Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde
Capítulo 22 – O Avesso dos Ponteiros.
Dulce...
E a semana passou...
Não. Na verdade, ela se arrastou...
Depois daquela tarde intensa e deliciosamente insana, não vi Anahi mais.
Conversamos apenas por mensagens no celular, mas nada muito importante.
E assim foi até sábado, quando, finalmente, a veria novamente. Na festa da galera de RI ( Relações Internacionais )
O fato de estar em uma festa onde não se conhece ninguém além de Maite, e agora Anahi, que me incomodava até algumas semanas atrás, não é nem mais lembrado. Só consigo lembrar e sentir uma vontade louca de ver, tocar e sentir Anahi outra vez.
O sábado chegou, mas não como eu gostaria...
Acordei com uma ansiedade proporcional ao tamanho de minha espera.
Fiz diversas coisas para que o tempo passasse mais rápido, até arrumei meu guarda-roupa, mas ele fez charme e se arrastou.
Cazuza que me desculpe, mas o tempo para sim. Aliás, `o tempo não passa` seria o ideal para o dia de hoje.
No auge do meu desespero, resolvi ler.
Não que eu não goste de ler, pelo contrário, mas é que ninguém em sã consciência costuma ler e reler um livro de Direito Constitucional em pleno sábado à tarde.
Mas, como toda tentativa é válida, eu tentei. Quem sabe assim o tempo passaria.
-- Dulce...
Ouvia meu nome ser chamado baixinho, parecia longe. E a voz era tão familiar que eu até sorri.
-- Acorda, Dul...
Depois eu fui sentindo uma sensação estranha, como se algo caminhasse pelo meu rosto. Alguma coisa leve, mas que fazia cócegas. Dei um tapa, tentando parar com aquela sensação estranha e indesejada. Abri os olhos, acordando assustada com o barulho do tapa que dei em meu próprio rosto. Olhei perdida, tentando me lembrar de quem eu era e onde estava, mas só o que eu vi e descobri foi Maite, com uma pena na mão – É. Pena mesmo. De galinha, urubu. – morrendo de rir em um canto do quarto. Rapidamente, desvendei a voz familiar chamando meu nome e o `` algo `` caminhando pelo meu rosto e fazendo cócegas. Nem digo o que me deu vontade de fazer com aquela pena. Pena de Maite eu não teria. Ainda mais depois de ter que aguentar longos minutos de risos e gargalhadas debochadas e incessantes.
-- Chega, Maite... – A encarei séria e ela parou de rir, voltando sua atenção para mim – Não tô vendo graça nenhuma, ok?!
-- Bom, a graça que tinha eu já gastei rindo de você, por isso e só por isso, vou parar.
-- Tá, tá.. Onde pegou fogo? – Perguntei, voltando a deitar na cama.
-- Fogo? – Ela retrucou, sem entender. – Que fogo, doida?
-- Pra você vir aqui me acordar, suponho que seja um motivo muito grave e urgente.
-- Eu sempre te acordo e nunca é por motivo grave e urgente nenhuma, Dul. Não viaja.
Já repararam o quanto a intimidade é uma m... moça custosa?! Ela chega de mansinho e quando você vê, já tá sentada no seu sofá, usando seu chinelo e tomando sua cerveja.
Pois é, com Maite era assim. Intimidade demais.
Suspirei vencida. Quando ela cismava com algo, era melhor nem contrariar.
-- Que foi, Mai? Por que diabos afinal você me acordou?
-- Dul, tá quase na hora da festa. Se liga!
Olhei no relógio e levei um susto. Só então fui reparar em Maite, ela já estava pronta para a festa.
Levantei correndo e fui para o banho. Atrasada. Mas com a certeza de que, quando a insônia bater, esqueçam a história de contar carneirinhos, agarrem um livro de Direito Constitucional e durmam bem.
-- Dul, tá pronta? – Ouvi Maite me gritando do quarto.
Olhei-me no espelho. Não estava gostando muito da roupa, ainda faltava a maquiagem e estava em dúvida se deixava o cabelo solto ou se prendia.
-- Terminando! Agüenta aí. – Respondi, omitindo um pouco da verdade, para que Maite não tivesse uma síncope.
-- Desse jeito vão revelar o amigo secreto do ano que vem e eu não cheguei ainda.
Sorri. Maite só não é mais exagerada que duas Maites.
Alguns minutos depois, finalmente, eu estava pronta.
-- Não precisa morrer não, dramática. Já tô pronta!
-- Uau! Quer pegar quem hoje?
-- Pegar? Ninguém, louca. – Respondi, sorrindo internamente com a perspicácia de minha amiga. – Só quis caprichar.
-- Dul, Dul. Olha lá o que você vai aprontar. Não quero encrenca pro meu lado!
-- Se liga, cabeção. Você sabe que eu não apronto.
-- E eu sou a Madonna, cantando Like a Virgin.
-- Você, Maite? Virgem? Risadas eternas.
-- Pra você vê o quanto você apronta.
Num clima descontraído e animado, seguimos até o carro de Maite e, finalmente, até a festa.
Quando chegamos, várias pessoas já estavam e ocupavam uma enorme sala de um bonito e bem decorado apartamento. Maite saiu cumprimentando algumas pessoas e eu, ainda parada no mesmo lugar, procurava apenas uma. Anahi.
Meus olhos iam e vinham, percorrendo o ambiente. Mas pararam no meio do caminho, quando encontraram uma silhueta conhecida.
Anahi saia da cozinha sorrindo, acompanhada de alguns garotos que, obviamente, seriam seus alunos. Estava linda. Maravilhosa e perfeitamente linda. De vestido preto. Frente única. O cabelo preso em um rabo de cavalo. Os olhos realçados por uma maquiagem que a deixava com os olhos ainda mais azuis e expressivos.
Não consegui desviar meus olhos de sua imagem.
-- Dul, que loucura é essa?
Era Maite perguntando-me indignada. Ela puxou-me pelo braço e arrastou-me até um canto qualquer da sala.
-- Hã? – Perguntei, fingindo-me de desentendida.
-- Você babando na professora Anahi.
-- Tá louca, Mai? – Coloquei a mão no peito e fiz uma expressão surpresa.
-- Não, não estou louca, Dulce. Te conheço muito bem, esqueceu?
-- Queria ter esquecido, mas você não deixa.
-- O que rolou entre vocês? – Ela perguntou baixinho, olhando para os lados, toda desconfiada.
-- Depois eu te conto. A história é looonga...
Ela me olhou com o olhar mais chocado e embasbacado de todos os tempos. E após alguns segundos só me olhando, disse:
-- Dulce, cara*lho, cara. Eu sabia que você iria aprontar alguma. Puta merda. Eu sabia!
-- Mai, amiga. Gastou sua cota de palavrão do dia e em uma frase.
Ela se afastou e eu ainda pude ouvi alguns : puta que pariu, puta merda e derivados que ficavam cada vez mais baixos à medida que ela se distanciava.
Não contive um sorriso, mas logo depois voltei minha atenção e visão para Anahi. Ela estava rodeada de pessoas. Ainda não tinha me visto e, considerando o número de pessoas e a luta por sua atenção, não veria tão cedo.
Dei uma circulada e fui parar na cozinha. Precisava beber alguma coisa. Algumas pessoas estavam ali também e eu percebi que elas eram legais. Me ofereceram e ajudaram a preparar a bebida. E eu, que nem os conhecia, acabei ficando por ali e me deixando levar pela conversa agradável e jovial.
-- Meninos, o que vocês tanto fazem nessa cozinha hein?!
Eu estava de costas quando ela chegou, mas, imediatamente, reconheci a voz e o cheiro inebriante que invadiu o lugar. Senti meu corpo todo se arrepiar.
Me virei e encontrei seus olhos. Eles sorriram para mim, em uma silenciosa maneira de reconhecimento.
Sorri de volta. Com os olhos, lábios e coração.
-- Dulce, tudo bem? – Ela cumprimentou-me formalmente.
-- Oi, Anahi. Bem e você? – Respondi no mesmo tom formal.
-- Bem. Está se divertindo?
Eu sorri ainda mais. Quem ela queria enganar com toda aquela formalidade? Os alunos que estavam ali, preparando as bebidas, foram saindo um a um. E, percebendo que não havia mais ninguém, comentei baixinho:
-- Queria me divertir contigo, Any. Morrendo de saudade.
-- Depois da revelação do amigo secreto a gente conversa melhor.
-- Me dá um beijo, Any...
Tentei me aproximar, mas ela afastou-se rapidamente. Quando estava na porta, que separava a cozinha da sala, ela parou e mandou-me um beijo, saindo logo em seguida. E deixando-me com uma vontade ainda maior de receber, concretamente, aquele beijo. Voltei para a sala e sentei-me em um cantinho mais afastado, apenas observando as pessoas que, divertidas, começavam a dar dicas sobre com quem haviam saído. A revelação do amigo secreto, enfim, começara.
Eu me divertia analisando as dicas nada fiéis das pessoas. Até chegar a vez dela. O mundo se calou à minha volta. Tive a sensação de que todas as pessoas ficaram estáticas e só Anahi se movimentava. Em uma dança, lenta, de jeitos e gestos.
O modo com que mexia as mãos ao falar. O jeito de se expressar. A fala mansa. O riso doce. O sorriso. Meu Deus que sorriso!
Meu mundo girando em torno dela. Totalmente fora de órbita. Anahicentrismo. E, mais uma vez , eu senti medo do que sentia. Do modo com que aquele sentimento crescia. Assustadoramente rápido.
Eu não pensava. Só me entregava. Mergulhava de cabeça naquela sensação nova. De amar. Me doar. Como nunca havia feito antes.
Mas, estando ali, observando Anahi. Do outro lado. Ela parecia grande. Gigante. Inalcançável... Inalcançável demais pra mim. Perceber isso me assustou. Tanto que senti a garganta se fechar. As mãos geladas. O coração batendo fora do ritmo normal. Saí dali, quase correndo, e respirei fundo quando cheguei na sacada. Sentindo o ar invadindo e circulando o meu pulmão novamente.
A noite estava agradável. A brisa leve batia suave em meu rosto. Fechei os olhos e senti o vento bater. Sem pensar em nada. Sem querer sentir nada.
-- Dul? – A voz rouca e sensual percorreu cada pêlo arrepiado de meu corpo. Apertei os olhos e continuei sem me mover. Senti um frio na barriga ao sentir que ela se aproximava. Seu cheiro estava cada vez mais presente. Inebriante.
Ela parou ao meu lado. Tocou minhas costas e fez um carinho com as mãos. Abri os olhos e a encarei. De frente. Sem barreiras. Ela acariciou meu rosto com a ponta dos dedos e sussurrou:
-- Vem comigo, Dul.
Me deixei levar. Sentindo o calor de suas mãos nas minhas. Entramos por uma outra porta, sem que fosse necessário passar pela sala principal, onde as pessoas estavam. Anai puxou e guiou-me até...
-- Um quarto? – Deixei escapar interrogativa, sem conseguir enxergar direito. As luzes ainda estavam apagadas e só a cama se fazia visível, pela luz da lua que entrava pela janela aberta.
-- É, Dul. O único lugar, aparentemente, sem ninguém. – Ela respondeu
Respondeu e puxou- me pela mão, que ainda se mantinha entrelaçada à sua, fazendo com que meu corpo fosse de encontro ao seu.
Suspirei deliciada. Era tudo que eu queria e precisava. Estar novamente em contato com aquele corpo. Os lábios doces. Que logo me beijaram.
A língua cálida.
A pele quente e macia.
Parecia o fim de meus tormentos e pensamentos. Estar com Anahi era estar em paz. Sentir paz. Como se minha alma dançasse e embalasse no ritmo de uma canção melodiosa e confortante.
Alma. Corpo. De corpo e alma.
-- Você é muito gostosa, Dul... Muito...
Corpo. Só corpo e não alma...
`` Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é o que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus – ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. ``
Autor(a): lunaticas
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 65
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flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47
Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*
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claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47
Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.
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angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19
Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*
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annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28
Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^
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annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31
Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!
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Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59
A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais
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lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48
Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu
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dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15
Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*
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dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22
Posta mais, estou amando a web ><
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annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05
Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..