Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Respirei fundo, tentando não demonstrar meu nervosismo. Ele me olhava como se quisesse me decifrar apenas olhando pra mim. 

- Hã? Desculpe...

- Tudo isso é só pela minha sala? - E por mais que ele tentasse brincar comigo, jamais conseguiria. Seu rosto não tinha toda aquela leveza que um "homem brincalhão" talvez tivesse. De todas as minhas experiências com "homens durões", todos cediam em algum momento. Mas eu não sei porquê, o William não parecia se encaixar. - Fátima!

- Desculpe, William... Mas você já notou a enorme diferença entre a minha sala e a sua? Olha só a vista... Os manequins...

E enquanto eu ia fazendo gestos enlouquecidos com as mãos, ele ia se aproximando de mim sem que eu "percebesse". Na verdade eu vi, mas preferi fingir que não. Se antes cabia mais alguma criança no nosso meio, agora talvez não coubesse nem uma folha de papel.

- Por que não me leva até sua sala qualquer dia desses? Eu poderia notar a enorme diferença...

- Ah! - Aqueles olhos... Ah! Aqueles olhos... Aquele homem grosso, estúpido e ao mesmo tempo deslumbrante começou a acariciar meu rosto com as mãos. Ele sorria, como se aquilo o fizesse bem. Meu Deus! Ele está me acariciando! Ele me olhava de uma maneira indecifrável. Sua perna começou a roçar na minha e eu não segurei um gemido fraco. Meu Deus, eu gemi na frente dele! Era um homem que eu odiava, que não conseguia suportar, mas eu não sabia porquê estava tão próximo de mim. - Por que me chamou aqui?

- Tem certeza de que você não faz ideia?

- Tenho. - Eu fechei os olhos um pouco para ter certeza do que estava vendo. - Seus olhos estão brilhando! Você vai chorar? - Eu já não sabia mais o que fazia, só sabia que tinha que falar. Falar sobre tudo e qualquer coisa. Tudo valia mais que nada!

- Fátima... - Enquanto sussurrava meu nome nos meus ouvidos, ele grudou suas duas maõs geladas na minha nuca. Eu não entendia o que ele queria, só sabia que era bom. Tão bom quanto beijá-lo! - Fátima! - A entonação ao falar meu nome foi um pouco mais grave. Dessa vez, ele mordeu o lóbulo da minha orelha e desceu para o pescoço, lambendo-o. Posso apostar que ele sentiu o gosto amargo do meu perfume, enquanto sentia meu brinco roçar em suas bochechas. - Fátima? - Então não aguentei. Tive que rir da situação! Eu já estava com a perna esquerda por cima da perna direita dele - que sorte não ter ido de saia! -, e minha mão já estava dentro de sua camisa social branca. O peitoral de William Bonner era um convite ao prazer! Meu Deus, que homem! Eu sentia que ele também me queria, até porque caso contrário, ele não estaria lambendo o meu pescoço e acariciando minha nuca, antes de descer para as minhas costas. - Por que está rindo?

Oras, porquê!

- Desculpe... - Tive um sobressalto e me levantou como uma doida. A essas alturas do campeonato, já não mais pensava em parecer uma mulher ou uma menina. William Bonner tentando me beijar! Se fosse qualquer outro, eu já teria beijado e sabe-se lá feito o que além disso. Mas era o William e eu não podia me entregar. Ele era estúpido, grosso, ignorante... Em todo o tempo que trabalhamos juntos, ele sempre se mostrou superior. E por que agora, depois de ter mudado de profissão e ter ido trabalhar na empresa dele, ele começara a me tratar bem e querer ficar comigo? Não, mas comigo não é assim. Qualquer outro poderia ter ganho um beijo meu apenas dando um "oi" e eu já teria ido para cama com alguém que me perguntasse se eu queria, mas com o William seria diferente. Ficar com ele, seja para beijar ou transar, só se envolvesse dinheiro ou sentimentos. Não que eu fosse uma prostituta ou uma romântica apaixonada, mas eu precisava de motivos mais fortes. - Eu tenho que voltar ao trabalho!

- Não, você não tem. Depois que fizermos o que temos que fazer, você pode ir embora.

- E o que é que eu tenho que fazer?

Ele levantou e foi até mim. Tentou retornar às torturas, porém desta vez me esquivei. Ele era meu chefe, não meu marido. Jamais transaria com ele somente porque ele me mandara! Calma, Fátima... Ele apenas disse que você tinha que fazer alguma coisa ali! Mais nervosa que o normal, eu só sabia alisar minha camisa e meu casaco e estralar meus dedos. Desesperada, eu senti meu rosto ficar vermelho.

- Como assim o que é que você tem que fazer? Você sabe..

- Não, eu não sei. Tenho que fazer alguma roupa especial ou organizar algum desfile ou algo do tipo?

Tentei me virar e ir até algum dos manequins, porém a mão forte de William Bonner segurou meu braço com força. Eu me virei para ele e percebi que estávamos mais próximos do que deveríamos. Porém, desta vez, foi diferente. Eu via em seu olhar que ele queria o mesmo que eu.

Sem coragem pra falar ou fazer alguma coisa, apenas ficamos nos olhando, enquanto eu pensava em como sairia dali.

Os dedos dele começaram a massagear meu braço levemente, enquanto ele me fazia sorrir. Sem largar meu braço, segurou minha cintura com a outra mão, não quebrando aquele contato visual. O calor que subia no meu corpo era o mesmo calor que eu sentia subir no corpo dele. Ótimo, estamos em sintonia! Meus cabelos já suavam, enquanto eu sentia alguma coisa maior encostando em mim. Oras! Mas já!? Eu e William estavam próximos demais, incapazes de nos afastarmos.

Eu tentava não pensar em nada, porém era mais forte que eu. Sabia que nada nos atrapalharia, mas eu não queria beijar ele! Eu o odiava! Então por que o beijaria? Isso era ridículo.

- Eu não vou beijar você. - disse aos soluços, sem ter qualquer reação.

- Eu vou beijar você.

E então, ele puxou meu braço para seu pescoço, a mesma mão que me segurava, foi parar na minha nuca descoberta, por detrás dos meus cabelos. Suas mãos estavam praticamente suando, assim como as minhas pernas que começavam a balançar.

Depositei meu corpo nos ombros de William e me entreguei para ele. De corpo e alma.