Fanfic: Presos nos lençois | Tema: Erotismo

Cheguei na minha sala e afundei na cadeira. Já havia sido liberada, mas precisava voltar a respirar como gente normal, antes de me misturar no meio de tanta gente.

Vi nos olhos de Stela que eu estava diferente, excitada talvez. Ela levantou da cadeira assim que me viu cruzar pela porta e gaguejou ao tentar falar meu nome, o que indicava que ela estava encabulada ao me ver daquela forma.

E que forma! Quem aquele idiota do William pensava que era pra me beijar no seu escritório e dizer que queria me comer? Um louco? Um tarado? Ou um homem viril, másculo e completamente excitante?

Levantei, juntei alguns pedaços de tecido que estavam no chão e alinhei minha calça, completamente enrugada, por sinal. Assim que levantei, vi que Stela tentava barrar alguém antes de entrar na minha sala. Apesar de fazer isso com a maior delicadeza e respeito, ela parecia estar nervosa e irritada.

Ao me virar pra ver de quem se tratava, vi um homem enorme parado na minha porta, a fechando com as costas. Completamente diferente da últíma vez que o vi, ele parecia sussetível a mim, às minhas ordens.

- Senhor Bonner? - Trinquei os dentes ao ter que respeitá-lo tanto. - Aconteceu alguma coisa?

- Deixe o senhor para mais tarde, Fátima. Guarde o senhor para nós dois na cama!

- Como é?

Desprovido de paletó e gravata e também de senso do ridículo, seu cabelo desalinhado e sua voz rouca estavam me deixando ainda mais atiçada. Não que eu quisesse transar com ele na minha sala, mas eu queria transar com ele.

- Você entendeu muito bem! Eu não consigo pensar em outra coisa e o meu pau ainda está duro! Venha sentir. - Ele estendeu a mão para mim e eu fui até ele por instinto. Grudei minhas mãos geladas na nuca despida dele e o puxei ainda mais para mim. Enquanto massageávamos as línguas um do outro, roçávamos nossas partes íntimas. Pude sentir sua ereção não com as mãos, mas com minha própria intimidade. Já suando, ele soltou minha cintura e me afastou um pouco, grudando sua testa na minha, ainda ofegante. - Viu o que você fez comigo? Transe comigo, Fátima. Agora.

Ao ouví-lo trocando a pergunta "deixa eu comer você" pela frase imperativa "transe comigo", senti uma melhora inenarrável naquele homem. Tudo bem que ele estivesse me obrigando a transar com ele, mas ainda assim eu me sentia muito melhor tendo que transar com ele do que tendo que ser comida por ele. Querendo ou não, a troca do vocabulário me deixou ainda mais excitada - se é que era possível.
- Não é assim que você vai conseguir me levar pra cama! - E antes que ele pudesse se manifestar, grudei meus lábios nos dele. O afastei e então continuei. - Nem pra cama e nem pra nenhum outro lugar. Eu simplesmente não vou transar com você, porque eu o desprezo. Você e um terrorista, pra mim, são tão desprezíveis quanto. Sinto muito, mas o máximo que você vai conseguir provar de mim, serão alguns de meus beijos.

- E toda essa excitação? - Ele me perguntou ao me ver pegando a minha bolsa e indo em direção a porta.

Dei meia volta e o beijei. Não queria ir embora sem aquela sensação gostosa de beijar William Bonner! Nos afastamos e eu sorri irônica.

- Use com alguma prostituta qualquer, já que está falando com a Madre Teresa de Calcutá!

Mal cheguei em casa e a vi toda revirada. Meias do Michael por todos os cantos, assim como as cuecas. Taças de vidro quebradas e o sofá sujo de vinho.

Eu não havia ficado tanto tempo fora de casa, assim!

Fui até o quarto de Michael e o vi atirado na cama de braços abertos, com as costas nuas para cima e uma calça de abrigo preta. Passei minhas unhas - recém pintadas de vermelho - pelas suas costas e o vi se arrepiar.

- Michael? Você está bem?

- Olá Fátima! - Ele estava visivelmente bêbado e, até mesmo, deprimido. - Está tudo ótimo! Você não está vendo?

Fiquei preocupada com Michael, pois nunca tinha o visto daquela maneira. Bêbado, enrolando a língua, sem conseguir se mexer direito; além de ter bagunçado todo o apartamento - que dividia comigo - e ter sujado o sofá de vinho.

- O que aconteceu aqui?

- Deita aqui comigo e me ama?

- Como é que é? - perguntei, já abismada. Oras! Dois homens pedindo pra transar comigo no mesmo dia? Ou eu era realmente muito bonita e atraente, ou algo sério estava acontecendo.

- Vamos fazer amor? - E então ele se virou para que eu pudesse ver o estado em que se encontrava. Com o cabelo completamente bagunçado, um dos olhos roxo e as mãos vermelhas de sangue. - Por favor, Fátima. Eu juro que serei um gentlemant com você!

- Você está louco? O que aconteceu aqui?

O segurei pelos ombros e o vi alucinado. Ele parecia enxergar em mim, a mulher da sua vida. Era como se morasse comigo apenas para ir para a cama comigo.

O sol que ia se pondo, as cortinas entre abertas e o apartamento completamente bagunçado só adicionavam pensamentos ruins à minha mente.

- Faça amor comigo que depois lhe explico tudo!

Mais meia hora tentando arrancar alguma coisa de Michael se passou e eu nada consegui. O deitei direito na cama e fui até a cozinha fazer um café.

Aliás, dois. 

Respirei fundo e lembrei de tudo o que acontecera: quanta coisa ruim que me fizera tão bem! Me peguei pensando em porquê aquilo acontecera comigo. Dois homens pedindo pra transar comigo, o beijo do William, ele correndo atrás de mim e o Michael. Ah! O Michael todo bagunçado em cima da cama.

Terminei meu café e fui tentar arrumar o apartamento. Juntei todas as roupas daquele homem maluco que estava bêbado e atirado na cama e coloquei pra lavar. Peguei os materiais de limpeza que estavam na área de serviço e fui dar uma ordem naquele lugar.

Ou apenas tentar.