Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Mal cheguei na minha sala e já me via com o telefone na mão, aguardando ansiosa pela voz do Michael no outro lado. Depois de três toques seguidos, meu amigo-confidente atendeu sem nenhuma animação.

- Me ligando a essa hora? Quem comeu você?

- Olá pra você também, Michael! Eu estou ótima... e você?

- Tá, tá... Estou bem também. - Ele fez uma pausa. Quando viu que eu não contaria o porquê de ter ligado para ele no meio do expediente, ele retomou a conversa. - Me ligou exatamente pra quê?

- Contar uma novidade que vai fazer você cair pra trás quando ouvir!

- E?

- Michael, eu e o William, nós... nós... - Porém a lembrança daquilo que havia acabado de acontecer não me permitia continuar. - Nós... Ai meu Deus, Michael! Eu não sei nem como dizer isso a você!

- Não me diga que vocês transaram no elevador, Fátima! Sim... Porque de todas as loucuras sexuais que alguém já podia ter feito, essa é a pior e única que você ainda não fez.

- Não Michael! Jamais. Ainda mais aqui na Visconde`s, pelo amor de Deus! Não foi isso.

- Então o que foi de tão especial pra você me ligar no meio do expediente, enquanto teria que estar montando seis ou setes novos looks para o inverno que chega?

- Chupei William Bonner.

- COMO É QUE É? - Ele gritou do outro lado da linha, visivelmente espantado. - Você o quê?

- Chupei William Bonner.

- Vá se ferrar e me conte tudo direito e com detalhes quando chegar. Não demore. Vejo você às...

- Cinco e meia.

- Então até lá!

Desliguei o telefone e sorri vitoriosa mais uma vez. Sim, eu chupei William Bonner. Completamente extasiada ao lembrar dos meus momentos anteriores, joguei meu corpo contra a cadeira e ainda podia sentir o gosto dele na minha boca.

Ao perceber que estava envolvida demais com aquilo tudo, levantei-me depressa e revirei todos os papeis que encontrei em cima da mesa pra encontrar alguns contatos de modelos e também a minha tão procurada catwalk.

- Está procurando por isso?

Quando me virei assustada para ver de quem se tratava aquilo tudo, vi um homem completamente sexy. Vestido com seu paletó e aquela calça jeans, tremi ao vê-lo tão... despojado. Havia um sorriso naquele rosto que eu mal podia enxergar, de tão brilhoso que era. Com alguns papeis brancos na mão direita e seu aparelho de celular na esquerda, parecia ainda mais Homem do que antes. Minhas pernas bambearam novamente e ele veio até mim - logo depois de trancar a porta.

- O que você faz com a minha catwalk? - Perguntei quase sem fôlego, enquanto o via se aproximar de mim sem falar absolutamente nada. - Eu esqueci na sua sala? Não acredito que - E então fui surpreendida por um beijo daquele Homem sexy que me agarrou de uma forma que mal permitiu meus pulmões incharem de ar.

- Que letra maravilhosa, Fátima! Tão maravilhosa quanto você!

Vê-lo sorrindo e me elogiando daquela maneira, meu Deus! Você é real?

- Obrigada. Mas agora me dê aqui porque preciso trabalhar.

Ainda hesitante, ele me deu as folhas somente depois de me beijar mais uma vez.

- Desculpe ter interrompido nossa conversa... Juro que não foi por querer.

- Não, tudo bem. Eu sei que o mundo da moda é bastante movimentado.

- Ainda bem que trabalhamos juntos! Mas então, irá almoçar aonde?

- Em um restaurante aqui perto. Senhor Bonner?

Ele riu. Meu Deus! Ele riu pra mim. Estava rindo pra mim! Odiavelmente rindo pra mim!

- William, apenas. Você me chupou, Fátima!

- É, eu sei... Mas então - definitivamente, falar esse tipo de coisa com ele não era nada inteligente e tão pouco saudável - o que o senhor deseja?

- Você.

- Como é?

Ele me desejava? Ainda?

Ele riu novamente. Me viu desconcertada na sua frente e a visão deve ter sido um tanto quanto engraçada. Riu de mim. Que espécie de mulher ele achava que eu era?

- Você tem de me tratar como você quando estamos sozinhos e não como senhor. - Ele fez uma pausa. - Mas eu também quero você!

- Acontece que

- Acontece que você é a Madre Teresa de Calcutá. Tá certo... Apenas vim lhe fazer um convite.

- Pois faça! - Cruzei os braços e o fiz sorrir. Ele colocou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha e me beijou à bochecha. - Por favor...

- Almoça comigo, hoje?

- A- almoçar? Mas...

- Por favor. Podemos almoçar na minha sala mesmo, se preferir.

- Eu prefiro. A que horas?

- Pode ir para a minha sala agora, se quiser.

- Mas eu devo trabalhar. Que tal onze e meia?

- Onze horas.

- Onze e quinze.

- Onze e dez.

- William! - Tentei ponderá-lo quando vi que não chegaríamos a lugar algum. - Assim não vai dar.

- Eu sou o seu chefe, eu mando em você e no seu trabalho e eu permito que você almoce comigo.

- Onze e quinze?

- Dez para as onze.

Ele veio até mim, me deu um beijo - novamente de tirar o fôlego - e então se despediu. Me entregou a catwalk e foi embora. Vê-lo cruzar a porta me deixou agoniada.

Às dez para as onze teria um novo encontro com William Bonner.