Fanfics Brasil - Capitulo 3 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capitulo 3

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Capítulo 3 – Seus dentes e seus sorrisos..




Os dias passaram normalmente, cheios de trabalho, aulas e acontecimentos, mas aquela terça-feira no shopping não saía da cabeça de Dulce. Olhava para o número em sua mão e oscilava entre ligar ou não. Sabia que ela tinha dito para ligar, mas tinha receio de incomodar. Sem controlar a vontade, enfim, ligou..
Chamou duas vezes e uma voz conhecida soou do outro lado da linha. Séria. Profissional.
Dulce sentiu sua coragem esvair, mas diante do silêncio da outra, quebrou a distância das vozes...


-- Anahi?


-- Sim?


-- É a Dulce, amiga da Maite, sua aluna. Tudo bem?


-- Quantas referências, Dul. Já tinha reconhecido sua voz na primeira frase.


-- Esqueci da sua perspicácia tipicamente profissional. – Ouviu entusiasmada a gargalhada do outro lado da linha. Mas lembrou-se da situação e perguntou preocupada – Tá ocupada, professora? Se estiver, é só falar, ligo outra hora..


-- Nada. Estava precisando mesmo dar uma paradinha. Tem horas que estou estudando um caso, aparentemente, sem solução.


-- Não quero te atrapalhar! Ligo outra hora.


-- Não tá atrapalhando, Dul. Preciso descansar um pouco, já não tenho mais idade, nem neurônios pra trabalhar sem parar.


-- Hum.. Não é isso que as pessoas falam de você, sabia?


-- É? E o que elas falam?


-- Nem sei se posso te contar. – Respondeu fazendo charme e prolongando a conversa. – As fontes são secretas.


-- Sabe, se eu fosse você, eu contaria. Até porque, omitir informações para um advogado traz sérias consequências


-- Que tipo de conseqüências?


-- Bom, só posso lhe dizer se você não me contar.


-- Então, não te contarei.


-- Ei, como assim? Você nem sabe se as conseqüências são boas. Aliás, elas nunca são.


-- E a relatividade, professora? Você não acredita? O que é bom pro outro, nem sempre é pra mim e vice-versa.


-- Você sempre tem resposta pra tudo, Dul?


-- E não é essa a principal qualidade de um advogado?


-- E ainda diz que não está preparada. Você vai tirar de letra. Com essa articulação, o caso já é seu.


-- É... então, liguei justamente pra falar desse assunto. Sei que hoje é quinta-feira, meio de semana, você deve estar ocupada, mas eu...é...


-- Você o que, Dul?


-- Eu? Ah, é.. Eu queria saber se você aceita tomar um suco, um café, sei lá. Eu tô com a minha defesa quase pronta, mas queria sua opinião e como você se ofereceu...


-- Dul...


-- ...pra ajudar, eu me senti no direito de..


-- Dul!


Falou mais alto e conseguiu fazer com que Dulce parasse de falar sem parar.


-- Oi?


-- Respira e me escuta.


-- Respirei, pode falar...


-- Tem um café ótimo aqui, perto do meu escritório, tem como você vir pra cá?


-- Tem, claro... Mas não vai te atrapalhar mesmo?


-- Não. Pode ficar tranqüila. Anota o endereço...


-- Ok. Anotei. Eu aviso quando estiver chegando.


-- Tudo bem, Dul.


-- Até daqui a pouco.


-- Até.


 Respirando ofegante e levemente nervosa, Dulce desceu as escadas de sua casa à procura de sua mãe ou do motorista, não encontrou nenhum dos dois. Resolveu pegar um táxi e poucos minutos depois, após estabelecer contato por telefone, estava entrando na cafeteria indicada. Seus olhos vagaram entre as pessoas que ali estavam e pararam em uma loira, cabelos compridos, roupa de advogada e olhar forte. O azul de seus olhos estavam especialmente mais brilhantes, enquanto, distraídos, observavam a xícara de café que esfriava lentamente à sua frente.Aproximou-se da mesa e teve os olhos azuis jogados sobre si. O olhar forte assentava-se em cima do seu. Marcante. Vivo.


Ajeitaram-se na mesa e iniciaram um papo divertido, discutiram sobre todo e qualquer assunto. Dulce ganhou dicas e conselhos. Anahi relembrou dos velhos tempos. Nem viram o tempo passar.


-- Nossa, Anahi. Você deve estar cheia de coisas pra fazer e eu aqui, tomando seu tempo..


-- Bom, agora eu só tenho que pegar o Mateus na escola. Já tinha encerrado o expediente.


-- Esse é o lado bom de ser seu próprio patrão. – A advogada pareceu não entender a colocação, Dulce prontamente explicou: – Não ter hora pra encerrar o expediente.


-- E o lado ruim é que, na maioria das vezes, eu trabalho além do expediente normal e nem ganho hora extra.


Sorriram cúmplices e, mesmo com a sensação de vontade não saciada, sabiam que era hora de despedir-se. Anahi, porém, lembrou-se de seu compromisso com o filho e resolveu estender o convite.


-- Dul, tem planos pra mais tarde?


-- Não, por quê?


-- Lembrei que hoje é dia de levar o Mateus pra andar de bicicleta no parque, comer algodão doce e girar sem parar na roda-gigante, se você puder, vamos com a gente.


-- Eu aceito, claro. Mas, não vou atrapalhar vocês ?


-- Você tem o costume de atrapalhar as pessoas, Dul?


-- Por que a pergunta, professora?


-- Porque você tá sempre perguntando se vai me incomodar, atrapalhar. Deve ser complexo mesmo.


Gargalhou e ganhou um olhar indignado da outra.


-- Ei, sem complexos.. É que deve ser um passeio em família, fico me sentindo um pouco intrusa.


Seguiram para o carro e deram continuidade ao assunto..


 


-- Imagina, aposto que o Mateus vai te adorar. Aquele lá adora uma farra.


-- Seu marido não vai?


-- O Alfonso tá viajando. Costuma viajar nos finais de semana, mas houve alguns imprevistos na empresa e ele teve de ir mais cedo.


-- E no que ele trabalha?


-- É representante, vende piso. É o gerente e trabalha na matriz daqui, mas precisa checar as franquias de perto, por isso, as viagens constantes.


-- E você fica sozinha nos finais de semana?


-- Na maioria das vezes fico com o Mateus ou até mesmo trabalhando.


-- E quando você trabalha, o Mateus fica com quem?


-- Com a minha mãe. Mais alguma pergunta, mocinha?


-- Nossa! Fiz um interrogatório, né?. Desculpa!


-- Nada. Não pense que vai ficar assim, sem ter volta. Pode começar a falar de você. Quero saber tudo!


-- Tudo... tudo?


-- Tudinho!


-- Bom, meu nome é Dulce...


-- Pode pular as partes que eu já sei, Dul.


-- Exigente a doutora, não?


-- Ócios do ofício!


Sorriu a ponto de desconcertar a estudante. Dulce perdeu a linha de raciocínio ao se deparar com um sorriso tão... tão... Nem havia encontrado palavras suficientes para descrever aquele gesto. Balançou a cabeça, espantando os pensamentos e prosseguiu com o assunto:


-- Então, não sei o que falar de mim. É difícil...


-- Deixa que eu pergunto, então... – Olhou para o banco do passageiro e surpreendeu-se com a expressão amedrontada da menina – Ei, essa cara é por pânico de perguntas pessoais?


-- É que não costumo falar muito de mim, mas pra você vou fazer esse sacrifício.


-- Gostei de ver. Vamos lá, primeira pergunta: Você parece ser novinha, mora com seus pais?


-- Sim, moro.


-- Tem namorado?


-- Não e nem namorada. – Olhou de relance para a mulher que dirigia e percebeu sua expressão surpresa. – Você tem problema com isso?


-- Isso o que?


-- Preconceito sexual.


-- Não, Dul. Sempre tive amigos e amigas homossexuais. – Ante o silêncio da outra, emendou outra pergunta – Mas, você é o que? Sexualmente falando.


-- Eu sou tarada! – Falou sorrindo maliciosamente, arrancando um sorriso surpreso da advogada. – Não, sério. Eu não gosto de me definir, fico com quem tiver vontade. Homens, mulheres.


-- Então, você é bi!


-- É. Se fosse pra me rotular, sim. Sou bi. E você é o que?


-- Eu? – A estudante balançou a cabeça positivamente e deixou a advogada envergonhada – Sou casada, Dul.


-- Não perguntei seu estado civil, doutora!


Encararam-se por alguns segundos e diante do olhar divertido da estudante, a advogada aproveitou para desviar o assunto e encerrar aquela conversa que, sem saber realmente o motivo,  havia deixado perturbada.


.
“Só que homossexualidade não existe, nunca existiu. Existe sexualidade – voltada para um objeto qualquer de desejo. Que pode ter genitália igual, e isso é detalhe. Mas não determina maior ou menor grau de moral ou integridade”.



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Autor(a): lunaticas

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Capítulo 4 –  Vida louca, vida...   -- Mateus, essa é uma aluna da mamãe, a Dulce. – Anahi apresentou-os. -- Oi, Mateus. – Dulce cumprimentou simpática. -- Oi. – O garoto deixou escapar timidamente, enquanto segurava firme na mão de sua mãe, buscando proteção. -- Ela vai no parque ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



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  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


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