Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde
Capítulo 67 – Saber Amar.
Coincidência.
Quem nunca parou para pensar se ela, realmente, existe? Destinos, caminhos, pessoas se encontrando, se perdendo. Laços e nós que se atam e desatam. Já pararam pra pensar que a vida, vista de alguns ângulos, pode ser considerada uma enorme coincidência? É assim também, de alguma ou toda forma, o amor. Seria coincidência demais reencontrar seu amor de infância e se apaixonar novamente? Ou a coincidência está no encontro, na padaria da esquina, de velhos e bons amigos que não se vêem há anos? É. Realmente, a vida é cheia de coincidências. A nossa coincidência é baseada na repetição. Repetição de histórias e de sofrimentos. Maite e Angelique estavam no quarto, como várias e várias vezes estiveram. Deitadas na cama, as duas permaneciam fitando o teto, sem saber como e quando iniciar aquela conversa. Necessária, porém, complexa. A conversa explorava pontos delicados, significava rompimentos. O simples fato de tocar no assunto, assustava, amedrontava ambas. Mas, por coincidência ou não, outro assunto em comum não lhes saia da cabeça. A química perfeita quando os lábios se uniram. O arrepio, o toque, aquele beijo roubado havia despertado um desejo que, se existia antes, não havia se manifestado. A vontade de experimentar de novo. De ir além era reprimido pelo medo do incerto. Quantas oportunidades deixamos passar por medo? Do incerto, do seguro, do passado e do futuro. O simples medo de arriscar, nos faz recuar e permanecemos ali, no lado seguro e pacato da vida. Angelique, cansada de contar carneirinhos, virou-se para o lado. Maite, absorta em seus pensamentos, não percebeu, fingiu que não percebeu. A outra estava perto. Muito perto. Mais perto do que deveria. Angelique, tentando quebrar o silêncio, suspirou respirou e iniciou uma conversa. Não aquela conversa, mas uma conversa que, por coincidência ou não, alcançaria – com êxito – seu objetivo inicial.
-- Mai, acho que você pegou pesado com a Dul.
Maite, ainda fervilhando de idéias, permaneceu no mesmo lugar. Após alguns segundos de silêncio, respondeu.
-- Você viu as coisas absurdas que ela falou, Angel. Não é justo com a Anahi. Não é justo com o Mateus que chora todas as noites chamando por ela.
-- Eu não sei. Tem alguma coisa que não se encaixa nessa história, Mai. Durante dois anos, eu acompanhei o sofrimento dela. A Dulce não deixou de pensar e querer a Anahi por um dia se quer.
-- A Dulce nunca tinha namorado sério, você acha que ela ia se acostumar com um quase casamento, como elas estavam vivendo? Sem poder sair, badalar, pegar todas. – Virou o corpo e encarou os olhos brilhantes à sua frente. E com um tom de ironia, completou: – como vocês gostam de fazer.
-- Vocês? – A outra se defendeu, certa de que deveria dar uma explicação. – Eu não faço mais isso, Mai.
-- Não? E por quê? Um segundo. Duas perguntas. Várias respostas. Os olhos falando. As palavras sumindo. Como negar o evidente? Como esconder a vontade gritante? O corpo fala. As palavras desmentem.
-- Porque eu tô muito preocupada com toda essa situação da Dulce. Não tenho cabeça pra sair, beber e me divertir, sabendo que ela está sozinha. Alguma coisa dentro de mim insiste em afirmar que ela não está tão bem como diz.
-- Angel, minha decisão está tomada e eu não volto atrás, a Dulce errou sim e se está sozinha, é porque escolheu estar. Ela não é nenhuma criança que não sabe discernir o certo e o errado. Cara, será que você não percebe quantas pessoas ela machucou? O estrago que ela causou? Por um capricho idiota. Pra vencer o joguinho da sedução.
-- Ei, calma. Angelique pediu, tocando de leve o braço da outra.
Maite acompanhou, em frações de segundos, o arrepio percorrer todo seu corpo. Com um simples toque, o arrepio evidente. O corpo falas, os olhos gritam, conectam, prendem-se uns nos outros, as barreiras caem e o momento, que parecia inoportuno, se torna perfeito. Os dedos de Angelique deslizam pelo braço de Maite, até encontrar sua mão. Os olhos evitam se encontrar novamente. Naquele momento, eles denunciariam a intensidade daquele gesto. Maite se virou ao mesmo tempo em que Angelique se ajeitava na cama. O encontro foi inevitável. Angelique um pouco mais acima. Maite um pouco deslocada. As bocas em perfeita sincronia, voltaram a se encontrar. Angelique segurou o rosto de Maite e a trouxe para mais perto. E o encaixar dos corpos fez ecoar gemidos. Como uma chama recém acesa, as faíscas saltavam dos lábios e línguas. As mãos percorriam o corpo aumentando a chama. Angelique e Maite beijavam-se e entrelaçavam-se cada vez mais e mais. Sem pensar, as roupas foram tiradas e atiradas em um canto qualquer uma a uma. O receio dando lugar ao desejo, a excitação roubando o lugar do medo, a entrega finalmente, acontecendo. Os beijos eram lentos e gostosos demais. O toque da língua no sexo encharcado, o roçar dos corpos, os dedos que invadiam e exploravam. Interação e Reciprocidade. Angelique aproveitou, demorou. Maite desejou, retribuiu. E nessa constante entrega, elas nem viram o tempo passar. A noite acabou, Maite procurou o corpo de Angelique para se aninhar. Angelique encontrou um corpo exausto para abraçar. Nos olhos, a dúvida evidente. O que seria dali pra frente? No coração, a certeza de que aquela não fora uma noite de sexo e nem a satisfação de um simples desejo. No amanhecer, o toque incessante do celular. Maite levantou trôpega e alcançou o celular, nem olhou o visor. Com a voz sonolenta, atendeu.
-- Alô.
-- Amor, te acordei?
-- Dado?
-- Quem mais seria, amor? Não me diga que você tem outro namorado – Ele riu, do outro lado da linha.
Maite, com as mãos na cabeça, passeou o olhar pela cama, onde uma Angelique, ainda nua, não a permitia duvidar de que aquela noite mágica – e proibida – havia sido real. A confirmação da repetição. Coincidência ou não. A mesma história de novo. Com personagens diferentes.
Do outro lado da cidade, Anahi recebia a notícia, pela qual havia esperado – ansiosamente – por meses e meses.
-- Eu não acredito que passei, Poncho. – Ela repetia, emocionada. – Foram tantas fases e com graus altíssimos de dificuldade. Eu...
-- Você merece, Anahi. Eu sempre soube que essa vaga seria sua.
Eles se abraçaram. Cúmplices. Emocionados. Alfonso orgulhoso. Anahi incrédula. Aos poucos a notícia foi se espalhando e os cumprimentos chegando. Até o irmão, com quem não falava desde a briga com a família, havia ligado. Anahi se sentiu amada novamente. Apanhou o telefone e ligou para duas pessoas que se tornavam essenciais em sua vida. Maite e Angelique fizeram festa com a notícia. Angelique quis comemorar, Anahi adorou a idéia, Maite sugeriu que fosse no lugar de sempre. As lembranças vieram para todas. Inclusive para Dulce, que era o vértice perdido. Mas, adotando o critério da negação constante, elas aceitaram e foram.
Eu estava radiante, sentada na mesa daquele bar, rodeada de pessoas queridas. Me sentia realizada, profissionalmente realizada. A cadeira ao meu lado ainda estava vazia. Apenas meu irmão havia comparecido na comemoração. Mas, eu sabia que não poderia exigir demais. Aos poucos, eu estava me encontrando novamente. “Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram. `` Então, resolvi viver. Viver e aproveitar o que a vida me oferecia”. Eu escolhi deixar os pedaços que perdi para trás e seguir em frente.
-- Um brinde à nossa promotora! Aceitei brindar e aproveitar a vida.
Naquela noite, meu cérebro bloqueou os problemas e chateações. Bebi, conversei, sorri e me diverti como há muito não fazia. Eu comemorava a realização de um sonho, um sonho que não era só meu. Era nosso. Meu e dele. Meu pai. Meu herói. " Ah, se você estivesse aqui, pai. Queria que o senhor sentisse orgulho de mim. "
-- Vai lá no banheiro limpar essas lágrimas, Any. – Maite comentou, sorrindo. – Hoje nós prometemos que seria só alegria, lembra? Se você continuar chorando, vai borrar a sua maquiagem perfeita!
Eu sorri de volta e me levantei para ir. Desviei meus olhos de Maite e paralisei ao encontrar os olhos dela. Inversão. Rotação Repetição. A mesma história Lados opostos. Coincidência ou não. Dulce estava parada na entrada do bar segurava uma latinha de cerveja, que permaneceu no ar. Entre suas mãos quase em seus lábios. Ficamos assim, nesse impasse. Ela, quase bebendo, eu quase me levantando. Ambas paralisadas, inertes, presas naquela velha atração e combinação de olhares. Meu coração, antes tranqüilo, se desesperou. E a calma se esvaiu e a mágoa transbordou. Rapidamente e, aproveitando para quebrar aquele momento insano, me retirei da mesa. Caminhei apressada em direção ao banheiro. No fundo, eu sabia e queria que ela fosse atrás. E ela foi. Pelo reflexo do espelho, eu vi Dulce se aproximar, entrando no banheiro. E, mais uma vez, a cena se repetia.
Um espelho.
Dois reflexos.
Dois olhares.
Corações.
Duas pessoas.
Vidas.
Inúmeras coincidências. Me virei e encarei seu olhar com mágoa e dor.
-- O que você quer aqui, Dulce? Para uma acusação.
-- Eu não sabia que vocês estariam aqui, Anahi. Não fiz de propósito, eu juro. Uma defesa.
-- Se soubesse não teria vindo, não é mesmo? Afinal, você tem dificuldade de lidar com situações delicadas. É muito pra você né, Dulce?
Para a ironia, o silêncio. Para a dor, a mágoa. Numa ordem desproporcional de fatores, as cenas se misturavam.
-- Saber amar é uma grande virtude, Dulce. Uma das muitas que você não tem.
-- Anahi, espera. – Dulce segurou seu braço, impedindo que Anahi saísse do banheiro e, consequentemente, de sua vida. – Eu...
-- Você desperdiçou seu tempo de falar, Dulce. As explicações que você não me deu, foram suficientes. Agora me solta, meus amigos estão me esperando.
Dulce sentiu na pele o que era deixar o amor escapar por entre os dedos. Anahi deixou pra trás um coração partido. O amor se perdeu por entre os desamores da vida. Saber amar.
O que é saber amar?
E deixar alguém te amar. Você consegue?
O saber amar de Dulce era a renúncia e o deixar alguém te amar de Anahi passou a não existir . Numa desproporcional inversão de sentimentos, as coincidências continuavam existindo. E entre saber amar e deixar alguém te amar, duas vidas e duas histórias, voltavam a se desencontrar.
Saber Amar – Paralamas do Sucesso
http://www.youtube.com/watch?v=ZcM7WoUEK14
A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo
Saber amar
É saber deixar alguém te amar
Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio
Saber amar
É saber deixar alguém te amar
O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar
Autor(a): lunaticas
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 65
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flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47
Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*
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claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47
Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.
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angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19
Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*
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annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28
Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^
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annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31
Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!
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Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59
A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais
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lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48
Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu
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dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15
Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*
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dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22
Posta mais, estou amando a web ><
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annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05
Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..