Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Assim que aquele fantástico homem dos cabelos grisalhos e combinação perfeita de paletó e calça jeans saiu da minha sala, eu me sentei e abri minha caixa de emails no meu computador logo ao lado. Haviam algumas requisições de modelos, sugestões de tecidos... Mas nada que prendesse a minha atenção.

Liguei para Stela e lembrei à ela que poderia chegar mais tarde depois do almoço ou sair mais cedo e ela me confirmou que chegaria mais tarde depois do almoço. Lembrei à ela também de me trazer umas amostras de tecidos parisiense, com os quais montaria um vestido de gala.

Olhei para a minha catwalk top, que não era nada mais que uma lista de modelos mais bem-sucedidas e bonitas das passarelas. Ainda tinha o cheiro dele...

William Bonner sempre foi um cara que me instigou. Sempre com aquela pose de homem duro, bem-sucedido e seguro de si, ele nunca saía de meus pensamentos enquanto eu ainda era uma acadêmica. Assim que concluí a faculdade, tive a oportunidade de trabalhar na empresa dele, a Visconde`s Design de Moda. Porém, ao ver como o ritmo seria, tomei uma raiva enorme daquele homem. Certa de que ele jamais olharia pra mim, a raiva era mais de mim mesma do que dele.

Então, vê-lo mandando-me a chupá-lo foi algo... surreal.

Dada dez e meia, enquanto trabalhava sem parar, tentando arrumar alguma maneira de adiar dois desfiles - exatamente por falta de tempo para montar todos os trajes -, ouvi meu telefone tocar.

Atendi ao segundo toque.

- Visconde`s Design de Moda, bom dia. Fátima Bernardes.

- Liguei apenas para avisá-la de que aqui a menos de quinze minutos você tem um encontro marcado comigo, aqui na minha sala.

- Olá senhor Bonner! Estou bem, obrigada! E o senhor?

- Não me venha com essas. Estou péssimo. Falta você aqui.

- Não acha que é cedo demais pra se apegar tanto a mim? - Provoquei.

- Se tratando de você, não é. Você não sabe o tamanho da tortura que está sendo a minha manhã.

- Por quê?

- Se você tem esperança de que eu comece uma conversa por telefone, está rendondamente enganada. Suba até a minha sala e lhe conto tudo.

Olhei para o relógio e vi que faltavam quarenta minutos para as dez. Por tanto, ainda tinha mais cinco minutos para enrolá-lo por telefone.

- Daqui a cinco minutos eu pego o elevador. Pelas minhas contas, quando der dez para as onze já estarei dentro da sua sala.

- Venha agora, por favor. Preciso relaxar!

- Quer que eu chupe você de novo?

- Adoraria... Mas eu preciso mais que isso. Não se preocupe, não agarrarei você.

- Tudo bem, mas preciso voltar ao trabalho. Daqui a pouco nos encontramos.

- Você tem bem menos de seis minutos.

Era mentira. Assim que desliguei o telefone, vi que ainda tinham especiais oito minutos. Fui até o banheiro, arrumei o cabelo em um novo rabo de cavalo, passei um batom vermelho nos lábios e então ajeitei meu vestido, ainda amarrotado.

Sorrindo, saí da sala.

- Stela, o senhor Bonner me chamou até sua sala. Talvez queira acertar detalhes comigo dos próximos desfiles da empresa. Se me ligarem, avise que estarei aqui novamente somente pela parte da tarde.

- Tudo bem, senhora. Mais alguma coisa?

- Na verdade, menos. Sairei hoje às cinco novamente. Poderá sair no mesmo horário.

- Obrigada, senhora. Mais alguma coisa?

- Não, obrigada. Até mais.

- Tenha um bom dia!

Sorri como se tivesse dito "igualmente". Então, tão segura de mim quanto como a algumas horas atrás, subi sorrindo no elevador.

- Levemente atrasada!

E foi assim que entrei na sala de William Bonner. Ele estava me esperando na porta, como quem espera uma noiva. Cheguei pontualmente às dez para as onze, porém não estava bom o suficiente para ele.

Segurei sua mão e então entramos em sua sala.

- Não estou atrasada. - Eu peguei meu celular para checar as horas e nem o vi trancando a porta. Quando iria falar alguma coisa, fui surpreendida por um beijo caloroso. Suas mãos foram diretamente para o redor da minha cintura, enquanto grudei minhas duas mãos em seu pescoço. Na verdade, uma. Já que a outra estava segurando o celular. Ele me soltou, mas continuamos com os lábios colados. - Você não devia fazer isso comigo toda hora.

- Beijar você?

- Sem mais nem menos, não. Me beijar pode, mas dê algum sinal, pelo menos.

- E a minha cara de felicidade ao encontrar você não basta?

- Não...

Ele me beijou novamente e então me guiou até o sofá. Ele não estava mais vestido com seu paletó preto, mas a mancha do meu próprio batom no colarinho de sua camisa me deixou levemente corada. Havia manchado sua camisa - e talvez sua reputação.

- Todos olham pra mim com olhar esquisito. Por sua causa. - Ele viu que eu estava olhando para a mancha de batom.

- Desculpe, não resisti.

- Não, tudo bem.

- Por que me chamou aqui? - Eu perguntei, já ansiosa. Ficar perto do William sem saber o que viria a acontecer era algo incomum e sufocante. Do fundo do coração, eu já começava a precisar dele.

- Estou irritado. Chateado. Para baixo, mesmo.

- E o que posso fazer?

- Fique aqui comigo, já basta.

Ele puxou minha mão e me beijou mais uma vez. Segurando a minha cintura e eu os seus cabelos, pude ver que ele estava realmente chateado com alguma coisa, somente com os movimentos de sua língua.