Fanfics Brasil - Capítulo 60 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 60

1605 visualizações Denunciar


Capítulo 60 – É isso aí.


 


Anahi...


 


Cheguei em casa e caminhei até o bar, há tempos não sentia essa vontade angustiante de sentir a bebida rasgando a garganta. Ainda sentia no peito o descompasso assustado do flagrante. Um ato falho. Desvio de rota. Destinos alterados. 
Estávamos entrando em uma nova fase, turbulenta, delicada e Real. Uma fase que contrastava – bastante – com o clima de amor recém descoberto em que Dulce e eu estávamos vivendo. Infelizmente, o nosso mundo perfeito é muito pequeno e restrito.  Há mais pessoas lá fora e elas são assim, assustadoras e gigantes. Me senti pequena como há muito não sentia. Pequena, não só diante da assustadora surpresa de estar do lado de cá da culpa, de ver a mãe de Dulce nos olhar com olhos de desprezo. Me senti, realmente, pequena diante da imensa grandeza e coragem de Dulce. E, mais uma vez, me vi sendo surpreendida.
A forma com que ela levantou a cabeça e se reergueu mostrou a bravura de quem ama. De quem luta por um ideal. Deixando-me uma lição, impondo-me a obrigação de ser tão ou mais corajosa, quando chegar a minha vez de enfrentar o mundo real. A campainha tocou. Dois toques. Apressados. Seguidos. Por saber de quem se tratava, caminhei rapidamente e abri a porta.


Dulce se jogou em meus braços, abraçou-me forte e apertado. Caminhamos trôpegas e vacilantes até o sofá, pelo soluçar desesperado e pelas lágrimas incessantes, eu sabia. O momento não cabia palavras. Optei por falar em gestos.
Abracei Dulce devolvendo o aperto. Braços e corações, unidos e apertados. Acariciei seus cabelos suave e delicadamente. Ela levantou o rosto, encarou meus olhos. Eles exibiam um brilho triste e melancólico. Passei meus lábios e acariciei seu rosto.
Beijei os olhos. Sequei as lágrimas.
Seu choro tinha o gosto doce do abandono.
O peito rangia em uma dor intensa.
De alguma e de todas as formas, eu sentia e compartilhava aquela dor física e psicológica.
Uma dor que dilacera e fere.
A dor de quem se vê rompido por um elo que deveria ser eterno. Incondicional. A dor da incompreensão e do preconceito.


Sem saber o que falar e respeitando o tempo de Dulce, eu me calei. Em voz. O corpo continuava acariciando, gritando e oferecendo meu apoio.


-- Ela me falou coisas horríveis. – Dulce disse, após alguns minutos. Sua voz saiu baixinho, ferida. – Meu mundo inteiro ruiu, Any. Desabou.


Apertei o abraço, como se, daquela maneira, fosse possível diminuir sua dor.


-- Nós sempre fomos muito diferentes. Valores. Conceitos. Postura. Mas eu... Eu sabia que poderia contar com ela quando precisasse. Ela demonstrava que me amava, do jeito dela, mas demonstrava. Eu eu lembro do dia que meu pai queria me bater e ela... Ela não deixou. Eu senti tanta vontade de pular no colo dela, abraçar, beijar. Fazer o que pais e filhos fazem. Mas eu não fiz, Any. Eu não fiz.


Senti Dulce se aninhar ao meu corpo buscando abrigo. Suas palavras eram interrompidas por lágrimas, intensas. Deixei que ela continuasse desabafando.


-- Ela disse que não quer ser mais minha mãe. Que tem vergonha e nojo de mim. – Fechei os olhos. Amargando aquelas duras palavras. Dulce chorava. Eu também. – Ela falou que eu morri pra ela, Any, morri. Justo agora que eu me sinto tão viva e feliz.


Eu estava emocionada e de certa forma, culpada. Não queria ser, direta ou indiretamente, a razão de tanta dor e sofrimento.


-- Dul, eu não queria. Me desculpa! – Eu disse, sentindo as lágrimas espessas descerem dos meus olhos. – Me perdoa.


Dulce levantou-se. Encarando meus olhos de frente.

Intenso.


-- Não fala assim, Any. – Aproximou-se e tomou meu rosto entre as mãos. Beijando-me com sufoco – Nunca mais... Nunca mais repete isso. Você é meu amor, minha vida, a razão da minha felicidade. Eu não conseguiria sem você, meu amor... Eu não conseguiria.


Segurei em suas mãos e me deixei ser beijada. Um beijo com o gosto salgado das lágrimas. Um beijo com a intensidade doce do amor. Nos envolvemos em beijos, abraços e carícias de amor. Retomando e reerguendo os muros do nosso mundo perfeito. Esperei Dulce se acalmar e retomei o assunto, preocupada.


-- Eu não queria que você sofresse e nem ficasse brigada com sua mãe. – Deixei escapar, sem controlar meus medos e anseios. – Me sinto responsável por isso.


-- Você não tem culpa dela ser preconceituosa, Any. É o meu jeito. Minha sexualidade. Se não fosse por você, seria por outra... E ela agiria da mesma forma estúpida é um fato. Eu só tenho que aprender a conviver com essa dor.


-- Ô, meu amor. – Beijei seus lábios. –  Infelizmente, `` doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer. ``


-- Eu fico pensando em como é triste. `` Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. ``


-- Ninguém disse que seria fácil, Dul. Talvez essa seja a graça da vida. A nossa luta constante pela felicidade.


-- Eu só não queria que minha mãe dificultasse tanto essa luta, Any. Eu queria tanto que ela fosse minha amiga que eu pudesse contar com ela.


-- Ei, não vai chorar de novo. – Limpei seus olhos e interrompi a lágrima que ameaçava cair. – Levanta, lava o rosto e vem comigo.


-- Não, amor. Não quero levantar nem sair daqui. Me sinto tão segura e protegida nos seus braços que só de pensar em te soltar, eu tenho medo.


Sorri. Era assim, exatamente assim que eu me sentia com ela. Segura, protegida, amparada.


-- Amor, só quero te levar pra dar uma voltinha na praia, respirar um pouco. Eu não vou te soltar, pelo contrário, vou caminhar junto contigo. Vem comigo.


Ela me olhou tão profundamente. Só então eu percebi que havia, por trás das palavras, um sentido mais amplo e profundo. Dulce também percebeu e, como se respondesse a ambos sentidos, disse:


-- Eu vou. Com você eu vou para todo e qualquer lugar, Anahi. É com você que eu quero estar. 


E nós fomos.
De mãos dadas.
Como se, daquela forma, nada pudesse nos separar.
Entrelaçamos as mãos e as vidas.
Destinos e rotas.
Trajetos.
De longe, o sol ameaçava se pôr.
Nossas sombras eram projetadas. Sempre à frente.
Dulce chutava a areia e se divertia ao sujar meus pés e perna.
Mesmo com raiva por ter o corpo coberto pela areia, eu sorri.
Sorri por ver seu sorriso – lindo – surgindo novamente.
Tímido. Como o sol que ameaçava e começava a se despedir.
Brilhante. Como a lua que despontava e apontava no céu. Começando a se exibir. Sentamos na areia e nos abraçamos, contemplando a vista fantástica.
Dulce tinha os cabelos ao vento que, lentamente, se misturavam com os meus. Formando acrobacias embaraçosas pelo ar. Seu queixo repousava em meu ombro, de vez em quando, seus lábios passeavam cálidos pelo meu pescoço.
Minhas mãos seguravam as suas, os pés se encostavam naturalmente, os olhos alcançaram o horizonte e vislumbraram o infinito. E sempre... E sempre...
O sempre é o agora, pensei comigo. E sempre `` há alguma coisa que falta. Guarde isso sem dor, embora, em segredo, doa."
É isso aí.
É a vida.
A vida é isso aí.
Depois de escurecer, nos levantamos. Ainda de mãos dadas, caminhamos pelas ruas, por entre as pessoas. Paramos em frente ao vendedor de flores, ensinando seu filho a escolher seus amores. Sentamos no banquinho ao lado da calçada. No meio da avenida. Olhei para Dulce.
Dulce estava olhando para mim. Ficamos assim, absortas e presas por um fio de olhar, acariciei seu rosto. Ela imitou meu gesto, deixando que seus dedos escorregassem tímidos até meus lábios, sorrindo com os olhos e lábios, completou:


-- Adoro seu jeito de sorrir. `` Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus. ``


-- `` Eu não sei parar de te olhar, Dul.``


-- Não. Sou eu que não me canso, Any. `` Eu não me canso de olhar ``


-- `` Não vou parar de te olhar ``


-- `` E eu não sei parar de te olhar. ``


É isso aí.
A vida é isso aí.
Lábios. Boca.
Mãos. Toques.
Olhos e olhares.
Amor.
É...


 


É isso aí – Versão de Ana Carolina.


http://www.youtube.com/watch?v=ChX9bzozlfs


 


É isso aí!
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí!
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): lunaticas

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 61 – Você me faz tão bem.   Dulce... -- Amor, combinei da gente assistir um filme mais tarde com a Angel e a Mai, tudo bem pra você? -- Só fico um pouco desconfortável pela Angelique, Dul. Afinal, ela... Ela... – Anahi interrompeu a frase, deixando-me sem entender. –  Bom, ela... Ai! Você ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais