Fanfics Brasil - Capitulo 50 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capitulo 50

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Capítulo 50 – Amanhã ou Depois.


 


Anahi... 


O som insistente do celular, tocando em algum lugar, a uma distância considerável de mim, fez com que eu levantasse. Ainda sonolenta, demorei alguns segundos para perceber que estava no chão da sala. Levantei-me sentindo, em dores pelo corpo, as conseqüências de uma noite mal dormida. A cabeça latejava. As costas pesavam. O mundo. Eu tinha o peso do mundo nas costas. A sensação de desconforto e o aperto no peito, não me deixavam esquecer que aquela noite fora mesmo real.  Esfreguei o rosto, tentando me despertar. A consciência aos poucos ia voltando. Caminhei até a bolsa, que ainda estava jogada no sofá, e apanhei meu aparelho celular. Várias chamadas não atendidas de mamãe. Olhei no relógio e constatei que havia perdido a hora. Retornei a ligação.


-- Pronto.
-- Mamãe?
-- Anahi, quer me matar de preocupação, filha
? – Ouvi um suspiro cansado do outro lado da linha. Mamãe tomou fôlego e continuou: –  Te liguei tanto na sua casa, no celular. No celular de Alfonso. Ninguém atendeu.
-- Desculpa, mamãe.
– Pedi, enquanto tentava adivinhar onde Alfonso estaria. – Perdi a hora.
-- O Mateus não para de chamar por você, filha.
-- Diz pra ele que eu já estou indo buscá-lo.
– Respondi, com a voz cansada. Preocupada. Mateus certamente questionaria a ausência do pai e eu, com toda a indefinição da situação, não saberia o que responder.
-- Está tudo bem, Anahi? – Mamãe perguntou, desconfiada. – Sua voz está diferente, filha.
-- É que eu acabei de acordar, mãe. Fica tranqüila.
– Respondi, tentando acalmar a vontade de correr para seu colo e pedir ajuda. – Vou tomar um banho e estou indo buscar o Mateus.
-- Te espero, filha. Vem com cuidado.

Desliguei o celular, sem saber o que fazer. Sentei no sofá e deixei que minha cabeça pendesse sobre o encosto. Eu estava exausta. Física e emocionalmente. Sem coragem de levantar, permaneci naquela mesma posição por alguns – breves – minutos. A luta nem havia começado e eu já havia entregado os pontos. Levantei a cabeça quando ouvi um barulho de chave. Em seguida, a porta se abriu. Alfonso entrou e parou ao me ver.
Ficamos nos encarando.
Nos meus olhos, a dúvida. Insegurança. Medo.
Nos dele, a certeza. Segurança. Aceitação.
Ele deixou as chaves em cima da mesa, como sempre fazia, e caminhou até mim, continuei imóvel, a luz do dia ofuscava uma coragem que eu não tinha. Encarar Alfonso seria ainda mais difícil e torturante. Ele sentou-se ao meu lado e nada disse.
Não disse em palavras, mas tudo nele dizia. A expressão calma e serena, os olhos límpidos. Joguei-me em seus braços silenciosamente, eu pedia socorro.
Abrigo. Eu pedia ajuda. Ajuda para entender e enfrentar toda aquela mudança.
Chorei, aconchegada em seus braços, ele acariciava minhas costas, pedindo para não chorar. Mas, como impedir que as lágrimas expressem tamanha surpresa e gratidão?
Alfonso estava sendo, mais uma vez, o marido perfeito. Levantei a cabeça. Questionando.
Querendo entender.
Alfonso, em um entendimento mútuo e mudo, deu início à nossa, longa e esclarecedora, conversa.

-- Eu passei a noite em claro. Pensando. Tentando entender e aceitar. Não foi fácil, Anahi. – Ele deixou escapar, nitidamente cansado. – Não por preconceito ou qualquer outra coisa, mas por ter que abrir mão de você. Por ter que admitir que te perdi.
-- Eu sinto tanto, Poncho. – Respondi, culpando-me mais uma vez.
-- Não tem que sentir, querida. Você não tem culpa, eu sei que não. – Ele sorriu, acariciando meu rosto. – E, pensando assim, eu percebi o quão egoísta eu estava sendo, eu senti medo de perder seu carinho, senti medo de perder nosso filho, me senti excluído da sua vida.
-- Nunca, Poncho, nunca. Você sempre foi perfeito comigo, com o nosso filho. – Confessei, emocionada. – Tão perfeito que eu não te mereço. 
-- Não diz isso, Anahi. Não se rebaixa assim.


Virei, ajeitando-me no sofá de modo que ficasse de frente a ele. Segurei em suas mãos e, olhando em seus olhos, eu tentei passar um pouco da emoção que sentia.


-- Depois de tudo, Poncho, de toda dor e sofrimento que eu te causei e estou causando, você me recebeu de braços abertos e está aqui, me apoiando. Eu não sei nem como agradecer, como te retribuir. Não sei. – Eu dizia, em meio às lágrimas. – Você não merecia e mesmo assim eu te magoei.
-- Eu não sou nenhum bobo, sei que nosso casamento não estava indo bem. Minhas viagens, seu trabalho. A rotina. Nós nos acomodamos, Anahi. Sem perceber, nós acomodamos nosso amor e o amor precisa de chama, de vida. – Ele sorriu, sábio acariciando minha mão.. – Mas, por outro lado, o amor acomodado gera carinho e eu tenho tanto por você, Anahi.
-- É total e completamente recíproco Poncho. – Eu disse, sorrindo também. – O amor carnal, aquele amor louco e arrebatador que nos gerou um fruto lindo, foi amadurecendo. Mateus é a continuação do nosso amor. É a eternização dele e eu tenho tanto orgulho, Poncho, tenho muito orgulho de ter sido com você.


Sorri ao ver que seus olhos se encheram de lágrimas. Passei o dedo, limpando algumas que caíam.


-- Me orgulho de olhar pra você e enxergar esse homem bom, puro e compreensivo. Tenho orgulho de dizer que é você, o pai do meu filho, do nosso filho. –   Continuei, emocionando-me também. – Você é um homem de ouro, Alfonso. 
-- Foi a primeira frase que você me disse, depois que a gente se casou, lembra? – Ele perguntou, com a voz embargada.
-- Impossível esquecer daquele dia. – Recordei-me com carinho. – Meu peito transbordava de felicidade. Eu estava radiante. 
-- Você tinha medo que ninguém fosse na igreja. – Sorrimos, lembrando dos medos e anseios de quando éramos joven.


-- Seus olhos, Poncho eles brilhavam tanto. – Eu disse, acariciando seu rosto. – Foi assim, olhando para os seus olhos e contemplando seu sorriso que eu percebi, eles brilhavam porque refletiam o seu interior. Seu coração estava ali, exposto em seu brilho e seu coração é de ouro. 


Lágrimas. Nossas declarações eram interrompidas pelo fluxo intenso de lágrimas.


-- De ouro, Poncho. – Eu repeti, apontando para seu peito. – Eu só tenho a agradecer por todos esses anos, por cada momento vivido ao seu lado. Você me fez crescer muito, me fez ter vontade de batalhar e conquistar o mundo.
-- E eu quero te ver crescer mais ainda, Anahi. Quero crescer junto contigo, como em todos esses anos. Não quero que o fim do nosso casamento represente o fim da nossa relação.
-- Eu vou lutar com todas as forças pra isso, pra não deixar você se afastar. Você foi e é uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, Poncho.


Eu confessei, sincera. Sentia meu peito transbordar carinho. Gratidão. Nos abraçamos forte.
Alfonso, que antes tinha a mão espalmada em minhas costas, a subiu em carícias leves, ele levou a mão até a minha nuca. Nos seus olhos, o pedido. Nos meus, a deixa. Aproximamos nossos rostos. Lábios e línguas. Nos entregamos a um beijo calmo. Carinhoso.
O último.
O beijo que selava a despedida. 
Nos separamos e olhamos com carinho. O fogo do amor havia mesmo se apagado, mas deixou brasa. A brasa do bem querer. Proteção.
Cuidado.

-- Temos tantas coisas pra conversar e decidir ainda, Anahi. – Ele disse, preocupado. – Preciso te contar e saber de outras tantas.
-- É verdade. Mas agora, nós vamos buscar o Mateus. – Levantei-me do sofá e o puxei, fazendo com que ele levantasse também. Era só falar em Mateus que o frio na barriga voltava. – Temos que pensar em uma forma de contar pra ele, Poncho. Eu tenho tanto medo dele não entender e sofrer.
-- Ei, não precisa se preocupar com isso eu converso com ele. Uma conversa de homem para homem.

Sorri.
Alfonso conseguia, com simples palavras, deixar meu coração tranqüilo. Eu estava, realmente, feliz por contar com seu apoio e compreensão. No caminho, fomos colocando a conversa em dia. Conversa que havia se perdido em meio a tantos obstáculos. Nós estávamos nos conhecendo de novo. Agora, de uma outra forma deixamos os assuntos sérios pra depois.
Eu precisava espairecer.
E Alfoso, agora sem o peso de antes, havia se tornado a companhia perfeita. Buscamos Mateus e o levamos para tomar sorvete. Ali, com os braços apoiados na mesa e o queixo apoiado nas mãos, eu observava Mateus e Alfonso se divertirem como duas crianças.
Alfonso era um homem com virtudes de criança.
Mateus era uma criança com virtudes de homem.
Me senti feliz por ter os dois em minha vida.

Me senti melhor por estar lutando pela minha felicidade, mesmo que tardia.

Havia dado apenas o primeiro passo e tenho consciência de que virão muitos obstáculos, mas a vontade de estar com ela. A vontade de ter Dulce fazia com que eu renovasse minhas forças. Ainda estava recente, mas eu queria contar.
Precisava dar uma satisfação.
Mostrar que eu a queria. Muito.
Mais que tudo e todos.
Aproveitei que os dois homens da minha vida haviam entrado na sorveteria para repor o sorvete e liguei como eu já esperava, ela não me atendeu.
Mandei um torpedo: 

Sei que não me quer mais na sua vida, mas preciso muito falar contigo, Dulce.
Assim que for possível, entre em contato ou simplesmente, atenda minhas ligações. Eu não menti quando disse que te amava. Beijo.

Levantei o olhar e deparei-me com o de Alfonso. Me senti desvendada. Crua.
Por me conhecer tão bem, ele sabia que eu não estava bem. Suspirei. Seria tão mais fácil se eu pudesse amá-lo para sempre.
Me peguei pensando, novamente, em como tudo acabou. Onde e quando foi que nós deixamos o amor passar? Deixamos a rotina interferir nos planos, mas quando se tem amor, a vontade se renova. A rotina se esvai. Nós deixamos passar tanta coisa.
Tanta vida.
Deixamos, assim. Por deixar.
Deixamos.


 


Amanhã ou Depois – Nenhum de Nós


http://www.youtube.com/watch?v=z4hisR4I3fw


 


Deixamos pra depois uma conversa amiga
Que fosse para o bem, que fosse uma saí­da
Deixamos pra depois a troca de carinho
Deixamos que a rotina fosse nosso caminho
Deixamos pra depois a busca de abrigo
Deixamos de nos ver fazendo algum sentido..


Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais.


Deixamos de sentir o que a gente sentia
Que trazia cor ao nosso dia a dia
Deixamos de dizer o que a gente dizia
Deixamos de levar em conta a alegria
Deixamos escapar por entre nossos dedos
A chance de manter unidas as nossas vidas


Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais 



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



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  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


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