Fanfics Brasil - Capitulo 54 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capitulo 54

1113 visualizações Denunciar


Capítulo 54 – Quando fui chuva.


 


Anahi...


 



Cheguei ao meu destino...

Deixei o carro estacionado no lugar de sempre. A escuridão da noite fazia com que a exatidão do caminho fosse dificultada. O medo de atravessar a trilha rodeada por mato, foi facilmente superado, o medo de perder Dulce, esse sim, era – e ainda se fazia – assustador.
Sem controlar o caminhar rápido dos meus passos, eu trilhava em direção à minha felicidade. Depois de experimentar – novamente – a sensação inexplicável de ter Dulce, eu sabia que a estrada não permitia retornos e nem havia bifurcações.


Meu caminho era ela.
Com ela.
Eu pertencia a ela.
Dulce.


Enquanto eu caminhava em direção à areia, senti leves gotas de chuva. Olhei para o céu e vi que as gotas aumentavam e engrossavam a cada passo. Gotas de chuva batiam contra meu rosto, fazendo-me aumentar a intensidade da caminhada. A chuva batia na folha das árvores, o barulho quase distante me fez perceber que havia chegado na praia.


Corri.


Com a visão turva e sem encontrar Dulce, passei a gritar. Chamava seu nome incansavelmente.


“Mas nem percebo a chuva me tocar. Não sinto o vento me levar.
Só a saudade me bater”


Fui até a cabana. A porta estava aberta, mas não havia ninguém lá dentro. O raio que cortou o céu e, num clarão, iluminou o alto da pedra, me fez vê-la. Subi correndo até alcançá-la. Dulce estava sentada, de olhos fechados abraçada aos joelhos, tinha a cabeça encostada neles. Tudo nela era frágil demais, encantador.
Apaixonante demais.


Seu corpo já estava molhado. A roupa transbordava chuva e a chuva transbordava cada vez mais. Com o barulho das fortes rajadas de vento, Dulce não ouviu – e nem sentiu – o aproximar dos meus passos. Toquei seu ombro. Ela assustou, levantando-se rapidamente andando para trás, se afastou.


Parou. Olhou-me com os olhos transbordando mágoa.


-- O que você está fazendo aqui, Anahi?


-- Eu vim atrás de você, Dul.


Ela balançou a cabeça, sem acreditar nas minhas palavras. A chuva forte – e a distância imposta por Dulce – exigia que gritássemos e só o que se ouvia era o eco no rajar do vento.


-- Pra que, Anahi? Me diz. Só pra me machucar ainda mais? Pra brincar comigo? Me diz.


-- Dul...


Tentei me aproximar. Ela se afastou.


-- Qual é seu plano dessa vez? – Ela voltou a me acusar. – Vai me agarrar? Me seduzir? Não é assim que você gosta, Anahi? Sedução barata. Sexo sem compromisso.


Fechei os olhos pra não ter que encarar os dela.
Dulce tinha a voz dura. Rancorosa.


--  “Meu plano era deixar você pensar o que quiser. Meu plano era deixar você pensar. Meu plano era deixar você falar o que quiser. Meu plano era deixar você falar. Coisas sem sentido, sem motivo, sem querer. Andei fazendo planos pra você.”


Antes de me ofender novamente, Dulce olhou para os lados, procurando. Instigando minha curiosidade em saber se havia mais alguém ali.

--  Não trouxe sua namorada furiosa, doutora? E nem seu marido?


-- Não tem namorada nenhuma, Dulce. – Respondi, chateada. – E nem marido acredita em mim.


Ela riu. Sarcástica.


-- Anahi, “Pra que usar de tanta educação, pra destilar terceiras intenções? Não desperdiça seu mel...”


-- Dul, “ eu não vim aqui pra entender, nem explicar, nem pedir nada pra mim. Eu vim pelo que sei. E pelo que sei, você gosta de mim. É por isso que eu vim. ”


-- Quem te garante que eu ainda gosto de você?


-- Tudo em você me faz ter certeza disso, Dulce. – Dei um passo para frente. Ela não se mexeu. Olhando fixamente ora em seus olhos, ora em seus lábios, completei. – Seus olhos que, quando encontram os meus, transbordam paixão. – Outro passo. – Sua boca que, quando junto da minha, se entrega num beijo cálido. – Mais um. A cada passo, eu me aproximava mais e mais dela. – Seu peito que, numa respiração alterada e descompassada, acompanha o meu num arfar descontrolado.

Agora, eu estava em frente à Dulce. Admirando seus olhos transbordando paixão, sua boca trêmula, seu peito arfante. A chuva ainda caía forte. Acompanhei uma gota que, escorrendo dos olhos, escorregou pelo rosto e desaguou na boca.


Invejei aquela gota.


Desejei ser chuva.


Levantei a mão, vagarosamente, e toquei seu rosto. Com a ponta dos dedos, eu acariciava – trêmula e descompassada – o rosto de Dulce.


Ela abriu os olhos. E da chuva, fez-se tempestade.
Raio. Trovão.
Ventania.


Dulce se afastou. Ríspida e rápida.


-- Durante todos esses anos, eu te protegi, Anahi. " Eu protegi seu nome por amor. `` 


Como em um outro encontro, em uma outra época, naquele mesmo lugar lágrimas e chuva banhavam nossas frases e falas. Dulce abriu sua blusa, arrebentando os botões que a fechavam. Sem saber o que esperar de sua reação, permaneci parada mantendo meus braços em volta de meu corpo, em um abraço de súplica. Eu desejava que os braços fossem dela. Dulce aproximou-se o bastante para mostrar-me. No ombro esquerdo, uma tatuagem linda, delicada. Um Beija – Flor e dois corações entrelaçados pelo símbolo do infinito.


-- Você... Você fez pra mim, Dul? – Perguntei, ainda sem acreditar. – É linda.


-- Eu queria tatuar seu nome, Anahi, assim como você está no meu coração. Tatuada. Eternizada.


-- Por que...


-- Qual explicação eu daria por ter seu nome tatuado em um coração? – Ela me interrompeu, justificando. – Você me abandonou, Anahi.


-- Dul...


-- Você me abandonou e eu protegi. `` Eu protegi seu nome por amor. Em um codinome, Beija-flor. ``


Sua voz, rouca e embargada me alcançou como traços de chuva.


Fechei os olhos.


Contendo a ânsia de me jogar em seus braços. Deixando que lágrimas de amor se misturassem com o gosto ácido da chuva.


-- Eu sou sua, Dulce. – Sussurrei. –  Acho que sempre fui.


Abri os olhos para contemplar os seus.

Mais uma vez.


Num eterno reconhecimento.

Eles brilhavam tanto.

Estavam límpidos de mágoa.


Continuavam vestidos d`água.


Dulce tocou meu rosto, fazendo-me estremecer ao toque de suas mãos. Deslizou até a nuca e, puxando-me com vontade, me levou até sua boca.


Então, fui gota.


`` ... que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca ”


Sôfregas e trêmulas, retiramos nossas roupas. Encharcadas, elas cairam em qualquer lugar. No alto da pedra, eu fui tempestade, deixei rastros de unha no pescoço e nos braços de Dulce. No corpo de Dulce, eu fui ventania sussurrando palavras e declarações de amor. Nas mãos de Dulce, eu fui dela inteira e completa. Entregue. Na dança dos corpos, nós fomos um só corpo.


Juntos. Unidos. Simétricos.


No auge do prazer, nós amamos, embalamos, sentimos. Na chuva, sob e sobre a chuva gotas e mais gotas.
Gemidos.
Prazer.
Naquela noite, no alto da pedra, no corpo e com Dulce, eu fui chuva.


Tempestade.

Ventania.


Gota.


Chuva.


 


Quando fui Chuva – Interpretado por Maria Gadú.


http://www.youtube.com/watch?v=PpADelD4-5


Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meus traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua


Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d`água.
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas


E assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!


Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca


E, mesmo que em ti  me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela


Quando já não procurava mais
Pude enfim, nos olhos teus vestidos d`água
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos e as calçadas

E assim, no teu corpo eu fui chuva
Jeito bom de se encontrar
E assim, no teu gosto eu fui chuva
Jeito bom de se deixar viver.
  



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): lunaticas

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 55 – Sou Dela.   Dulce... Depois da chuva e do prazer, eu permaneci com o corpo em cima do dela. Contando com o apoio de um braço, eu tinha o privilégio de visualizar cada expressa dela de perto. Anahi tinha os olhos fechados, a respiração alterada fazia seu peito arfar, a boca permanecia entreaberta, as mãos, ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais