Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

— Não! Você disse que estava me levando para lá, de modo que nós pudéssemos nos conhecer, porque o palácio era muito grande, muito público. Nunca mencionou que era para garantir o trono, assegurando-se que eu dormisse com você a tempo para coroação. Lembra-se do que me falou no carro, enquanto viajávamos, que você não precisava se dar ao trabalho de ir tão longe para entrar em minha calcinha, porque podia facilmente achar lugares secretos no palácio para realizar a tarefa?

— “Entrar em sua calcinha” são palavras suas. Nunca foram minhas.

— Não importa que palavras você usou. Porque, na verdade, era disso que você precisava, isso que queria, não era? Entrar em minha calcinha... me impregnar com sua semente... e garantir o trono.

— Eu nunca menti para você— defendeu-se Christopher - somente porque não lhe contei os detalhes íntimos do pacto.

Dulce fez uma careta, indignada pelo modo que ele tentava contornar a verdade.

— Não abertamente, talvez. Mas não me contou o que sabia. Em vez disso, me deixou pensar que dormir com você fosse minha escolha. Mentiu da mesma forma, omitindo.

— Princesa. Dulce, ouça...

— Não! Estou cheia de ouvi-lo. Tem ideia de como eu me sinto traída agora? Arrasada, por você não ter me contado os detalhes de meu próprio futuro?— Ela abriu os braços em suas laterais.— Não. Cansei disso, assim como cansei de você e de tudo que tenha a ver com você.

— O que você está dizendo?

— Estou dizendo que quero sair dessa farsa de casamento.

— Não pode simplesmente sair desse casamento. Está unida a mim, como eu estou a você.

— Por que eu não posso ir embora? Você é rei agora. Não precisa mais de mim. Não tente me dizer que o Livro Sagrado de Al-Jirad, a fonte de todo conhecimento e poder, impediria uma rainha que foi enganada e manipulada de escapar das correntes de seus captores? Tenho certeza que a sabedoria antiga estaria ao lado dela. E, se não estivesse, então a justiça moderna a apoiaria.

— Mesmo que você ainda não tenha terminado seu dever? Ainda precisa produzir os herdeiros necessários, esperados desta união.

Ela jogou a cabeça para trás.

— Quem sabe, talvez já haja um pequeno príncipe bastardo implantado no meu útero.

— Nós estamos casados. Ele não seria um bastardo.

— Acha que não?— Dulce deu um sorriso irônico. — De qualquer forma, eu não ficarei neste lugar nem mais um momento. Irei para casa, em Jemeya.

— Esqueceu-se de algo, princesa... você precisa providenciar dois herdeiros.

Ela ergueu o queixo.

— Então, envie-me seu esperma, Christopher, e eu lhe pouparei mais fingimento e mais mentiras, engravidando a mim mesma!