Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

O restaurante para o qual eu fui levada era lindo. O letreiro acima da porta de entrada era em madeira nobre, com flores esculpidas ao redor das letras. As paredes eram de vidro e dava pra ver o sorriso das pessoas comendo lá dentro.

E por falar em comer, eu e William entramos de mãos dadas, bem grudados um no outro. Meu sorriso ia de orelha a orelha e eu sentia que meus olhos brilhavam. Meu peito começou a estufar e William percebeu, apertando meus dedos entre suas mãos.

- O que foi? - Ele perguntou, sorrindo.

- Eu não sei... Acho que estou feliz por estarmos aqui.

- Você é demais! - Ele se dirige à hostess do restaurante, que ignora minha presença. Mexe seus cabelos, alisa sua roupa e pisca o olho como se ele estivesse interessado nela. E quando ele mostra aqueles dentes brancos que só ele tem, parece que ele está realmente interessado. - Uma mesa para dois, por favor.

- Tem preferência de localização?

William olha para mim. Do seu lado - penso em dizer, mas acho melhor não. Dou de ombros e sorrio para ele, querendo dizer que tanto faz.

- O lugar mais romântico que você tiver disponível.

A mulher sorri e parece que quem vai sentar ao lado dele é ela. Confesso que isso me irrita e sou obrigada a chegar ainda mais perto dela. Ela fica vermelha e nos dirige até uma mesa.

Linda. Incrivelmente linda, diga-se de passagem. Perto das paredes de vidro, com vista privilegiada - de um lado para a rua, de outro para a cozinha. O cheiro que nos alcança ali é tanto um privilégio quanto e não há tráfego de pessoas. Ficamos afastados, mas não de um jeito ruim.

- Aqui está bom?

- Ótimo! - Sorrio e ele puxa a cadeira para que eu possa me sentar. - Obrigada. - William sorri e senta à minha frente.

- Vou deixar com vocês o cardápio, o garçom já vem atendê-los. - Diz a mulher loira de corpo bonito, ainda sem olhar para mim. Quando ela se vira para voltar ao seu lugar de trabalho, sinto que rebola de propósito para que William a admire.

Pena que ele não tira os olhos de mim.

- Me senti completamente invisível.

- O quê? Por quê?

- Não vai me dizer que você não percebeu.

- Percebi o quê? - Ele sussurra.

- A hostess agiu como se você estivesse sozinho. Ela se atirou pra cima de você! - Digo brava e William ri. Lindo!

- Jura? - Ele se faz de desentendido. - Nem percebi. - E cai na gargalhada.

Estico o meu braço e lhe dou um tapa no ombro, caindo na gargalhada também.

- Vocês me dão licença? - Pergunta o garçom, chegando do nada. Um homem de meia-idade, relativamente bonito. - Já decidiram o que vão pedir?

Eu e William pegamos o cardápio e sinto que há um par de olhos vidrados no decote do meu vestido. Tenho certeza que fico vermelha e me cubro com o próprio cardápio, esperando William fazer seu pedido.

- Eu quero o mesmo! - Digo assim que ele decide, entregando o cardápio para o garçom rapidamente. Ele se retira e William balança a cabeça.

- Invisível? Se isso é ser invisível, não quero nem imaginar como vai ser quando as pessoas puderem te enxergar!

Ele olha para mim e ri. É bom vê-lo com ciúmes.

No meio do almoço, William me pergunta se não quero ajudá-lo durante a tarde.

- Na verdade, estarei ocupada até o fim do expediente.

- Posso saber por quê? - Ele fecha sua expressão e sinto um arrepio na espinha.

- Claro. - Limpo minha boca com o guardanapo e respiro fundo. - Vou escrever aquela matéria sobre o boicote que a Visconde`s sofreu.

- Não.

Engasgo.

- Oi?

- Não quero que você se envolva nisso. Essas empresas são terríveis, elas vão querer vingança e eu não quero isso pra você! Esquece essa história.

- William, por favor! Eu não vou matar ninguém, não tem porque ser tão perigoso. Além do mais, o que eles poderão fazer?

- Se eles descobrem que você é minha namorada, eles são capazes de qualquer absurdo! Você não tem noção do que essa gente é capaz de fazer! Eles são do tipo que gostam de machucar os outros. Não quero você envolvida com eles.

- Eu agradeço a preocupação, mas eu não vou deixar de escrever a matéria. Aliás, eu preciso falar com o Lorenzo sobre isso.

- Fátima.

- William.

Ele baixa os olhos e não contenho meu sorriso.

- Tudo bem, mas depois que essa matéria sair você vai passar um tempo comigo. Na minha casa.

AI MEU DEUS! Ele tá me pedindo em casamento?

Engasgo, num reflexo e ele me encara. Meu peito arde e eu não controlo mais minha respiração. Ele bate o pé no chão algumas vezes e um carro passa buzinando muito alto. O som que o carro faz irrita meus ouvidos.

- O que você está querendo dizer? - Tomo um gole de água e pisco algumas vezes. - Que bobagem é essa agora?

- Você não fica sozinha correndo perigo depois que essa bomba estourar. Você é preciosa demais! - Ele sorri e me joga um beijo, segurando uma das minhas mãos com a sua.

- Você quer que eu me mude pra sua casa?

- Por um mês ou dois, só por precaução. Se você quiser voltar pro seu amigo Michael depois, tudo bem. Mas não abro mão do primeiro mês.

Ele sorri e perco a noção de mim mesma.