Fanfics Brasil - Capítulo 65 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 65

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Capítulo 65 – Depois do Fim.


 


Anahi...


 


Após um longo dia de trabalho, finalmente, eu chegava em casa acompanhada de sacolas e mais sacolas, eu sofria ao tentar abrir a porta – que deveria estar aberta, já que Dulce estava em casa. Mateus, que se sentia o homem da casa, me ajudou com as sacolas, deixando-me encarregada apenas de abrir a porta, girei a chave e me deparei com a casa escura e, aparentemente, vazia. Achei estranho. Dulce havia me garantido que não demoraria muito. Aliás, ela disse que estaria em casa para o jantar. Pedi para que Mateus deixasse as sacolas na cozinha e fui até o quarto, ainda na esperança de encontrá-la por lá. A cama estava vazia, mas abajur iluminava o ambiente, evitando que a penumbra prevalecesse. Caminhei até o criado e encontrei um bilhete, milimetricamente dobrado.
A letra era de Dulce. 
O apanhei e abri...

Any,


"Devo começar dizendo que te amo ? Ou que os dias que passei com você foram muito felizes ? Poderia dizer todas essas coisas e tudo seria verdade, mas, enquanto releio estas palavras, a única coisa que passa pela minha cabeça é que queria estar com você agora, segurando sua mão e olhando seu sorriso."
Mas isso não é possível. Não mais... Talvez por não ter tido tempo de pensar antes, eu não tenha percebido a imensa responsabilidade que o nosso compromisso me trouxe. Percebi que ainda não estou pronta para isso.
Esses meses foram ótimos. Perfeitos. Cada dia que passei ao seu lado foi maravilhoso, mas eu não quero isso pra mim. Desculpa te dizer assim com todas as letras e tão de repente, mas
 "entenda, é tudo novo pra mim. Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como espero pelo seu… Eu nunca fui tão eu mesma como sou com você. Perdão se às vezes meu jeito infantil de reagir te assusta ou te incomoda. Repito, é tudo novo para mim. Sinto-me uma criança confusa diante desse sentimento, sinto-me frágil diante do medo de te perder, sinto-me pequena diante da perfeição que a cada dia descubro em você, sinto-me cega diante da luz e magia que flui naturalmente dos seus olhos e do seu sorriso. Eu não sei o porquê de tudo isso. Não compreendo a imensidão do meu desejo. Desculpe pela infantilidade que te amar despertou em mim, desculpe por ser uma criança encantada e não a grande mulher que você merece." Espero que um dia você seja capaz de me perdoar e entender que eu fui embora para não te magoar. Eu nunca menti quando disse que te amava. Menti quando prometi que seria para sempre.


Espero que seja feliz, Anahi.

E, por favor, não me procure mais.


Dulce.



Li e re-li três, quatro, nove vezes.


Eu não conseguia acreditar no significado daquele amontoado de palavras e frases. Procurei Dulce em cada cômodo da casa gritando e chamando por seu nome, acreditando ser mais uma de suas brincadeiras.


Mas ela não estava. Só me dei conta de que era verdade quando me deparei com seu guarda roupa vazio. Dulce, realmente, tinha ido embora. Li a carta pela décima vez e chorei, sem entender.
Não conseguia parar de me perguntar: "Aonde foi que eu errei? Estava tudo tão bem."


-- Mamãe, a Dul não lavou a louça do almoço até agora. – Mateus entrou no quarto, trazendo uma vasilha ainda suja. – Tá chorando, mamãe?


Ele se aproximou, preocupado.


-- Não, filho. Mamãe tá só um pouquinho gripada.


-- Não, mamãe. Você tá chorando.


Ele se sentou ao meu lado na cama e acariciou meu rosto. Não agüentei segurar, desabei em um choro contido. Sentido. Mateus me abraçou com tanta proteção e carinho. Seu corpinho pequeno, tentava cobrir o meu, em um abraço apertado.


-- Eu vou ligar pra Dul, mamãe. Quando ela tá aqui você não chora.


-- Não, filho. Senta aqui, deixa a mamãe te explicar uma coisa. – Pedi, acariciando seu rosto. Ele sentou, olhando-me com interesse. Eu não sabia por onde começar. – A Dul foi embora, Mateus.


-- E quando ela volta, mamãe?


-- Nunca mais.


Vi no olhar desolado de Mateus, o reflexo do abandono. Assim como estava refletido nos meus. Ali, compartilhamos um sentimento de perda e de dor. Eu não conseguia explicar, não tinha nenhuma explicação aceitável para lhe oferecer. Mateus, para que eu não o visse chorando, saiu do quarto.


Eu permaneci.


Deitada do lado direito da cama, eu apertava o travesseiro de Dulce contra o peito, tentando – por alguns segundos – sentir sua presença novamente. Eu não conseguia chorar nem ao menos acreditar que tudo havia acabado assim.


O amor que nós sentíamos e jurávamos todas as noites.
O brilho nos seus olhos.
O calor de seus braços.
Tudo em vão.


Sem dizer em palavras o quanto estávamos sofrendo pela ausência dela, Mateus e eu nos abraçamos e permanecemos assim, em silêncio. Como se as palavras fossem a confirmação do que nós não queríamos aceitar. Depois de muito tempo, ele dormiu. Fiquei longos minutos olhando e acariciando seu cabelo. O peguei no colo e levei para cama, sem conseguir evitar que lágrimas de saudade cobrissem meu rosto.
Era Dulce quem o levava para o quarto. E agora ela não estava mais aqui. Passei os olhos ao meu redor e constatei que tudo ali, desde a cozinha até os quartos, lembrava ela. Me encostei na porta e senti a dor se alastrar por todo meu ser


Uma dor áspera. Sufocante.


Dulce e eu vivemos tanta coisa. Passamos por tantos problemas até chegar ali, onde eu considerava a fase perfeita.

Eu "soltei o mundo, pra segurar a sua mão."


E ela, simplesmente, me deixou. Sem pensar em como eu ficaria, sem me dar maiores explicações. Dulce manchou e quebrou nossa promessa de amor eterno. E agora, sozinha e no silêncio da noite, eu sentia " sua ausência fazendo silêncio em todo lugar.. ``


Na minha mente, nossos momentos se misturavam com o som da minha voz, lendo suas palavras de adeus. O eco da dor se espalhava pela casa, atingindo meu peito e eu chorava sem parar. Chorando a falta dela de novo... E de novo...


Sem conseguir aceitar, eu repetia incansavelmente, enquanto abraçava nossa foto:


-- Não sei viver sem ter você, Dulce. Não sei. Volta pra mim... Volta.


Olhava para os cômodos e a via ali, tão presente, que seu cheiro se tornava palpável, real. Nos braços de Alfonso, eu procurei abrigo. O porteiro havia deixado o bilhete com ele.
Ele havia deixado no criado. Os soluços saíam cada vez mais fortes, o choro não cessava.


Eu sentia dor. Dor, dor... Dor.
Latente. Intensa.
Uma dor tão palpável que se tornou física.
Meu coração doía.
Meus corações doíam.
O órgão e o de papel. 
Os músculos, se contraíam fracos sem ânsia e nem vontade de viver. O meu coração de papel estava rasgado, picado e repicado em mil pedacinhos.
Meu coração estava, novamente, exposto à chuva.
Chuva de lágrimas.

E `` as nuvens cinzas e pesadas como um metal ainda estão aqui.


Seu casaco, seus livros e discos. Nossa foto no criado-mudo.


 O que faço com seu perfume que aprendi a amar e ainda paira no ar?


 Faço café para ninguém, arrumo a cama e durmo no sofá.


Não rego mais as flores, não sei por onde anda a chave da porta da frente.


 Não abro a janela.


 Não ligo a tv, não ligo a luz. Fico longe do telefone.


Estou reaprendendo a sofrer, porque durante muito tempo você me fez tão seu, e isso era tudo o que eu queria ser.``


Os dias passaram lentos. Arrastados.


`` Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste.``


E as pessoas me diziam e repetiam incansavelmente que eu teria que ser forte.


"Há tanta vida lá fora. ``


Aos poucos, a dor ia sendo substituída pela necessidade de me reerguer.


A velha – e nada eficiente – tática de fingir.


`` Fingir que está tudo bem, os olhos borrados, o canto da boca levemente mordido na tentativa de matar a vontade que grita, que arde. Fingir que está tudo bem enquanto o telefone não toca, a vida não gira. Fingir que está tudo bem, o coração a tilintar feito pequenos cristaizinhos pulando no chão. 
Odeio amar, não é engraçado?(... )
Desculpe tanta sede, tanta insatisfação. 
Amanhã, amanhã, recomeço. ``


E assim, tentando recomeçar, eu me perdia.
No cheiro. Nas lembranças.
No gosto do beijo que ainda era tão presente. Todos os dias, ao acordar, eu dizia, pedia e implorava. Rezando baixinho, tentando encontrar uma solução para aquela sensação de dormência que não passava.


`` Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé. [...] Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor."


Os dias se tornaram semanas. E a mágoa crescia rápida em meu peito. Eu já não chorava e nem mais me lembrava de Dulce com o amor de sempre. A ferida ainda estava aberta, mas eu percebi que precisava odiar Dulce para conseguir me reerguer. Se eu continuasse a amando com todas as minhas forças, não me sobraria nenhuma.

E eu precisava dela.
Eu precisava ser forte.
Por mim e por Mateus.
Eu precisava viver.
Precisava continuar vivendo depois do fim.
Guardei nossas fotos, troquei o lençol, os móveis e pintei as paredes.


Nada ficou como antes.
Nada permaneceu inalterado. A dor sendo substituída pela mágoa. As semanas se transformaram em um mês. Eu voltei a usar minha máscara.
A velha máscara impenetrável. A máscara que me afastava da dor.
A máscara do fingimento. Aos poucos, eu recuperava aquele velho hábito de ser forte e não chorar lá fora, no mundo real. E fazia frio. Era tudo tão frio.


`` Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do meu coração. Provavelmente competiam.``


Como um dependente, eu escondia e negava as recaídas.
Só eu sabia o quanto doía.
O quanto ainda doeria. Sozinha em casa, de olhos fechados e um cálice de vinho na mão, eu deixei que a intensa recaída, recaísse sobre mim. Ali, sem máscara e fingimentos, eu me perguntava.

Como eu começo depois do fim?


Como recuperar minha alegria de viver?

A vontade de amar e ser feliz de novo?


Como?

O que restou? O que dizer?

Pra quem ligar? Aonde ir?


Eu não esperava ter que viver depois do fim. Eu imaginava que não teria fim.

-- Eu esperava, Dulce. Que nosso amor fosse pra sempre. Agora me diz, aonde quer que você esteja. Como eu começo depois do fim?


 


Leoni – Depois do Fim


http://www.youtube.com/watch?v=-rVUuLrwk4E


Mas como eu começo depois do fim
O som da porta batendo atrás de mim
Minha vida se parte em pedacinhos pequenos
O que restou, o que dizer, pra quem ligar, aonde ir?

O vazio total e a urgência de recomeçar
Em que casa, em que rua, em que mundo eu vou morar?
Onde eu vou entre o fim do trabalho e o começo do sono?
Pra te esquecer me entrego pra qualquer bobagem na TV

E eu rezo pra dormir
Mas Deus não quer me ouvir
Eu tento resistir
Enquanto a noite e o céu desabam sobre mim

Sobra espaço no armário e agora aqui
O vazio na alma, na cama e ao redor de mim
Caio em prantos na rua e nem ligo,
Me acostumei com vexames
Volta pra mim, me mostra onde eu errei e te perdi

E eu rezo pra dormir
Mas Deus não quer me ouvir
Eu tento resistir
Enquanto a noite e o céu desabam sobre mim 



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



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  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


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