Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Assim que nos soltamos novamente - ainda bem próximos -, eu o olhei séria, pedindo para que ele se abrisse comigo. Tá certo que nunca havíamos conversado muito, e nem ao menos nos conhecíamos o suficiente para tratarmos de tais assuntos, porém eu havia o chupado há algumas horas atrás, então me sentia íntima o suficiente para me preocupar com ele.

Fora os sentimentos...

- Não foi nada... Não precisa se preocupar.

Eu me afastei. Estava começando a me chatear.

- Você me disse que estava mal por telefone. Eu subi e vim ver como você estava. Dá pra ver pelo seu olhar e pela maneira que me beija que não há nada bem. O que aconteceu?

- Os mesmos problemas de sempre.

Sem me encarar, eu pude ver claro e cristalino que ele estava mentindo. Estava mexendo em suas mãos sem parar, enquanto fitava o chão sabe-se lá porquê. Assim que me afastei, ele tentou me repreender, mas a única coisa que fez foi soltar um grunhido de reprovação.

Alguma coisa me dizia que sim, estávamos começando a ficar íntimos.

- Tá certo, senhor Bonner. Se o senhor não se importa, adoraria sair para almoçar. Claro que, volto em uma hora. - Trinquei os dentes ao tratá-lo tão bem, mesmo querendo pular em seu pescoço e obrigá-lo a me contar tudo, em detalhes. - Com licença.

E quando ameacei levantar e sair de sua sala, ele veio até mim e segurou meu braço, com uma força absurda. Não chegava a me machucar, mas me deixou um tanto quanto assutada.

Nunca havia visto William Bonner daquele jeito...

Ele estava com o rosto vermelho, com as mãos geladas e seus olhos mal piscavam. Começou a se mover e chegou mais perto de mim, ainda mantendo uma distância razoável. Talvez ele não quisesse ficar tão perto para não cometer algo errado contra mim... E antes que eu pudesse me perder em pensamentos absurdos, ele tirou um pouco da força que exercia sobre a mão e a deixou mais leve, respirando fundo. Começou a aproximar seu braço de seu corpo, fazendo com que eu me aproximasse também.

- Não vá embora. Você vai almoçar aqui comigo. E eu já lhe disse que deve me chamar de você e não de senhor. Não faz isso de novo.

- Tudo bem, desculpe. - Olhei para o meu braço, como se estivesse pedindo para que ele soltasse. Porém ele nada fez, continuou sustentando o olhar sobre mim e me aproximando cada vez mais. Comecei a andar mais apressada à medida que ele avançava o braço. Eu estava quase próxima demais. - Por que você não me conta o que aconteceu? Não vejo utilidade na minha companhia se não for pra falar nada.

Ele me puxou de uma vez só e parei grudada em seu corpo, com as mãos em volta de seu pescoço. Ele segurou minha cintura e me colocou sentada no sofá novamente.

- Você bem sabe que prefiro fazer outras coisas com você do que somente conversar.

- William!

- Desculpe. - Ele me deu um leve beijo e levantou, fazendo com que eu o seguisse pelo olhar. - Vai querer comer o quê?

Mordi o lábio inferior ao vê-lo sentar em sua cadeira, atrás de sua mesa. Era tudo tão bonito e grande quanto ele... Tudo tão William Bonner. Ele sorriu e me jogou um beijo no ar, tirando o telefone do gancho e colocando do lado de sua orelha. Seus bíceps se contraíram à medida que ele dobrou o braço.

- Clarice, por favor, duas porções de comida chinesa. Um misto de tudo que há de melhor, por favor.

Foi tudo o que ele disse ao telefone. Claro, duro, correto, simples, William. Era impressionante como ele era sempre o mesmo: seguro de si e do que falava. Ou fazia.

Colocou o telefone no gancho novamente e deitou no sofá, apoiando a cabeça no meu colo. Fechou os olhos e sorriu quando eu comecei a fazer um cafuné em sua cabeça.

- Acho que não demora. - Ele abriu os olhos e me ecarou. Imediatamente, parei com o que fazia. - Você gosta de comida chinesa, não é?

- Gosto muito! - Então voltei a fazer o cafuné e o vi recuar a cabeça, enquanto ria e se mexia todo. - O que houve? Não gosta disso?

- Não é que eu não goste, é que eu sinto cócegas, minha linda! - Ele riu.

Minha linda? Minha linda! Meu Deus! Minha linda!? William Bonner riu pra mim - de novo - e me chamou de minha linda!? Com a cabeça no meu colo, deitado no sofá da sua sala, rindo pra mim e me chamando de minha linda!?

- Minha linda?

Eu tive que perguntar. Não queria me envolver demais com alguém que só queria me comer e pronto. Acontece que... minha linda!?

- Desculpe... - Ele levantou, estragando o bom momento. - Eu pensei que

- Não, tudo bem. Só fiquei surpresa. Está tudo certo. Desculpe.

Ele sorriu e começou a acariciar meu rosto. Minha linda

- Tudo certo, minha linda!

Ele sorriu e eu fiquei parada, sorrindo de volta. Oras, me beije de uma vez!

E foi isso que aconteceu.