Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde

Capítulo 14 – Hoje a noite não tem luar...

Dulce...

Estava parada, olhando para o telefone, desejando que ele tocasse. E por força do pensamento, magia ou destino, ele tocou.
Acho que aquela história de que, quando você quer muito uma coisa, o universo conspira a seu favor, tem indícios verdadeiros.
Li seu nome no visor do aparelho e repeti, saboreando a doçura. Any.
Atendi rapidamente, com medo de que, se demorasse, o sonho acabaria. Fechei os olhos ao ouvir a mesma voz firme de Anahi e, em contrapartida, doce de Any.
Conversamos nada e tudo ao mesmo tempo. Desliguei com a missão de levar Anahi no lugar mais incrível da cidade. Um lugar que, até então, era só meu. 
Pedi ajuda para Carlos, o motorista de mamãe, e adiantei-me até o lugar, preparando e dando um toque especial para aquela noite.
Logo depois, recebi uma mensagem de Anahi, combinando a hora...

Dul, tudo resolvido. O Mateus vai dormir com a minha mãe, fico mais tranqüila assim.
Sobre o horário, 21hrs tá bom pra vc?

Sorri ao ler. Anahi é uma mulher e mãe incrível. E Mateus faz jus a tanto carinho e preocupação.

Respondi:
Bom não, tá ótimo! rs. Any, vista algo bem leve e simples. Ah! Traz biquíni.
Te esperando! Não atrasa. Beijos!

E ela não atrasou. Aliás, chegou cinco minutos mais cedo.
Entrei no carro com o coração acelerado. O mesmo cheiro delicioso de sempre. Cheiro de Anahi.

-- Oi – cumprimentei-a sorrindo e deixando as sacolas no banco de trás.
-- Oi, Dul. – ela devolveu o sorriso e observou-me curiosa.
-- Posso te dar um beijo? – Perguntei aproximando-me.
-- Pode.

Tomei sua boca com saudade. Intensidade. Cada beijo tinha um gosto diferente. Gostoso. 
Aquele, especialmente, tinha gosto de espera saciada.
Anahi separou nossos lábios e comentou divertida:

-- Chega, Dul. Não quero que batam no vidro outra vez.

Prendi o riso, lembrando-me da cena e da fúria de Anahi.

-- Vamos pro lugar mais incrível dessa cidade? – perguntei ansiosa.
-- Dul, Dul... – Ela olhou-me desconfiada e completou, ligando o carro logo em seguida – Olha lá o que você vai aprontar hein?! 
-- Deixe a desconfiança e a perspicácia da Doutora Anahi aqui, pelo caminho, e confia em mim, ok?!

Vinte minutos depois Anahi estacionava o carro no lugar que havia lhe indicado. Ainda teríamos que andar alguns metros, mas eu conhecia cada palmo daquele caminho.
Pegamos nossas coisas e seguimos por uma trilha. Segurei firme na mão de Anahi e a guiei.

-- Dul, espero que você não se perca, porque meu senso de direção é péssimo e minha bússola natural não funciona.

Parei no meio do caminho e me virei na direção de Anahi, que estava logo atrás de mim, segurando forte em minha mão. Percebi a sua apreensão e disse:

-- Any, será que dá pra você relaxar? Eu sei o que estou fazendo.

Ela fez uma carinha linda de perdida e eu sorri, afagando seu rosto.

-- É que não chega logo, Dul. – Ela comentou insatisfeita. – Você não disse que me levaria para o meio do mato.
-- É verdade! – Fingi concordar e, puxando sua mão, para seguirmos o caminho, completei – Eu nem disse para onde te levaria.

Só escutei um suspiro indignado de Anahi e, ante ao seu silêncio repentino, imaginei que ela estivesse escutando o som calmo e marcante do mar, que já se aproximava.
Andamos mais alguns metros e descemos uma escada que levava diretamente à praia.

-- Chegamos. – Comentei empolgada.

Ver a expressão surpresa e admirada de Anahi valeu toda a caminhada. 
Ainda segurando minha mão, ela observava o ambiente com atenção. O fogo das tochas, refletido em seus olhos, só aumentava o brilho que já estava ali. Marcante e vivo.
Tive a certeza de que aquele era o cenário perfeito para o melhor filme romântico.
Os cabelos loiros, longos e lisos dançando ao som do vento. O vestido delicado ajustando-se ainda mais ao corpo, evidenciando as curvas perfeitas. A maciez de sua pele. O sorriso. Os olhos azuis mais lindos brilhando.
Ainda sem nada dizer, levei Anahi até o alto de uma pedra. De onde se tinha uma vista perfeita e panorâmica da paisagem ao nosso redor.
Sentamos. Ela entre minhas pernas. Meus braços em volta de sua cintura. Meus lábios roçando em seu pescoço. Seu corpo relaxado contra o meu.

-- É lindo. – Ela sussurrou baixinho.

Olhei em volta e constatei que era realmente lindo. Tão lindo que não parecia real.

A lua exibindo-se majestosa no céu. As folhas dos coqueiros balançando pra lá e pra cá, no ritmo do vento. O mar calmo. As ondas quebrando baixinhas. As estrelas espalhadas, observando-nos.
Comecei a acreditar que seria um presente do mais talentoso dos pintores. O destino.

-- Você é mais linda ainda. – Eu disse no mesmo tom. Baixinho. Próximo ao seu ouvido. A voz presa. Rouca.

Anahi virou-se o suficiente para encarar meus olhos e sorriu. Ofuscando o luar e toda a paisagem.
Só conseguia enxergar o azul de seus olhos e a intensidade de seu sorriso. Linda. Maravilhosamente linda. 
Ela aproximou-se de meus lábios e o beijo que seguiu foi doce e calmo. Intensificando-se à medida que nossos corpos procuravam-se. 
Anahi levantou e sentou-se em meu colo, de frente para mim. Tirei uma mecha de cabelo que insistia em cobrir seus lindos olhos e a beijei novamente.
Dessa vez, sem calma nenhuma. O desejo estava latente em cada canto do meu corpo, evidenciando-se nos beijos sôfregos e urgentes.
Apertava e trazia o corpo de Anahi para mais junto do meu. Beijava seu pescoço, deixando com a língua, rastros por onde passava.
Tirei seu vestido e contemplei novamente seu colo desnudo. 
Cobri seus seios com as mãos. Apertei, enquanto continuava a beijá-la. Sem interrupções.
A boca saindo do contato da dela, apenas para explorar outros caminhos...
Pescoço. Colo. Seio. Arrancando gemidos e suspiros.
Anahi puxou meu cabelo, tirando-me do contato com seu corpo, trazendo minha cabeça para cima e obrigando-me a encarar seu olhar.
Sem quebrar o contato visual, tirou a blusa que eu usava e pesou seu corpo sobre o meu, me fazendo deitar.
Sentou-se na altura de meu sexo e mexeu seu corpo sensualmente. Fazendo-me delirar.
Eu olhava extasiada para a mulher à minha frente. Anahi mantinha o corpo reto. Cavalgando. Apertando meus seios. 
Mantinha os olhos fechados, a cabeça inclinada e uma deliciosa expressão de prazer.
A lua atrás dela tornou-se mera expectadora. Enquanto nossos corpos se misturavam. Perdiam-se e encontravam.
Ela abaixou o corpo, encostando-o totalmente no meu. Inverti as posições. E admirei, mais uma vez, a mulher perfeita que estava ao alcance de minhas mãos.
Passei a ponta dos meus dedos entre seus seios. Lenta e sedutoramente, desci pela barriga e parei na única peça que ainda se mantinha intacta.
Afastei e tirei a calcinha de renda branca e, finalmente, pude contemplar a beleza nua de Anahi.
Faria agora o caminho contrário. Aproveitando cada pedacinho daquele corpo escultural.
Beijei seus pés, passeei a boca por suas pernas, até alcançar a coxa. Alternando entre língua e lábios, alcancei a virilha. Rocei meus lábios. Beijei.
Senti uma dor conhecida aninhar-se em meu ventre, ao ver a expressão de desejo de Anahi, olhando-me ansiosa. Impaciente.
Perdi o controle quando ouvi sua voz soando rouca, vacilante..

-- Faz, Dul... Eu... preciso!

Fiz... 
Cobri seu sexo com a minha boca. Explorando cada parte. 
Alternando os movimentos com a língua. Movendo-a por toda extensão de seu sexo. De baixo para cima, de cima para baixo.
Prendi seu clitóris entre meus dentes. Mordendo. Puxando. Incitando. 
Anahi gemia. Fazendo-me ter ainda mais vontade de devorá-la por inteiro.
Desci até sua cavidade, penetrei a língua. Ora devagar ora rápido. Calma e fortemente.
Impondo meu ritmo. Seguindo o dela. Chupando. Sugando. Enlouquecendo. 
Seu quadril subia até a minha boca e eu descia com a boca de encontro a ele. 
Minha intensidade aumentou. Seus gemidos também.
Senti seu corpo movimentar-se mais e mais rápido. 
Anahi apertava suas mãos em meu cabelo e mantinha minha cabeça presa na direção de seu prazer.
Tremor. Libertação. Senti seu corpo convulsionando e suguei cada gota de seu gosto de Mel.
Escalei seu corpo e a fiz provar seu gosto.
Encostei meu sexo no seu e movimentei-me. Ela arranhava minhas costas. Marcando. Exigindo.

-- Ai, Dul...  – Ela comentou com a voz ainda vacilante pelo desejo – Assim tá doendo!

Sem entender, parei com o movimento e levantei, perguntando preocupada:

-- Como assim doendo, Any?
-- Ué, você tava me beliscando.
-- Beliscando? – Repeti sem entender. – Eu não estava te beliscando.
-- Se não era você.

Olhamos para o chão e dissemos juntas:

-- Formiga! 

Rimos juntas. Ainda tentei tirar as formigas de seu corpo, mas eu mais apertei do que tirei as que ainda estavam lá.

-- Isso é culpa sua, sabia?! – Eu afirmei categórica.
-- Minha? – Ela defendeu-se – Você quem me atacou aqui, Dul. No meio de um formigueiro.
-- É sua sim. Quem mandou ter tanto mel. – Respondi sorrindo.
-- Boba!

Ela beijou-me e, ainda rindo, pegamos nossas roupas e descemos.
Eu ainda nem havia mostrado a parte principal do lugar. 
Queria e esperava que aquela noite durasse o tempo suficiente para amar Anahi de toda e qualquer forma.

`` Lua de prata no céu.O brilho das estrelas no chão.
Tenho certeza que não sonhava, a noite linda continuava.
E a voz tão doce que me falava: "O mundo pertence a nós!"

Hoje a noite não tem luar – Legião Urbana

 http://www.youtube.com/watch?v=MQ9rXzvJOJk