Fanfic: Você Me Fez

 “(...) Tudo está muito confuso depois do meu acidente, minha cabeça doí sempre que eu me esforço pra me lembrar das coisas que me falaram que eu esqueci, como o acidente, me lembro de poucas coisas, lembro de ter fugido do colégio com o Arthur, de ficar brincando, fazendo graça no meio da rua, mas do acidente não me lembro. E esse Pietro que o Bruno falou, já tentei inúmeras vezes me lembrar dele, mas simplesmente não consigo e isso está me deixando bem, bem frustrada.”

 

- Bom Dia, Fê – Era o Bruno, ele estava entrando no meu quarto de hospital com uma bandeja de comida – Como você está?

- Frustrada, não consigo me lembrar das coisas, e minha cabeça doí

- O médico disse que isso é passageiro, fizeram alguns exames em você e provavelmente amanhã você vai embora pra casa

- Amanhã ainda? Quero ir hoje

- Agradece que amanhã você vai embora, com a pancada que você tomou na cabeça era capaz de você ter que ficar bem mais tempo. E o tornozelo?

- Doí muito também, provavelmente vou ficar um tempinho sem poder andar de skate

- É só você se cuidar direitinho que logo você pode voltar, amor – Ele me deu um beijo na testa – Agora termina esse café, que o Felipe quer vim te ver

- Manda ele entrar, bom que ele me ajudar a comer, porque quem montou essa bandeja achou que eu era um pedreiro

- Exagerada, vou lá chamar ele e trata de comer – Enquanto o Bruno ia buscar o Felipe eu liguei pro Arthur:

- Amor? – Arthur

- Ei mocinho

- Como você está?

- Dolorida, frustrada porque não me lembro das coisas e destruída porque vai ter tantos roxos em tão pouco corpo assim, lá longe

- É o Felipe me disse que o médico diagnosticou uma amnésia seletiva, mas logo você melhora

- Tomara, amanhã saiu do hospital

- E isso é muito bom, sabe quando vão te liberar a voltar pro colégio se é que seus pais vão deixar você voltar pro colégio né?

- O Bruno os convenceu que ai era melhor pra mim, e o diretor disse que vai deixar a segurança mais rigorosa, e bem, levou suspensão?

- Dessa vez não. Estou tendo que arrumar a biblioteca, com o Gui e a Laís, mas só por essa semana

- Menos mal, apesar que eu ia adorar que você estivesse suspenso pra poder ir me ver em casa

- Por isso, até eu queria amor, mas sexta eu vou ir te ver, sem falta

- Espero, desculpa pelo susto ontem

- Você tem que parar de pedir desculpas por coisas que não tem necessidade, só de você está viva, eu já fico feliz, fiquei com medo de sei lá algo mais grave acontecer com você

- Pois é, espero que esteja se comportando tá Arthur, nada de Priscila

- Claro Fernanda, ela até veio toda pro meu lado, quando soube do seu acidente, mas eu deixei ela de lado

- Bom mesmo, aquela aspirante de piriguete, espero que ela fique bem longe de você, se não regasso a cara dela

- Fernanda, na sua situação você não bate nem em uma mosca – Disse o Felipe entrando no meu quarto

- Concordo com ele amor, quem está ai?

- O Felipe, e vocês dois são muito engraçadinhos

- Também te amo, agora vou voltar pra aula, mais tarde te ligo pode ser?

- Tudo bem, beijos

- Beijos princesa – Desliguei o telefone – Ei Lipo

- Ei pequena, pronta pra outra?

- Só que não né Lipo, olha pra mim, pareço um bicho

- Deixa de ser boba, você é linda até toda roxa e descabelada

- Engraçadinho

- E o tornozelo?

- Inchado e dolorido, com certeza algumas semaninhas sem skate

- Você vai melhorar logo pequena, e poderá a voltar a fingir que anda

- Nossa a sua felicidade em me ver é tanta, que está todo cheio de graça

- Mas de verdade, estou muito feliz em te ver bem, Nanda, quando o Arthur me ligou ontem, fiquei desesperado, medo de algo acontecer, você pode ser chata, insuportável, fedelha, gata, gostosa, mais eu te amo, você é de fato a melhor amiga que eu tenho, e sei o quanto isso foi gay

- Adoro suas gayzisses amor – Ele me abraçou – Amanhã já vou embora pra casa

- Pessoas ficaram felizes em te ver

- Quem?

- A Mirelle, a Bianca, o Diego, o Miguel, o Pietro, só a Amanda que não

- Quem são?

- Não vai me dizer que você esqueceu de todos eles?

- De nome não me lembro Felipe, estou tão frustrada com isso

- Isso é passageiro Nanda, logo você vai recordar a memória, relaxa

- Espero, pelo menos não te esqueci

- É o meu tchan a mais

- Claro que é – Ficamos a tarde toda conversando, toda hora alguma enfermeira vinha fazia um curativo, me dava remédios, trazia alguma refeição. Até o anoitecer.

- Felipe agora você vai descansar que eu fico com a mocinha aqui

- Tranquilo. Tchau princesa, nos vemos amanhã quando assinarem sua carta de alforria – Ele me deu um beijo na testa – Boa Noite

- Boa noite – Ele saiu – Bruno...

- Oi pequena

- Os nossos pais, eles...

- Eles vieram quando você estava descordada ontem

- Mais hoje nem ligaram

- Eles me ligaram

- Realmente os filhos pra eles são muito importantes – Revirei os olhos

- Não estressa por isso, você não pode se estressar

- Como não me estresso Bruno? Ontem Deus sabe o que poderia ter acontecido comigo, assim que viram que eu estava viva, eles sumiram de novo, eles não se importam nenhum pouco comigo

- Claro que se importam, Fê.

- Eles estão precisando demonstrar mais isso, apesar que odiaria ter eles no meu pé, porque eles são péssimos nesse papel

- Fernanda

- O que?

- O acidente te deixou mais ácida

- Não acho

- Sério?

- Sério. Ai Bruno esses remédios estão me deixando assim, fora que estou grogue

- Melhor você dormir, amanhã conversamos – Ele me deu um beijo na testa. Eu fechei os olhos e dormi.