor do dia, um mau presságio esfriando seu sangue.