Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde

Capítulo 43 – Maravilha de Mulher

Dulce...


Pousei em solo mexicano me sentindo a pessoa más caliente del mundo. O taxista que me levou do aeroporto, também sugeriu a hospedagem e alguns ótimos lugares para visitar e conhecer. Já no hotel, liguei para Maite e passei todos os dados, endereço do hotel, localização, etc, como ela havia pedido.
Ela desligou o telefone com uma risadinha maquiavélica bastante assustadora.
Bom, já que eu não fazia nem idéia do que ela estava aprontando, só me restou esperar. E eu esperei da melhor forma possível, explorando cada canto da cidade. A primeira coisa que eu quis fazer - coisa de turista, eu sei – foi comprar um chapéu mexicano, depois eu visitei o Centro Histórico e o Auditório Nacional. Depois eu segui para o Lago de Chapultepec e comi no restaurante El Lago. Estava deslumbrada com a beleza da Cidade do México. Tão deslumbrada que me esqueci que a comida é mais pimentada que o normal. Quase morri, mas isso é bobagem. Fiz a fina e elegante, dei uma tossidinha de leve, disfarcei e tomei um litro de água. Voltei para o hotel quando já havia anoitecido com um sorriso nos lábios e várias fotos na bagagem. Cumprimentei o moço da recepção – aliás, estava adorando usar meu portunhol é uma língua tão caliente, não é?! O espanhol, eu digo – e subi. Quando abri a porta do meu quarto, soltei um grito de susto.

-- Escandalosa como sempre.

-- Angel? – Eu perguntei incrédula. – Como... O que você tá fazendo aqui, criatura?

Ela sorriu, como se já esperasse essa reação. Jogou na cama o hidratante que estava em suas mãos, retirou a toalha que prendia seus cabelos molhados e se aproximou.

-- Eu não ganho nem um abraço, Dulcinha? Parece que nem gostou da minha presença.

Eu sorri. Angel não tinha jeito mesmo. Abri os braços e ela se jogou, como sempre fazia. Só depois de ter Angelique nos meus braços, eu percebi que ela estava só de calcinha e sutiã. Nos afastamos e eu a observei da cabeça aos pés.

`` Ah, esse corpo..``

-- Gostou, Dulcinha? Corpinho aqui nunca esqueceu o calor das suas mãos, sabia?

Ela disse sorrindo e piscando, toda provocante. Minha mente, automaticamente, buscou as lembranças daquele tempo.

Maite, Angelique e eu, formávamos o trio parada dura. As duas estudavam juntas. Maite havia me apresentado Angelique e eu fiquei encantada. Dona de uma beleza enigmática. Cabelos loiros longos, olhos azuis. Um corpo escultural, talvez, seu único defeito era ser muito patricinha. Não que ser patricinha seja um defeito, eu também sou, mas não tanto quanto Angel.
A diferença é que Angel era patricinha mimada, que só pensava em se divertir e mais nada..

Diversão.

Foi assim durante o tempo em que ficamos juntas.  Após uma noite regada a muito álcool, Angelique foi a minha primeira menina. O beijo dela é uma delícia e o sexo então.

-- Ai... – Soltei um pseudo-gemido, lembrando das sensações.

-- Ai, o que, Dul? – Angel imitou-me, sorrindo debochadamente.

-- Ai, nada sua doida. – Olhei novamente para seu corpo e senti meu corpo se acender. Quando subi meu olhar, encontrei o seu. Debochado e malicioso como sempre. Senti meu rosto corando, sem graça, completei: – Vai colocar uma roupa, Angel.

-- Não lembrava de você tímida, Dulcinha.

Ela disse e se encaminhou até a cama, vestindo sua roupa que estava por ali. Sentei na cama e ela, também relembrando os velhos tempos, sentou no meu colo.

-- Tá cheirosa. – Eu disse enquanto cheirava seu pescoço.

-- Seu perfume.

-- Como você me encontrou, Angel?

-- Quem é nossa fonte preferida, gata?

-- Maite. – Afirmei sorrindo.

-- Ela me contou toda a história, Dulcinha. – Me remexi na cama, desconfortável. Ela segurou meu rosto, fazendo com que eu olhasse em seus olhos. – Eu vim para me divertir e te divertir também. Não precisa se sentir pressionada ou... hum...

A interrompi com um beijo. Depois que ouvi a palavra `` divertir `` eu entendi o que Maite quis dizer com a surpresa. Os anos mais divertidos da minha vida haviam sido ao lado de Maite e Angelique. Só interrompemos essa diversão quando os pais de Angel se mudaram e a levaram junto. Aí logo depois Maite começou a namorar e eu sobrei.
A verdade era que Angel me fazia bem e me conhecia como ninguém. Era um sexo sem compromisso, mas completamente carinhoso. Talvez, estivesse mesmo precisando disso.

-- Gostei de ver. – Ela disse, provocando. – Agora tira a mão da minha bunda, Dul. Eu acabei de chegar.

Rapidamente tirei a mão. Aliás, nem havia percebido que ela estava ali.

-- Desculpa. – Pedi, encabulada.

Angelique sorriu largamente, deu-me mais um beijo e se levantou.

-- Mais tarde você pode colocar a mão onde você quiser, Dulcinha. Mas agora nós vamos jantar, estou morrendo de fome.

-- O que você tá fazendo, Angel? – Perguntei boquiaberta. Por que você tá tirando a roupa de novo?

-- Nossa, Dul. Tá necessitada mesmo hein? Calma. Só vou colocar uma roupinha melhor. Ou você quer que eu saia com essa roupinha simples? Nem pensar.

Nem respondi nada. Estava ocupada demais observando a tatuagem que começava no cóccix e terminava onde eu não conseguia ver. Pelo menos, não por enquanto.

Suspirei.

Aiai... Angel, Angel. Maravilha de mulher.

`` Como é que pode ser linda assim, Senhor? ``

Vou te contar viu.

Angelique é...

"Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada

Burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha."

Seu jorge - Burguesinha

http://www.youtube.com/watch?v=bNbTeINvTSk