Fanfics Brasil - Capitulo 38 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capitulo 38

885 visualizações Denunciar


Capítulo 38 –  Te mando retalhos de amor...  "


 


Dulce...


 


Ali, no meio daquela parte deserta da praia, eu beijava seus lábios e sugava sua boca com tanta urgência, que não sabia mais distinguir se Anahi gemia de dor ou prazer. Precisava aproveitar cada segundo ao lado dela e foi o que fiz, enquanto beijava e tocava cada canto de seu corpo. Mas, o que fazer com essa sede dela que nunca acaba? Após longos minutos, separamos nossas bocas e nos encaramos e eu fui a primeira a falar, quebrando o silêncio mágico que nos envolvia.

-- Tava morrendo de saudade de você, meu amor. – Reparei o espanto em sua expressão, mas não me importei. Havia escolhido as palavras propositalmente. Acariciei seu rosto e, sorrindo, completei: – É eu digo meu amor, sim. Porque hoje você é minha, Any. Só minha.


Ela segurou em minhas mãos, aprovando o carinho. Devolvendo o sorriso.


-- Quero passar a noite com você, Dul.


Ela disse e logo pegou o celular, ligando para avisar que teria que dormir fora. A desculpa que ela usou para justificar, eu nem ouvi. Estava distraída demais, tentando engolir a frase que ficara presa em minha garganta.


‘’ Eu queria passar a vida com você, Anahi. ‘’

-- Dul? – Ela tocou meu braço levemente, tirando-me de meus devaneios. – Tá pensando em que?


-- Nem queira saber. 

Sorri, tentando impor um tom cômico na voz, mas acho que não fui muito convincente.


-- Bom, você... vai querer mesmo? – Ela perguntou, leve e lindamente insegura.


-- O que? Passar a noite com você?


Ela balançou a cabeça, afirmando.


-- É tudo que eu mais quero, Any. – Respondi convicta.


-- Tem um hotel ali, do outro lado da rua. Vamos?


-- Vamos.


Segurei sua mão entre a minha e nós fomos. Durante muito tempo, eu procurei palavras que descrevessem a imensidão e a intensidade que havia sido aquele final de tarde e começo de noite.
Nunca encontrei. Talvez, por não poder descrever o abstrato.


Ou medir o infinito.


Naquela noite, eu senti, mais uma vez, que Anahi estava entregue. Ela tinha sido minha, só minha, por horas e horas. Os nossos toques eram delicados. Sem pressa. O seu olhar refletia amor. Irradiava luz. O meu, brilhava amor. Refletia luz. As bocas se buscavam, encontravam. Até se perderem na busca incessante de outros pontos. 


Pescoço, nuca, colo. Ombros.
Corpo inteiro.
Entrega.
De corpo inteiro.
De peito aberto.
De alma limpa. Entrega de dois corpos.
Dois corações. Do singular ao plural.
Do plural ao singular.


Nós fomos um só corpo. Entrelaçados. Buscando eternizar e prolongar aquele momento.


Simetria.


Perfeita.

Perfeita Simetria.


Abracei seu corpo. Forte.
Aspirei seu perfume. Doce.
Sorri. Com vontade de chorar.


-- Eu te amo tanto, Any... Tanto.


Ela não disse, mas eu senti no gosto de seu beijo que ela também me amava. O seu olhar não poderia estar mentindo. Eu vi amor nele. Eu senti seu coração batendo em compasso. No mesmo ritmo do meu. No ritmo do amor. Ali, enquanto eu a olhava dormir. Abraçada ao meu corpo. Tão serena. Eu me perguntava: Por quê? Por que tudo tem que ser tão difícil?  Onde é que foi que tudo se perdeu? Por que o amor não pode falar mais alto que o preconceito e comodismo ? 
Anahi estava me deixando para continuar vivendo em um casamento aceitável. Tinha a família perfeita. Seguia todos os padrões impostos pela sociedade.
Só não era feliz. Por inteiro. Completa.
Suas palavras voltavam com força total em minha mente.


`` Você não tem nada pra me oferecer. Eu tenho tudo com o Alfonso, casa, carro. Você nunca vai poder me dar uma família normal. ``


Amor. Eu tenho todo amor do mundo para oferecer. Estava disposta a enfrentar tudo e todos. Por amor.


Daria minha vida, ao entregar meu coração. Todos os dias.
Por amar.
Para a mesma mulher.


Mas ela não quis.


Negou ser feliz. Rejeitou o meu amor e a minha vontade de ganhar o mundo. Por ela.

Amor.


Quando ele deixou de ser o nosso bem mais valioso?

 amar já não basta.


Olhe e repare a realidade ao seu redor. Contradição. A banalização e a falta de amor duelam arduamente. Metade do mundo passando fome, a outra jogando comida fora. Alguns comprando roupas, sapatos, carros e jóias. Outros comprando o destino certo e cruel da morte.
O ser humano como máquina de matar.
O ser humano refém de uma sociedade capitalista. Consumista.
Individualista.
O mundo pede amor. Precisa.
Diante de todas essas evidências, as pessoas ainda tem coragem de questionar o amor de duas pessoas iguais?
Iguais em sexo. Iguais em cor. Em raça e credo.
O amor continua sendo amor. Em sua essência. 
Em sua entrega desmedida e incondicionalidade e o amor das mães, tão incondicional. Cadê?
Pais matando os filhos. Filhos matando os pais. Governantes roubando.
Igrejas condenando. A voz da pacificação sendo calada pelo som dos tiros.
O brilho do amor sendo tampado pela falta de compreensão. O agregar segregando.


Preconceito. Pré-conceito. Sem conceito e nem fundamento.


Em que mundo a posse de bens materiais e a opinião dos outros valem mais do que a nossa própria felicidade? Antes, eu responderia, com toda a convicção, que essa renúncia só existia no mundo dos cruéis, covardes e sem coração. Hoje eu sei, é real. No mundo real. A realidade é cruel. A sociedade é covarde. As pessoas perderam a noção de `` coração ``.


Meu celular tocou, fazendo com que eu interrompesse a reflexão. O alarme acabara de despertar. Meia noite.
Aniversário de Anahi. Tentei me desvencilhar de seus braços e levantar, mas ela não deixou.


-- Fica aqui. Não sai não, Dul. – Resmungou sonolenta.


-- Só preciso ir no banheiro, Any.


Ela afrouxou o abraço, permitindo que eu saísse. Mas, ao contrário do que eu pensava e esperava, não voltou a dormir.
Eu levantei e ela acompanhou-me com o olhar. Não fui ao banheiro.  Caminhei até onde minha calça estava jogada e apanhei uma caixinha que estava no bolso. Voltei para a cama. Pedi que ela sentasse e sentei ao seu lado. Olhei em seus olhos e eles estavam fixos na caixinha preta de veludo que estava em minhas mãos. Abaixei o meu olhar e, também olhando para a caixinha, comecei a falar:


-- Eu queria ter preparado uma noite bem linda e especial, como você merece, mas eu fui ao nosso encontro sem saber o que esperar e... – Levantei o olhar e constatei que ela me olhava e escutava atentamente. Prossegui – Bom, eu já tinha comprado bem antes, mas não tive coragem de te entregar e acho que agora vai fazer mais sentido que antes.


Estendi a caixinha e ela pegou, olhando-me fixa e intensamente. Deixando nossos dedos e mão em contato. Abriu e, após olhar o que havia dentro, voltou seu olhar em minha direção. Sorrindo, ela disse:


-- É linda, Dul.


-- Deixa eu te explicar o significado dela?


Ela balançou a cabeça, concordando e esperando que eu o fizesse. Dei a volta na cama e sentei atrás dela, abraçando seu corpo. Ela apoiou-se no meu corpo. Envolvi sua mão na minha e a fiz passar o dedo sobre a correntinha. Por cada letra que estava gravada. Any.


-- Tá vendo esse coração aqui? – Eu perguntei, sussurrando em seu ouvido e passando seu dedo sobre ele, fazendo o contorno. – É o meu.


Ela suspirou. Alto. Languidamente.


Eu continuei...

-- Agora olha atrás dele. – Virei e passei novamente seu dedo, fazendo com que ela tateasse e contornasse o desenho. – Esse infinito cravejado aqui, é o tamanho do amor que eu tenho por você no meu coração.


Ela saiu da posição que estava e virou-se, ficando de frente pra mim novamente.
Seus olhos estavam molhados.
Sua emoção contagiou-me. Com a voz embargada, eu continuei.


-- Enquanto você estiver com ela, eu vou saber que ainda pensa em mim. Mesmo que eu só esteja presente aqui – Apontei o rumo de seu coração – e nas lembranças.


Ela fechou os olhos e uma lágrima desceu. Saindo de seus olhos, escorrendo pela face e se perdendo na boca, que estava entreaberta.


Linda. Apaixonantemente linda.

A puxei para junto de mim e, enquanto a abraçava, sussurrei em seu ouvido:


-- Feliz aniversário, Any.


Ela beijou-me com sofreguidão. Sofrimento. Depois do beijo, permaneci de olhos fechados. Ela tomou meu rosto entre as mãos e pediu baixinho:

-- Promete pra mim que vai ser feliz, Dul.


Abri os olhos e não consegui disfarçar a emoção. Com a voz embargada e os olhos úmidos, respondi:


-- Sem você eu vou demorar pra conseguir, Any. – Com o dedão, ela limpava as lágrimas que caíam. Abundantemente. Colamos nossas testas e ficamos assim, sentindo. Respirando o mesmo ar. Antes de colar minha boca na sua novamente, completei: – Eu só posso prometer que vou te amar pra sempre. Até o fim dos meus dias. Começando agora.

Puxei seu corpo e ela deitou-se sobre o meu. Movimentando-se sensualmente. Nossos corpos se encaixaram. Nossas bocas também.


-- Faz daquele jeito que eu gosto, Any. – Eu pedi, entre um gemido e outro.


Ela atendeu prontamente. Sentou-se na altura do meu sexo, jogou a cabeça para trás, deixando seus seios ao alcance de minhas mãos, e rebolou fazendo com que nossos sexos entrassem em contato e atrito.
Forte. Gostoso. Anahi rebolava sensualmente, levando-me à loucura. Segurei forte em sua cintura e aumentei o ritmo.


Nossos olhos não se perderam um instante.


Nossos corpos tremeram no mesmo instante.


E junto ao gozo, vieram lágrimas.


Lágrimas de um amor não vivido.

Lágrimas de um amor renunciado.

Interrompido.

Magoado.


Nos amamos a noite e parte da manhã inteira. Anahi adormeceu. Eu não consegui. Deixei um recado de adeus e uma rosa, que beijei antes de sair. E agora eu estava ali, naquele mesmo lugar abandonado e deserto da praia.
Era fim de tarde, o pôr-do-sol se anunciava preguiçoso, deixando que rajadas solares cobrissem o céu de laranja. Ela caminhava pela areia. 
Cabeça baixa. Cambaleando sobre seus pés. Fugindo de sua própria sombra. Numa vã tentativa de não deixar rastros. Apagar memórias. Desatar laços.
Alheia ao sol que se despedia, andou por horas, sem descanso. Só parou quando não mais avistou sua sombra. Tinha conseguido, enfim, fugir de si? E por que não estava comemorando, feliz em ter alcançado seu objetivo? Bastou olhar para trás e perceber o sentido real da caminhada. A sombra se foi, mas seus passos ainda estavam ali, gravados na areia. Correu pelo caminho de volta, arrastando a areia por cima das pegadas, apagando. Ela só não se lembrou que o caminho de volta também estava sendo gravado e para ser, novamente apagado, ela teria que voltar borrando as pegadas. Tentando apagar o inapagável. Numa incansável tentativa de se convencer que seria possível.
A verdade, ela já sabia, não conseguiria fugir de seus medos e anseios. Menos ainda de sentimentos e lembranças. E o que fazer com esse turbilhão de emoções? Como recuperar o pedaço deixado lá atrás?

Sentou-se em cima de uma pegada, abraçou os joelhos, deixou que a brisa suave emaranhasse seus cabelos e contemplou o mar. Revolto. Agitado. Tudo ali anunciava uma tempestade próxima, mas o céu estava tão estrelado. Irônico. Surpreendente. Como tudo nada vida. 
Vida. Saboreou essa palavra mentalmente e soube, mais uma vez, que as rédeas da sua já não estavam em suas mãos.
Sorriu ironicamente e repetiu as palavras decoradas, mas que foram levadas pelo vento, sem serem escutadas por ninguém. Talvez, em seu íntimo, algo dentro de si vibrou novamente

`` O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói. ``


`` O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER. ``


E, pensando assim, levantei. Sacudi a areia que estava impregnada em minha roupa.  Parei exatamente no mesmo lugar em que havíamos no beijado. Fechei os olhos e mandei um beijo.


Um beijo que o vento se encarregou de levar até ela.


Um beijo com sabor de despedida.

Caminhei traçando os passos e seguindo o rumo da minha nova e assustadora vida.


 


Miley Cyrus - Wrecking Ball


http://www.youtube.com/watch?v=My2FRPA3Gf8


 


We clawed, we chained, our hearts in vain


We jumped, never asking why


We kissed, I fell under your spell


A love no one could deny


 


Don`t you ever say I just walked away


I will always want you


I can`t live a lie, running for my life


I will always want you


 


I came in like a wrecking ball


I never hit so hard in love


All I wanted was to break your walls


All you ever did was break me


Yeah you, you wreck me


 


I put you high up in the sky


And now, you`re not coming down


It slowly turned, you let me burn


And now, we`re ashes on the ground


 


Nós arranhamos, acorrentamos nossos corações em vão


Pulamos, sem nunca perguntar por quê


Nós nos beijamos, eu cai no seu feitiço


Um amor que ninguém poderia negar


 


Nunca diga que eu apenas saí andando


Eu sempre irei te querer


Não posso viver uma mentira, fugindo pela minha vida


Eu sempre irei te querer


 


Eu cheguei como uma bola demolidora


Nunca tive um amor com tanta força


Tudo que eu queria era quebrar suas paredes


Tudo que você fez foi me quebrar


Sim você, você me destruiu





Eu te coloquei bem alto no céu


E agora, você não está descendo


Mudou lentamente, você me deixou queimar


E agora somos cinzas no chão



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): lunaticas

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 39 – Pra dizer adeus.   Dulce...   Cheguei em casa e me joguei na cama. Exausta. Física e psicologicamente abalada. Dormi o suficiente para ficar com olheiras gigantescas e, depois de passar a semana toda ``ausente``, sem ir na faculdade e nem ver ninguém, tomei uma decisão. Esperei que meu pai e minha mãe estiv ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais