Fanfics Brasil - Capitulo 37 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capitulo 37

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Capítulo 37 – Você não me ensinou a te esquecer.


 


Dulce...


 


Uma semana havia se passado e eu continuava em pedaços. Voltei à minha rotina. Saí, tentei ficar com outras pessoas, tentei outras bocas, outros abraços, mas ainda me sentia perdida. Abandonada. Em dobro por Anahi e por Maite. Minha amiga não me procurou e nem eu a ela. Nosso orgulho duelava e nenhuma das duas cedeu, eu ainda relembrava e remoia suas palavras duras. 
Naquele dia, voltei para casa e, pela primeira vez, tive mesmo vontade de correr para os braços de minha mãe. Receber um afago e ouvir palavras de carinho.


Mas não o fiz.


Na verdade, ela nem estava em casa. Fiquei sabendo, por um recado na geladeira, que meus pais haviam viajado. E, assim, a semana passou. As tardes livres e a falta de vontade de sair, contribuíram para que meus pensamentos só tivessem um foco e direção: Anahi.


Em uma dessas tardes, enquanto permanecia deitada, contemplando o teto branco, meu celular tocou. Era um lembrete:


Amanhã, niver da minha loira. Não esquecer!


Apertei o celular contra o peito e não contive o sorriso saudoso ao lembrar de quando ele foi escrito. Deixei que minha mente vagasse e retornasse àquele encontro.


-- Dul, vou anotar a data do meu aniversário aqui, que é para você não esquecer nunca.


-- Impossível esquecer o dia mais bonito do ano, Any.


-- Bobinha! – Ela olhou-me carinhosamente. Acariciando meu rosto.


-- A bobinha aqui quer um beijo.

-- Só um?


Perguntou provocante, enquanto já se aproximava.


-- Dois, três – Fiz biquinho, esperando seu beijo.. – Mil beijos.

Sorrimos. 

Nos beijamos.


-- Dul, esse dia é muito especial pra mim. Não só pelo aniversário, mas...


-- Mas... ?


-- Bom, no dia eu te conto! – Ela comentou, enigmática.


-- Ah não, Any. Suspense acaba comigo.


-- Você já me levou no seu lugar especial, vou te levar no meu.


-- Vou cobrar, dona Anahi. Vou cobrar.


-- Pode cobrar. – Ela sorriu, encabulada.


-- Tá marcado, então?


-- Marcadíssimo!  No dia do meu aniversário, no meu lugar especial.


-- Oba! Agora, eu vou te levar até o céu. – Sorri. Avancei sobre seu corpo e a olhei maliciosamente – E sabe o que é mais interessante?


-- Não. – Ela pareceu pensar por alguns instantes e perguntou: – O que?


-- Eu vou usar a língua pra isso.


Substitui as lembranças pela lamentação. Meu coração insistia para que eu a procurasse, a razão dizia que não. Levantei da cama e passei a andar de um lado pro outro. Aflita. Indecisa. Brigando com as minhas próprias vontades. Alcancei o celular novamente e digitei os números. Era só discar.

`` Não, Dulce. Não liga! Não é certo. Você precisa esquece-la. ``  anjinho dizia.


Apaguei o número, desistindo da ligação.


`` Liga, Dul. A vida é curta. Faça o que você tem vontade ``  o capetinha contradizia.


Disquei novamente.


E continuei ali, em um duelo de anjos e demônios. Internos. Incansáveis.


`` Liga ``


`` Não liga ``


`` Liga ``


`` Não liga ``


O anjinho que me desculpe, mas eu fiz mamãe mandou e deu liga.


Liguei. Chamou uma, duas, três vezes. Já estava desistindo quando ouvi sua voz.


-- Alô.


A voz que me fez juras quase silenciosas. A voz que tanto sussurrou em meu ouvido levando-me ao céu. Tirando-me do chão.


-- Alô?


A voz que cuspiu ofensas e me levou ao inferno. Jogou-me ao chão.


-- Olha, se disser nada, eu vou desligar...


Ah, aquela voz, ainda exercia um poder tão grande sobre mim.

-- Não, Any não desliga.  Eu pedi, antes que ela desligasse.


O silêncio se fez grande novamente. Dessa vez, do outro lado da linha..

-- Eu sei que... bom, que nosso último contato não foi dos melhores.  Ela permaneceu em silêncio. Eu prossegui.  Eu queria até te pedir desculpa por algumas coisas que falei e...


Ela não havia me interrompido ainda. Sabia que ela odiava quando eu disparava a falar e...

Parei. Tirei o celular do ouvido e olhei no visor, a ligação não havia caído.


-- Any?


-- Oi, Dul.  Ela respondeu com a voz trêmula. Forçou a garganta, dando força à voz e completou:   Tô aqui.


Eu respirei fundo, tentando acalmar as batidas do meu coração. Estava inquieta. Andando de um lado para o outro no quarto. Ansiosa. Encostei minha cabeça na porta. Fechei os olhos e disse, sem pensar em nada:


-- Eu jurei matar o amor que sinto por ti, mas não consigo, Any. Ele é grande demais. Intenso demais.


-- Dul...


-- Eu sei. Sei que você não quer mais nada comigo. Pediu para que eu saísse da sua vida, mas eu... não consigo. Só sei pensar em você. Querer você... Eu... Eu tô enlouquecendo, Any.


-- Por favor, Dul. Não faz isso comigo. – Ela pediu, com a voz baixa. – Não faz isso com a gente.


-- Deixa... – Interrompi a frase para engolir. Minha garganta estava seca. A voz trêmula. O coração aos pulos. – Deixa eu te ver mais uma vez. A última, eu prometo. Eu só preciso ter uma lembrança boa de você, do nosso último encontro.


-- Não é certo, Dul.  Vai ser difícil e...


-- Por favor, Any. – A interrompi, sentindo o desespero tomar conta de mim. – Só isso que eu te peço. Só dessa vez, depois eu sumo, desapareço da sua vida. Eu prometo.


Ela suspirou. Alto e depois de alguns segundos torturantes, respondeu..


-- Pode ser na praia?


Eu sorri. Sentindo uma alegria louca surgir dentro de mim.


-- Na cabana? – Perguntei


-- Não. Na cabana não... É... Pode ser em meia hora, naquele lugar perto do calçadão? Lá não passa quase ninguém e é... melhor pra mim.


-- Pode, Any. Pode sim.

Desliguei o celular dividida entre a expectativa do encontro e a frustração de sua negativa considerava a cabana como nosso lugar o portal pro nosso mundo mágico e surreal. Livrei-me da frustração e abracei a expectativa. Me arrumei, peguei o carro e segui até a praia. Do calçadão eu a avistei com a calça dobrada até a altura do joelho. O sapato e o terninho na mão. As mãos tentando acalmar e segurar os cabelos loiros revoltos, que dançavam contra o vento. O rosto fixo na direção do mar. Me aproximei sem coordenar a direção dos passos e nem a velocidade da caminhada. Corri ao seu encontro tentando vencer a distância e recuperar o pedaço que me faltava. Parei alguns metros de onde ela estava. Fechei os olhos ao sentir seu perfume. Quando os abri. Encontrei os seus fitando-me com intensidade. Me entreguei novamente àquele mesmo olhar.
Azul. Forte. Marcante. Doce.

Tive vontade de me jogar em seus braços e acalmar toda aquela ansiedade que gritava em meu peito. Mas, ao contrário de minha vontade, me aproximei devagar. Passo por passo. Até ficar a um passo de seu corpo. De seus braços. Sorri. Com toda felicidade refletida na luminosidade de meus lábios e dentes. Ela sorriu de volta. Desci meu olhar para suas mãos, paradas ao lado do corpo.
Estendi a minha lentamente e entrelacei meu dedinho no seu. Ela sorriu novamente. Fazendo a mesma coisa com os outros dedos. Eu ainda estava ofegante pela corrida, mas o coração palpitava pelo sorriso. 
Pelo toque.
Pela presença.
Com a outra mão, acariciei seu rosto. Ela fechou os olhos e o inclinou, entregando-se aos meus carinhos. Ali, despidas de mágoas, sofrimentos e máscaras, as palavras foram dispensadas. As mãos, através do toque, falavam por si só. Tateavam. Os olhos, conectados, seguiam juntos. O cheiro, embriagante, se espalhava com o vento. Alcançando a respiração ofegante. Embriagando.
Ali, olhando eu seus olhos. Sentindo seu corpo junto ao meu, eu tive certeza. Certeza de que eu não seria de mais ninguém, como eu fui e sou dela. Desci minha mão, passando do rosto pelo pescoço, colo, ombros e descendo pelo braço até encontrar sua mão. A posicionei em meu ombro. Envolta do pescoço.
Ela colocou as duas. Enlacei sua cintura e a puxei para um abraço. Apertado. Saudoso.
Necessário..
Segurava sua nuca e a apertava forte contra mim. Escondendo meu rosto em seus cabelos. Sentindo seu cheiro delicioso. Queria que nossos corpos se fundissem. Ela fez menção de se afastar. Afrouxei o abraço. Ali, sendo desnudada por seu olhar eu tomei seu rosto entre as mãos, o aproximei do meu e beijei seus lábios com sofreguidão. Repetindo entre um beijo e outro que a amava. Misturando as palavras com os lábios e línguas.


-- E agora, que faço eu da vida sem você, Any? Me ensina. Me ensina a te esquecer.. 

-- Só me beija... Me beija!


 


`` Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto.


Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar.


Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho.


Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer.. ``


Você não me ensinou a te esquecer – Caetano Veloso.


http://www.youtube.com/watch?v=-6DsfXBTkYE



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



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  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


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