Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Nervosa e ansiosa, juntei todas as minhas coisas às dez para as cinco. Tudo na minha volta parecia girar... Oh droga!

Peguei minha bolsa e senti um frio percorrer-me a espinha. Eu não era pra estar daquele jeito... era apenas o William. Era apenas o William querendo me encontrar na sua sala, sabe-se lá pra quê!

- Senhora Bernardes? - perguntou Stela, ao cruzar a porta creme da minha sala.

- Sim, Stela?

- Ligaram do escritório do senhor Bonner. Parece que ele quer que a senhora suba até lá.

Sem me preocupar em estar de frente para a minha secretária, respirei pesado. Que droga de homem ele pensava que era pra me atormentar dez minutos mais cedo que o combinado? Só por ser meu chefe, ele não tinha esse direito.

- A senhora está bem?

De alguma forma, minha reação talvez tivesse preocupado Stela. Ela era mais velha do que eu, mas seu respeito por mim rompia barreiras de idade. Ela podia entender mais da vida, mas sabia que ninguém entendia de moda como eu. Aliás, como eu e William.

Droga! Esse homem de novo na minha mente...

- Estou bem, sim. Obrigada, Stela.

- A senhora pareceu irritada. Me desculpe, vim apenas lhe dar o recado.

- Não, tudo bem. A culpa não é sua. Eu apenas vou ter que ir embora mais cedo hoje, Stela. - ela não disse nada e eu respirei fundo, claramente envergonhada por estar "me entregando" para a minha secretária. - Depois de ver o que o Bonner quer, eu vou direto para casa. Vou sair uma hora mais cedo hoje, mas prometo que compenso amanhã.

- Está certo.

Stela sorriu baixo e pude perceber que ela revirou os olhos. Talvez estivesse chateada - e com razão - por ter que trabalhar uma hora a mais que eu. Ela sabia, com certeza, de que ficaria em sua mesa para enfeite, já que sem mim não haveria trabalho algum.

- Mas fique tranquila. Amanhã seu expediente será somente até às cinco horas da tarde. - fiz uma breve pausa e tentei quebrar o clima. - Nem tão má assim!

Stela sorriu e olhou para mim, me encarando sem o habitual respeito.

- A senhora não precisa se preocupar comigo, mas já que quer me dar uma hora livre, me dê amanhã mais cedo. Eu prefiro chegar mais tarde do que ir embora mais cedo. Se isso não for a atrapalhar, é claro.

- Bem, faça o que for melhor pra você. Não precisa me comunicar de nada, apenas chegue mais tarde ou saia mais cedo. Você tem uma hora livre, apenas escolha o melhor momento para usá-la.

Ambas sorrimos por educação e eu juntei minhas coisas, saindo da minha sala acompanhada por Stela. Ela parou em sua mesa e eu segui até o elevador. Acionei o botão e esperei-o até chegar em meu andar.

Baixei a cabeça e estava entrando no elevador, quando ergui a cabeça e senti meu corpo ferver. Um lado fervia de raiva e o outro de excitação.

- Custava esperar mais um pouco?

- Qual é o seu problema? Por que demorou tanto?

- O combinado era cinco horas. - Olhei meu relógio para ter certeza do que dizia. - E ainda são cinco para as cinco. Por tanto, você que está adiantado.

Ele ergueu o braço e eu segurei sua mão. Me puxou para dentro do elevador e apertou os botões que dariam até o andar de seu escritório. Eu sorria baixo e sentia ondas de calor sendo emanadas por seu corpo.

- E então? O que quer?

- Aqui no elevador quero somente você por perto.

- E pra que isso?

- Fique quieta, Fátima.

- Você quem me chamou.

- Mas não foi para dar um tour pelo elevador do prédio.

Eu olhava para ele, porém nossos olhares não se encontravam. Quando ele virou pra mim depois da última frase, tive que desviar o olhar para evitar o contato. Caso contrário, já teria pulado em seu pescoço e estaria lhe beijando como nunca fizera com ninguém.

- Chegamos! - ele exclamou ao ver que o elevador parava em seu lugar.

Esperou que eu saísse e foi atrás de mim, pondo sua mão direita sobre a parte esquerda das minhas costas. O contato próximo e aparentemente carinhoso de sua mão com as minhas costas fez minhas pernas tremer.

- Você está bem? - ele perguntou ao perceber que estava levemente fraca. - Vejo que sua noite foi boa!

- Estou bem. - e por mais que a tremedeira não fosse por causa da noite anterior, preferi omitir. - É, você tem razão. A noite foi ótima!

Ele pareceu mais irritado que o normal e afundou sua mão em minhas costas. Seu movimento brusco me fez querer reclamar de dor, porém parei ao ver que a secretária de William Bonner me encarava como se quisesse me pedir explicações.

- Senhor? - a secretária era muito bonita, apesar de parecer irritada. Ruiva e com os cabelos lisos, tinha os olhos azuis da cor do mar e ainda sentada, demonstrava ter belas curvas acima da cintura. Seu rosto era bem delineado e sua boca era carnuda. Com certeza, William já havia se aproveitado da secretária em outros momentos.`q

- Se eu for incomodado, você será despedido. - ele sorriu ironicamente e me jogou para dentro de sua sala.

- Hey!

- O que foi agora?

- Qual é o seu problema? Precisava ser tão grosso e me jogar aqui pra dentro? Custava ser gentil e delicado?

- Se não custasse, teria sido. - Completamente grosso, tirou o paletó em um gesto bruto e o colocou detrás da cadeira. - Quer que eu guarde sua bolsa?

Talvez eu até quisesse, porém preferi negar.

- Não.

Ele me olhou sério e puxou minhas mãos, me colocando sentada em um sofá que tinha ali dentro. Aliás, que sala enorme!

Completamente maior que a minha, eu fiquei perplexa com o tamanho. A parede do fundo era revestida por vidro, o que possibilitava ver o exterior, sem permitir a visão do interior do prédio. A mesa era de madeira fina, aparentemente sem cor alguma. Talvez nunca tivesse visto uma tinta! Haviam manequins em algumas partes da sala e fitas métricas ajudavama a decorar o ambiente.

- Será que pode prestar atenção em mim? - perguntou ele, ao me ver embasbacada admirando sua sala e a nossa proximidade.

Ótimo. Além de estar próxima demais de William Bonner, não conseguia disfarçar minha admiração pela sua sala - e por ele. Onde fui me meter?