Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Assim que dobrei a esquina, acelerei meu passo para conseguir chegar até o ponto do táxi. Talvez se não tivesse esbarrado em William, nada daquilo seria necessário.

Respirei fundo e entrei num dos táxis. Me olhei, sem querer, pelo espelho retrovisor do carro e percebi que um sorriso bobo teimava em não sair dos meus lábios. Além disso, meus olhos brilhavam. Aquele homem era, simplesmente, incrível!

- Ora, Fátima. Pare já com isso! - dizendo isso, fiz o motorista ter um breve susto. - Ah! Está tudo bem...

Me virei para a janela do carro e admirei a paisagem que vinha das ruas, esperando chegar onde queria.

Antes de descer do carro, paguei o motorista e entrei no shopping. Nunca havia sido tanto paquerada!

Depois de tanto passear, parei na loja em que vi os sapatos mais bonitos do shopping inteiro na vitrine. Entrei e pedi para a vendedora me mostrar-lhes.

Ela, atenciosa, me entregou o par de sapatos e eu sentei no sofá para experimentá-los. Quando terminei de tirar os meus sapatos, vi que um homem forte e levemente musculoso havia ajoelhado aos meus pés. O olhei do relance e, novamente, concentrei-me no chão. Por que tão bonito?!

- Algum problema? - perguntei ao encará-lo.

- Sou a solução dos seus!

Eu fiquei um tanto impressionada com seu galanteio, porém sorri de volta e ele indicou com as mãos para os sapatos que eu queria experimentar.

- Posso?

Eu sorri para ele e ele colocou-os em mim, calmamente. Acariciou meus pés e levantou, dando-me sua mão direta. Eu desfilei com ele até o espelho, quando ele parou para me olhar, do lado do espelho.

- Você ficou linda!

- Fiquei? - eu sorri para ele como se dissesse que estava a um passo de beijá-lo, caso ele retirasse sua última frase.

- Você é linda! - ele frisou.

Orgulhosa de mim mesma, por saber cuidar bem direito do meu próprio corpo, fiquei fazendo inúmeras poses no espelho. Afinal de contas, precisava saber se aqueles sapatos pretos com o salto dourado e altura de 15 centímetros ficaria bom em qualquer ângulo e em qualquer situação.

- Você está sozinha? - ele perguntou, completamente perdido no meu corpo e com um olhar que indicava uma breve excitação.

Ao vê-lo daquela maneira e ouvir aquilo, não pude deixar de gargalhar. Uma gargalhada completamente gostosa e excitante, caso estivéssemos sozinhos.

- O que foi? Falei algo que não devia? - eu fingi que não o ouvi e continuei a me exibir para mim mesma em frente ao espelho. Ele somente me encarava. - E então?

Sem responder nada, me aproximei dele e grudei minhas duas mãos em seu rosto, grudando meus lábios nos seus. Beijei bem o suficiente para deixá-lo sem reação!

Como não queria desperdiçar nenhuma pose com o meu futuro sapato novo, levantei minha panturrilha direita e depois o soltei.

Fui até o sofá e troquei de sapatos novamente. Lhe entreguei meu cartão e peguei minha bolsa. Antes de sair, já com a sacola dos sapatos em mãos, fui surpreendida pelo homem novamente.

- Você me beija e foge!? - ele estava agarrando o meu pulso e seu olhar suplica por uma maior aproximação.

- Eu não fugi. Você que não fez nada! - dei dois tapas de leve em seu rosto e tentei sair, porém ele era mais forte. - E então?

Eu já estava começando a ficar irritada e ele continuava me olhando da mesma forma. Talvez nosso "jogo de sedução" estivesse ficando perigoso demais para nós dois.

- Quer comer alguma coisa?

- Desde que não seja você... - sugeri.

Ele me apresentou um sorriso forçado para mim e me puxou para fora da loja, como se eu não fosse o acompanhar. Em um gesto bruto, me soltei dele e saí caminhando ao seu lado.

Antes de chegarmos até a praça de alimentação, não trocamos nenhuma palavra, se quer. Sentei-me à mesa e larguei minhas bolsas em uma cadeira. Puxei uma mexa do meu cabelo para trás e ele sentou, ficando de frente para mim.

- Por que fez aquilo? - ele perguntou, com o mesmo olhar de antes.

- Porque quis provar você!

- Simples assim?

- É.

O garçom apareceu e nós fizemos os pedidos. Um suco de laranja e um sanduíche para mim, enquanto para ele, um refrigerante bem gelado e um pedaço de pizza.

- Quero estar bem alimentado e preparado para eventuais consultas!

- Se você pensa que vai me levar pra cama depois daqui, está muito enganado. Não transo pela parte da tarde!

- E pela parte da noite?

- Como ou sou comida; tanto faz.

- Direta, você!

- Não está gostando? - e antes que ele pudesse responder, seviram-nos os refrescos. Dei um gole no meu suco e olhei para ele, sugerindo alguma coisa. - Você é solteiro?

- Tão solteiro quanto você!

- Então ótimo... Quer me encontrar onde e quando?

- Na minha casa, depois das nove horas.

- Tudo bem, apenas me dê o endereço.

Ele pegou um guardanapo e tirou do bolso da camiseta uma caneta. Anotou seu endereço e o entregou a mim. Sorri de canto para ele e bebi mais um pouco do meu suco.

Continuamos conversando, até a comida chegar.