Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

William saiu de mim - pela quarta ou quinta vez - e me ajudou a levantar da cadeira - ou quase isso - que eu estava. Ele pegou meu roupão que estava caído e vestiu em mim com calma, passando as mãos sugestivamente nos meus braços. Quando terminou, beijou meu pescoço.

- Posso levar você pra conhecer a minha casa inteira? - Ele sussurrou no meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha. Me arrepiei por completo e sorri, acenando com a cabeça. - Vem. - Ele puxou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus, me puxando para dentro da sua casa novamente. - A sala e o sofá você á conhece. - Ele sorriu malicioso e eu ri abafado.

- Seu sofá é muito confortável, por sinal. Adorei ele! - Provoquei e ele apertou minha mão. Foi me puxando mais um pouco e chegamos até sua sala de jantar. Seus passos eram seguros e eu ia tropeçando nos meus próprios pés, mas ambos paramos de caminhar quando ouvimos uns barulhos vindos da cozinha. - Tem alguém aqui? - Perguntei baixo em seu ouvido.

- Talvez a minha governanta, o que é estranho já que ela dorme cedo.

- Primeira mulher! - Eu ri e baixei os olhos.

- A minha governanta não é uma mulher. Ela é a minha governanta - ele enfatizou - e nunca fui para a cama com ela.

- Ah! Mas comigo também não. - Provoquei e, de fato, aquilo era verdade. Minha sala, sua sala, seu carro, seu sofá, sua varanda... mas sua cama não. E minha também não.

- Nunca transei com ela. - Explicou, estúpido. - Entendeu?

- Sim, senhor. Desculpe. - Ironizei e ele apertou minha mão com força, fazendo-me dar um gemido de reprovação.

- Só me chame de senhor quando eu mandar e ou estivermos na cama. E o mesmo vale para gemidos, já que você me excita mais do que deveria. E não se esqueça de que você está somente de roupão e eu também.

- Não precisa ser tão estúpido.

- Não precisa me provocar tanto. - Ele disse e fez uma pausa e então ficamos em silêncio por um tempo, até que ele voltou a falar. - Está vendo essa mesa aí?

- O que você acha?

- Sim ou não? - Ele apertou a minha mão um pouco mais e encarou meus olhos. Vi que ele estava um pouco irritado e me preocupei, mas ele ergueu as sobrancelhas e tive que responder.

- Sim.

- Muito bem. É aqui que vou comer você amanhã no café da manhã.

O QUÊ?

- Como assim?

- Ou talvez no balcão da cozinha, ainda não sei. - Engasguei na mesma hora. É impressão minha ou William Bonner está escolhendo um lugar para transarmos amanhã de manhã? Por favor, me acorde se isso for um sonho. - Bem, isso tudo é muito novo para mim. Agora eu posso escolher o cômodo e os móveis para usar da melhor maneira possível. Você não tem noção de como isso é bom!

- Qual é o seu problema? Você está parecendo aqueles malucos maníacos por sexo. E isso está me assustando.

- Uma ex-quase-vagabunda reclamando de um maluco maníaco por sexo. Ah, por favor!

Tem certeza de que estamos namorando? 

- Por que você está me ofendendo assim? Me comer na sua varanda é bom?

- Muito. - Ele disse e sorriu, como se aquilo fosse algo normal. Comecei a me sentir suja, uma verdadeira vagabunda e meus olhos começaram a lacrimejar. Comecei a piscá-los freneticamente e William segurou minhas duas mãos com delicadeza, ficando de frente para mim. Ele levou minhas duas mãos a sua boca, uma de cada vez, e deu um beijo em cada uma delas. - Hey, o que foi? Você vai chorar? - Perguntou ele, surpreendentemente carinhoso. E bipolar.

- Não teria porquê.

- Então não chora. - Ele inclinou seu corpo e me deu um beijo suave nos lábios. - O que foi?

- Você está me ofendendo.

- Só por isso que você vai chorar?

- Claro que não. Acontece que suas mudanças de humor são difíceis de acompanhar, Bonner. E eu estou exausta, com sono...

- William. - Ele repreendeu. - Você quer ir dormir? Ainda não mostrei nada pra você... - Ele largou minhas mãos e me abraçou com força pela cintura, me forçando e inclinar minha coluna para trás. Ele me deu um beijo e eu coloquei meus braços em volta de seu pescoço.

- Acontece que está tarde da noite e amanhã eu preciso ir trabalhar. - Acariciei sua bochecha e ele mostrou seus dentes brancos em sorriso lindo. Meu coração disparou e eu, imediatamente, o beijei. - Meu lindo!

- Minha linda! - Ele me beijou novamente e senti vontade de abrir meu roupão, mas já não tinha forças para aquilo tudo. - Vamos para o meu quarto?

- William... Ergh... 

- Não. - Ele riu. - Dormir. Eu sei que você está cansada! - Me beijou novamente e me levou até seu quarto.

E - assim como a casa inteira - era tudo William Bonner. Sua cama, esparramada no meio do cômodo era o que primeiro se via assim que era aberta a porta. Um pouco mais atrás e ao seu lado direito, uma cômoda enorme em tons de marrom. Do lado esquerdo, um simpático criado-mudo com duas gavetas - que acomodava um abajur redondo e um porta retrato. Atrás da cama, uma janela que ia do teto ao piso de cerâmica mostrava tudo que a cidade tinha de melhor e de mais bonito.

William me puxou para dentro do quarto e fui caminhando, um pouco trôpega para ali dentro. O quarto estava iluminado apenas pelas luzes que vinham da janela e eu não conseguia observar as coisas muito bem. 

Mas ainda assim, meu Deus!

- E aí? Gostou? - Ele apertou a minha mão de leve e senti meu estômago revirar.

- Você sabe que sim!

- É tudo tão meu ainda, como você diz?

- É sim. É tudo William Bonner! - Sorri manhosa e ele me puxou para um beijou. Segurou minha cintura com delicadeza e foi me conduzindo até sua cama. - Eu estou cansada. De verdade.

- E estou excitado, de verdade. E além do mais, é a primeira vez que eu trago uma mulher para o meu quarto. Para a minha cama. - Disse enquanto me deitava na cama e beijava meu pescoço.

- Eu não sou uma mulher.

- Não, você não é. Você é a minha namorada. - Ele sussurrou no meu ouvido e desatou o laço do meu roupão. Mais uma vez.

Eu sorri, agarrei sua nuca e comecei a lhe beijar com vontade.

Se é pra transar com William Bonner na sua cama, que seja com vontade e que seja prazeiroso - e muito bem feito!

Acordei nua, deitada de barriga para baixo e coberta por um lençol branco de seda e abraçada em um travesseiro de penas de pato. Abri os meus olhos calmamente e o quarto em que eu estava, estava mais iluminado do que a própria cidade. Com dificuldade, vi que na minha reta estava uma porta que levava até o banheiro e ao seu lado, uma abertura para o closet. Estiquei meus braços e me espreguicei, ainda muito sonolenta. Virei para o lado e ali estava ele: lindo, sereno, exalando beleza e sensualidade e cheiroso. Muito cheiroso! Sorri e me virei na sua direção.

Ele também estava deitado de barriga para baixo e apenas da sua cintura para baixo que estava coberto por um lençol. Acariciei seus cabelos de leve e ele mexeu as pernas e continuou dormindo. Sorri manhosa e lembrei do dia maravilhoso que tive com ele.

Sou sua namorada, tenho que acordar de forma digna.

Me ajoelhei na cama e beijei a extensão de suas costas. Ele estava gelado e meus lábios quentes, então penso que o choquesinho térmico o despertou. Ele abriu os olhos de leve e sorriu. Foi então que me dei conta de tudo que estava acontecendo.

Eu dormi com o William Bonner! William Bonner! Desde aquele nosso primeiro beijo naquela festa a fantasia que eu sonho com isso e hoje eu acordo ao seu lado, tendo dormido ao seu lado também? Meu sonho de jornalista recém formada é agora minha realidade de estilista! Sua namorada. É isso que eu sou. E quem diria?

- Bom dia, minha linda! - Ele murmura e se espreguiça. Eu volto a me ajoelhar na cama e abro um sorriso gigante.

Meu lindo!

- Bom dia, namorado!

- Dormiu bem?

- Como nunca havia dormido antes! Sua cama é deliciosa... - Passei a mão pelo lençol bagunçado que cobria o colchão e nem vi William se virando e me puxando para perto de si. Parei deitada em seu colo, apoiando minha cabeça em seu braço e então nos beijamos.

- Deliciosa aqui é você! - E me beijou novamente. - Vamos tomar café?

- Vamos, sim. Eu só preciso ligar para o Michael.

- Michael... - Ele revirou os olhos e eu acho graça, mas me controlei para não rir. - Eu ainda não o conheço muito bem, mas não gosto dele.

- E por que não?

- Porque vocês são muito próximos.

- Ah... Mas não se preocupe, serei fiel ao meu namorado. - Eu ri e o beijei, mas ele não achou muita graça.

- Assim espero. Mas vá ligando para o seu amigo enquanto eu vou ao banheiro. Assim que eu sair, você desliga o telefone e desce comigo para comer!

Comer. Imediatamente lembro de nossa conversa ontem à beira de sua mesa.

- Tudo bem.

Nos beijamos novamente e ele vai até o banheiro.