Fanfic: O Dever e a Paixão | Tema: Vondy

— Meu pai disse que eu o encontraria aqui.

Eles estavam na biblioteca, os quatro, recém-saídos do banho e perigosamente sexies. E um deles parecia mais sexy do que os outros, sentado na beira da mesa. Ele a observou, com aqueles olhos escuros impenetráveis, a expressão fechada.

Um por um dos outros homens saiu, Bahir batendo nas costas de Christopher, Kadar no ombro. Rashid murmurou um rápido “Até mais”, e seguiu os amigos para fora da sala.

Christopher saiu da mesa e inclinou a cabeça.

— Princesa— disse ele.— Rainha.

Ela olhou para o homem que um dia tivera e perdera, e se perguntou como alguma vez não o considerara o homem mais bonito do planeta. Como deixara de ver algo tão óbvio? Desejou que pudesse se atirar nos braços dele, como fizera com Marina. Mas se ele a rejeitasse, ela morreria.

— Eu vim agradecê-lo. Por resgatar Marina.

— Sua irmã está bem?

Dulce assentiu.

— Muito bem. E muito agradecida. Nós todos estamos.— Ela procurou alguma coisa para acrescentar, algo que diminuísse o abismo que parecia se estender entre eles. Então, porque precisava saber se a pequena esperança em seu coração ganharia vida ou seria extinta, continuou:— Por que você fez isso? Por que se arriscou pessoalmente num resgate, quando agora é rei?

Christopher respirou fundo.

— Eu nunca deveria ter deixado Mustafa livre para continuar causando danos, depois do que ele tentou com você. Ele é o pior tipo de oportunista. Viu uma oportunidade quando a família inteira do rei Hamra morreu, e sequestrou você para tentar roubar a coroa.

Ela franziu o cenho.

— Você não acha que ele...— Dulce parou. Aquele era um pensamento horrível demais para entreter, mesmo para alguém como Mustafa.

— Se eu acho que ele estava por trás do acidente da família real?— Ele meneou a cabeça.— Não. Cheguei a me questionar sobre isso, também, mas Mustafa é um intimidador, sempre foi. Mas nem mesmo ele seria capaz de assassinar tantas pessoas da própria família. A investigação sobre a colisão dos helicópteros parece apontar para um acidente trágico. Então, como falei, Mustafa viu a oportunidade de conseguir o trono, e agarrou-a, sequestrando você.

— E então, quando isso deu errado, ele viu a chance de frustrar a coroação, tornando sua irmã refém. Eu prometo que ele nunca mais tentará outra coisa, não onde está agora, mas como eu poderia não fazer nada, quando me sinto responsável pelo que aconteceu, por deixá-lo livre, depois do que ele fez com você?

— Oh.— Dulce olhou para o chão quando o fio de esperança se dissolveu.— Entendo.— Ele se sentia responsável. Quando ela aprenderia? Quando pararia de sonhar e aceitaria a realidade?— Bem, obrigada.

— E, é claro, havia a consideração de que Marina é sua irmã.

Ela levantou a cabeça.

— Porque ela é agora cunhada do rei?

— Mais do que isso. Eu sabia que você sofreria. Sei quanto sua irmã significa para você.