Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde
Capítulo 1 – Pessoal Particular..
-- O que? Vai dizer que não concorda comigo?
-- Dulce, você só tem dezoito anos, recém completados, diga-se de passagem. O que você sabe da vida?
-- Como assim só dezoito anos? E como se isso fosse importante, idade nem sempre quer dizer maturidade.
-- Não é isso que eu tô dizendo, Dul. Só acho que você ainda não viveu o suficiente pra ter essa concepção louca da vida, do amor, das pessoas..
-- Mai, amiga, você só é três anos mais velha que eu e numa fase que essa diferença pouco importa. Poxa, você anda tão careta!
-- A idade não é a questão, Dulce. Não muda de assunto. E não é que sou careta, sou só mais vivida e tenho uma idéia diferente da vida.
-- Você acabou de dizer que a idade não era a questão principal, Maite. Tá vendo? A contradição aqui não sou eu.
Quem passa de longe e observa a conversa acirrada entre as duas amigas, nem imagina que ali, em meio às diferenças, existe um laço forte e cúmplice, dificilmente abalável. Os amigos mais recentes, conhecidos em baladas ou em inúmeras viagens compartilhadas, não conseguem acreditar que duas pessoas tão diferentes, possam ser tão iguais ao mesmo tempo. Os amigos antigos, aqueles que já presenciaram várias brigas, discussões, abraços e confissões, acabaram se acostumando. A verdade é que nem elas saberiam explicar o motivo da amizade ter começado. Vai ver, as verdadeiras amizades são assim mesmo, sem explicação, nem motivo. Nem ao menos se lembram direito da primeira conversa, do primeiro contato. Na fila da biblioteca, no pátio ou talvez na cantina da faculdade. O essencial elas sabiam, estavam ali, juntas, para enfrentar o que fosse necessário. E dessa parte, em meio a sorrisos e lágrimas, nenhuma delas havia esquecido.
-- Dul... Dul.. – Nada. A amiga parecia em outra dimensão. Resolveu gritar. – Ô, Dulce Maria!
-- Que foi, cabeção?
-- Pô, tô te chamando aqui tem mó tempão!
-- Ai, tava distraída, desculpa.
-- É. Foi o tempo do garçom anotar meu pedido e você voou longe! No que tava pensando?
-- Na gente.
Ante a expressão confusa da amiga, completou sorrindo:
-- Nossa amizade, Mai.
-- Somos tão diferentes, né?
A outra balançou a cabeça em sinal afirmativo e um sorriso involuntário brotou nos lábios das duas amigas.
-- Você é tão romântica e sonhadora, Mai.
-- E você é tão fria e calculista.
Disse rindo e ganhou uma careta pra lá de indignada. Dulce já sabia onde e como essa conversa terminaria
-- Ai, sua ridícula. Você adora jogar isso na minha cara, né? Só porque eu não sou bobinha que nem você, não quer dizer que eu seja fria e calculista.
-- Não sei não hein, Dul?! Aliás, até hoje não sei se foi o curso quem te escolheu ou se foi você quem escolheu o curso.
-- Como assim, Maite? Às vezes você viaja pela hellmansairline!
-- Eu poderia forçar uma risada agora, mas não quero iludir seu eu comediante.
-- Não era pra ser engraçado, boba. Vai, fala logo.
-- Não é óbvio – Após perceber as sobrancelhas arqueadas e o olhar de questionamento da amiga, percebeu que não. – Quer curso mais frio e calculista que o de Direito?
-- Humm.. Falou a senhorita quente e letrista que faz Relações Internacionais.
-- Engraçadinha! Ah, falando nisso, Dul.. Preciso comprar um livro, não me deixa esquecer.
-- Amiga, você não é loira pois se fosse estaria influenciando não só na sua inteligência, mas na memória também.
-- Cara, não sei de onde as pessoas tiraram que as louras são burras. Isso é a coisa mais idiota que eu já ouvi!
-- Hum.. É tudo estereótipo mesmo. As pessoas olham pra essas lourinhas bonitinhas de olhos azuis assim, e pensam: Só mais um rostinho bonito, nada de conteúdo.
-- E das menininhas lindas com os cabelos ruivos e olhos cor de mel, o que as pessoas dizem?
-- Ah, as pessoas acham que elas são as mais inteligentes, além de lindas, charmosas e gostosas, claro.
Maite bateu, amigavelmente, no ombro de Dulce e a acompanhou na gargalhada despreocupada, certa de que Dulce era mesmo tudo isso, mas não tinha noção do quanto. O lanche fora interrompido pelo celular que não parava de tocar. Maite revirava a bolsa à procura do aparelho e mais uma chamada ia sendo perdida.
-- No bolso de dentro, Mai. Você sempre esquece onde coloca!
-- Ai, amiga! Essa bolsa tá uma bagunça. Tem mais coisa sua do que minha aqui.
-- Atende logo, louca!
Após olhar o número que aparecia no aparelho, Maite gesticulou efusiva:
-- É o Dado, Dul.. Tenho que ser difícil.
-- Maite, tem dois anos que você é fácil, quase de graça, com o Dado, vai querer ser difícil agora? Atende isso logo!
Enquanto Maite conversava com o namorado, veterinário, que estava em mais uma de suas viagens, Dulce perdeu-se mais uma vez em seus pensamentos. A discussão anterior e constante entre ela e Maite, voltara a ecoar em sua mente. O amor, a vida, as pessoas..
O que é o amor, além de uma doença que nos agride e machuca? Nos faz perder o controle de atos e palavras. Deixamos de amar a nós mesmos e passamos a amar mais o outro. Amor é o contrário de amor próprio. É dor, lágrima e sofrimento. Amor é ser egoísta e possessivo. É ser sentimental e emotivo demais. Amor é exaustão. Comodismo, hipocrisia. Amor é falso moralismo.
Não. Não havia sofrido por amor. Aliás, nem sabia o que era. Seus relacionamentos eram passageiros. Sexualmente satisfatórios e só. Não acreditava no amor carnal, pleno e eterno. Achava graça quando ouvia histórias de amor à primeira vista, para ela, o amor era desconhecido. Deixava escapar um rastro de crença no amor fraternal, mas até ele contribuía para seu ceticismo.
Ceticismo. Por que era tão descrente?
Olhou ao redor e se deparou com tantas pessoas. Comportamentos, estilos, histórias diferentes. Pessoas. Quando deixou de acreditar nelas? Lembrou-se de seus pais e percebeu que estava ali o começo. Seu pai, empresário renomado. Sem escrúpulos, ganancioso. O dinheiro sempre falando mais alto. Negócios, golpes, trapaças. Sua mãe, refém de uma sociedade capitalista. Egoísta. Vivendo de aparências e se submetendo a elas. Status, badalação, futilidade.
Talvez, os exemplos mais próximos, não fossem tão exemplos assim. O que esperar dessas pessoas? O que esperar das pessoas?
Em contrabalança, tinha Maite e seus pais, a quem, carinhosamente, chamava de tios. As famílias ficaram amigas e com a amizade, surgiu também a comparação. Conheceu o outro lado das pessoas. O humano, solidário, gentil. O dinheiro era só uma conseqüência do trabalho. O laço familiar era o essencial. Fora acolhida com tanto carinho. O sorriso sincero demonstrando que não importava quem fosse seus pais, o bairro onde morava, a cor da pele ou a classe social que ocupava. Sentiu-se em casa estando ali, na casa de outros. Família. Qual é o conceito `` padrão `` de família?
E a vida? Surpreendente. Assustadora. Incontrolável. Viver é se aventurar, se perder. Descobrir e encontrar. Viver é uma contradição. Quantas vezes por dia morremos aos poucos. Palavras, gestos, momentos. Situações. Cotidiano. O importante é que passa. Superamos. Voltamos à luta e nos preparamos pra morrer novamente no outro dia. O difícil, ela pensava, seria morrer, pra sempre, sem ter vivido de verdade.
Balançou a cabeça e se perguntou se o problema estava, realmente, nela. Tentava conversar e expor seu ponto de vista para as amigas, mas se sentia mais estranha ainda. Nenhuma delas tinha a preocupação em analisar, entender, se aprofundar e se perder nos mistérios da vida, das pessoas, do amor. Queriam sempre o superficial. Amar, divertir, badalar.. Era o que ela deveria querer também? Afinal, só tinha dezoito anos. Não era para ter esses pensamentos pessimistas e estranhos. Era o que sempre lhe diziam. Seus pais se ofereciam para pagar viagens, carros, passeios.. Ela não aceitava. Não por não se achar digna ou merecedora, só não achava justo. Justiça. Outro mistério que adorava se perder..
-- Dulce, tá viajando de novo?
-- Tinha que arrumar algum jeito de me distrair nas duas horas que você ficou falando no telefone.
-- Foi só meia horinha, tá bom? E eu tava com tanta saudade do meu bebê, Dul. Ai, ele é tão fofo! Você nem imagina o que ele fez.
Observou a amiga derreter-se e mudar o tom de voz. Não pôde evitar de pensar e, acrescentar na sua teoria, que o amor deixa as pessoas divertidamente patéticas.
-- Nem imagino mesmo, amiga. Mas, me conta, o que ele fez de tão magnífico?
-- Ele tá na fazenda cuidando dos animais né, amiga? Então, ontem nasceu uma porquinha e ele batizou com meu nome. Não é a coisa mais linda do mundo?
Era isso, exatamente isso. Essa mania de achar que tudo que o outro faça, seja lindo e adorável. Se contentar com tão pouco. Era esse o patético a qual ela se referia.
" Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável "
Autor(a): lunaticas
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Capítulo 2 – Seus olhos e seus olhares.. -- Dul, já tomamos o sorvete que você queria, agora vamos lá na livraria. Preciso comprar esse livro logo, depois esqueço e já viu, né?! -- Já disseram o quanto você é chata, Maite? -- Já e foi você, acho que ontem mesmo. -- Continuo tendo raz&a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 65
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flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47
Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*
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claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47
Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.
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angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19
Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*
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annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28
Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^
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annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31
Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!
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Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59
A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais
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lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48
Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu
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dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15
Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*
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dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22
Posta mais, estou amando a web ><
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annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05
Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..