Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde
Capítulo 26 – Amado.
Dulce...
Desde o dia em que encontrei Anahi pela última vez – o mesmo em que descobri o meu amor por ela – venho reparando que, quando se está longe de quem se ama, o tempo deixa de ser remédio e passa a ser ferida.
A ausência dela me trouxe uma angústia profunda. Uma sensação de perda. De espera indefinida. Precisava tanto vê-la mais uma vez. Mesmo que de longe. Sem tocar. Sem sentir. Só ver. Pra acalmar meu peito. Pra sanar essa necessidade dela que só cresce e cresce.
Aproveitei esses dias para amadurecer e entender melhor esse sentimento que, mesmo sendo natural do ser humano, era novo para mim. Eu conhecia a parte teórica do amor. Só não imaginava que a prática era tão difícil.
Minhas noites e sonhos eram invadidos por Anahi... Anahis... Envolventes. Que me rodeavam. Seduziam. Com chamas nos olhos.
Sempre que eu reconhecia aquela chama. Meu peito se aquecia. Era amor. Eu sentia. No sonho eu sabia. Ela me amava. Acordava assustada e sentia uma mão enorme esmagando meu peito. Anahi não me amava, sequer havia me procurado.
Maite, mesmo não gostando muito do desenrolar da história, era quem controlava meus impulsos de procurar e acabar com o `` tempo `` imposto por Anahi. Eu lia nos seus olhos, minha amiga achava um tanto quanto absurdo aquele sentimento crescer em proporções tão assustadoras. Voltamos às discussões de sempre. Dessa vez, eu defendia o amor com todo o conhecimento recém adquirido.
Eu havia mudado. Eu... Não havia mais eu. Singular.
Queria o plural para o meu eu... O nós. Ela e eu. Eu e ela...
Eu dizia sempre que, uma das características mais assustadora do amor, era essa. O rompimento com o egoísmo. A individualidade dá lugar ao coletivo. Pluralismo. Até as coisas que eu gostava, perderam o sentido sem ela. Maite insistia há dias para que nós fôssemos no barzinho, recém inaugurado, do pai da Amanda.
Amanda. Lembram dela? A menina com quem eu havia ficado antes de Anahi. Meses e meses atrás...
Minha amiga tentava, de todas as maneiras, me fazer esquecer e distrair, mas eu sabia que esse não era o caminho. Não era a hora de esquecer e nem ocupar o lugar de Anahi com outra pessoa. Eu queria e precisava viver aquele amor.
Com toda sua intensidade e dor.
Intensidade.
Foi em uma sexta-feira qualquer que provei da intensidade do amor. Cedi aos convites de Maite e aceitei conhecer o bar. Ela havia entrado em contato com Amanda e deixado um clima de encontro no ar.
O ambiente era ótimo. Animado. Pessoas bonitas e alegres curtiam a noite. Amanda sentou-se conosco e me dispensava uma atenção especial. Confesso que me surpreendi com a espontaneidade da garota. Apesar de ficarmos com freqüência, havíamos nos conhecido pouco, o suficiente para saciar nosso desejo. E só.
E ali, diante daquela garota espontânea e divertida, eu, mais uma vez, revia meus conceitos.
Estávamos sentadas na mesa e Amanda trouxe uma dose de tequila e serviu na minha boca. Ela sabia que tequila me deixava, além de levemente alcoolizada, louca de tesão. Eu ri, sabendo e deixando-me levar por sua intenção nada inocente. Tentaria esquecer Anahi, pelo menos, por aquela noite.
Tentaria... Ia.
-- Não olha agora, mas a Any tá passando atrás de você. – Maite sussurrou, tentando não chamar a atenção de Amanda, que se mantinha em meu colo, distraída, conversando com outras pessoas da mesa.
Só de ter ouvido seu nome, meu coração disparou. Olhei na hora.
Quando a vi seguindo a direção do banheiro. Saltei da cadeira, quase jogando Amanda em cima da mesa. Sorri sem graça, pedi desculpas rapidamente e, após olhares de reprovação de Maite, segui até o banheiro. Parei quando vi sua imagem refletida no espelho. Olhando-se, distraída.
Anahi estava, se possível, ainda mais linda.
O vestido justo, grudado no corpo. Moldando e personificando a perfeição.
O salto. O cabelo. Ela havia cortado. Não no comprimento, continuava longo, só estava mais repicado. Encostei meu corpo na parede do lado de fora, tentando acalmar meu coração. Minhas mãos tremiam tanto. Fechei meus olhos e respirei fundo. Seu perfume entrou e se espalhou por todo meu corpo. Anahi saia do banheiro naquele exato momento. Chamei sua atenção, puxando-a pelo braço e entramos novamente no banheiro. O que se seguiu foi total e absolutamente irracional e inesperado.
Anahi parecia sentir ciúmes de Amanda. Mas, ao mesmo tempo, parecia tão distante e inacessível. Depois de roubar um beijo seu, Anahi se foi e deixou-me sem reação. Saí do banheiro e estava pronta para ir até ela, mas estagnei. Parei no meio do caminho.
As emoções eram tão intensas, rápidas e conflituosas que eu mal me lembrava da razão de não poder ter Anahi por inteiro. Mas ela estava ali, junto da dor e do aperto no peito.
Dor.
Na mesma noite, eu senti a dor do amor. Impossível. Dor do amor impossível.
Anahi caminhou rapidamente e sentou-se ao lado dele. Seu marido. Não o conhecia, mas pude deduzir, quando ele passou o braço ao redor de seu ombro e a trouxe para junto de si. Entrelaçou suas mãos na dela e ambos passaram a conversar animados com mais um casal que estava na mesa. Ela nem parecia a Anahi de minutos atrás... a minha Anahi.
`` Minha? ``
Sorri com meu próprio pensamento. Ridículo. Senti uma mão envolvendo a minha e não precisei olhar para saber que era Maite. Ela puxou-me novamente para o banheiro e eu deixei-me ser levada.
-- Dul, não fica assim. – Ela disse enquanto me abraçava. – Você sabia que essa cena iria acontecer algum dia.
-- Eu sei, Mai. Só não contava que fosse depois de ter beijado.
-- O que? – Ela interrompeu-me assustada. – Vocês se beijaram?!
Não respondi. Só afirmei, balançando a cabeça. Sem conter algumas lágrimas que escorregavam de meus olhos. Tentei não chorar mais. Até porque, se começasse, não pararia. Não chorei, mas a noite havia acabado ali. Esqueci de Amanda, do ambiente animado e das pessoas. Não ouvi a música e nem me embalei com a melodia. Ignorei as pessoas. Só ouvia a dor. Intensa. Dor que ensurdecia.
Com os olhos fixos e atentos em cada gesto carinhoso. Nos beijos suaves. Mãos entrelaçadas. Abraços e troca de olhares.
Masoquismo. Sofrimento. Ciúme.
Senti cada um desses sentimentos cravados na pele. E eles evaporavam à medida que o álcool entrava. Embaçando a visão. Disfarçando a dor.
E eu pensava. lembrava. Ouvia.
Aproveitei que Maite se distraiu e subi na cadeira, chamando atenção das pessoas de minhas mesa e de outras ao redor.
-- Escuta, gente... Escuta essa música. Ela é boa. – Eu repetia, alcoolizada. Ferida. – Segura essa coração!
`` Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém
Anahi também me olhou. Parecendo surpresa com aquela atitude. Eu nem ligava mais pra nada. Nem vi quando me desceram da cadeira e me arrastaram para o banheiro. Só vi aquela figura tão conhecida e linda, minutos depois, me puxando forte pelo braço. Perguntando séria:
-- O que você tá fazendo, Dulce?
-- Eu? Tô fazendo nada ué... Tô aqui – Olhei em volta e não soube explicar o que fazia no banheiro... – Tô aqui passeando no banheiro.
Disse e comecei a rir. Sozinha..
-- Você tá completamente embriagada. Maite vai te levar pra casa.
-- Embriagada? Ui... que palavra bonita. – Eu ria sem parar. Deixando-a irritada. Ainda rindo, completei: – Eu tô é bêbada mesmo, Any...
Me aproximei. Ela se afastou. Continuei me aproximando e ela se afastando. Até chegarmos na pia. Prendi seu corpo com o meu, entre a pia e eu.
-- Bêbada de amor, Any. – Acariciei seu rosto. Ela tirou minha mão.
-- Me solta, Dulce.
-- Morri de ciúme de você– Segurei suas mãos com força, imobilizando-a. – Por que você tá com ele, hein?!
-- Se você não me soltar agora, eu vou gritar.
-- Já provei que sei calar seu grito, Any. – Aproximei minha boca da sua, roçando nossos lábios. – Diz que não me quer. Diz que não gosta de ficar comigo.
Ela fechava e afastava a boca. Desviando seu rosto.
-- Diz que não sente tesão quando eu te toco assim.. – Pressionei meu joelho em seu sexo. – E te beijo assim.
Colei meus lábios nos dela. Sua boca abriu e correspondeu a minha por alguns, breves, segundos. Ela mordeu meu lábio com força. Afastando-me, logo em seguida. Depois se aproximou novamente, puxou-me pela blusa, deu-me um selinho e sussurrou com a voz tomada pela raiva:
-- Idiota.
Soltou-me e saiu.
Fiquei sem palavras e sem reação.
Maite, já com a conta paga e as comandas na mão me tirou dali. Sem deixar de dizer o quão criança e infantil eu estava sendo. Passei por Anahi e, com a alma devastada, sussurrei-lhe, acompanhando a canção:
“ Peço tanto a Deus
Para lhe esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus ``
Ela desviou os olhos a tempo de não presenciar a lágrima que deixei cair. Fui embora, mas meu coração ficara ali.
Aos pedaços.
Com ela.
Amado – Vanessa da Mata.
Autor(a): lunaticas
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 65
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flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47
Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*
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claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47
Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.
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angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19
Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*
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annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28
Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^
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annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31
Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!
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Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59
A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais
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lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48
Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu
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dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15
Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*
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dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22
Posta mais, estou amando a web ><
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annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05
Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..