Fanfics Brasil - Capítulo 72 Codinome Beija-Flor (Portiñon)

Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 72

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Capítulo 72 – BlackBird


 


Dulce...


 


Reflexo.


Adrenalina.


Suor.


Tensão.


Eu era a face e a concretização do medo.


Um medo implícito.


Medo de não conseguir.


Medo de não voltar.


Mas eu era medo por dentro


E coragem por fora.


Nos passos firmes.


Na expressão fechada.


No jeito decidido.

E eu acelerava.


A velocidade aumentando.


Olhei, rapidamente, pelo retrovisor e vi Anahi ficando para trás. Assim como o dia. E “ o sol se apaga. De mansinho a sombra cresce.
A voz da noite diz, baixinho: esquece, esquece!"


Mas eu não esqueço.


E corro.


Corro mais.


Corro muito.


E chego.


Antes de descer do carro, fechei os olhos. Tentei fazer com que as batidas do meu coração sem acalmassem, mas não consegui.


Relembrei.


Revivi.


Eu dormia calmamente, mas vozes exaltadas ao fundo me fizeram acordar. Levantei, ainda perdida, olhei em volta e não vi ninguém. Caminhei até a cozinha. Anahi e Alfonso pareciam discutir.


-- Eu não vou arriscar, Poncho. A gente nem sabe se é ele mesmo.


-- Arriscando você está ao omitir, Anahi. Isso sim é um risco. Um enorme risco. O pai dela é perigoso.


-- Alfonso, você apenas viu um carro preto.


-- Um carro preto, bastante suspeito, com vários seguranças dentro. Não se encaixa em nada com o que você me contou não é, Anahi?


-- Onde ta esse carro preto? – Perguntei, interrompendo a discussão dos dois.


Eles se assustaram e se calaram.


-- Onde, Any? – Insisti.


Não deu tempo dela responder. Um estrondo enorme vindo da porta da frente fez com que nos olhássemos espantados. Eu sabia.


Era coisa do meu pai.


Sem saber o que fazer, permaneci parada. Em choque. Alfonso me puxou pela mão e me arrastou pela porta dos fundos. Eu precisava urgentemente sair dali. Não consegui agir e nem pensar direito


 


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Alfonso arrastou Dulce pelos fundos e eu fiquei. Caminhei até a porta, que havia sido derrubada, e observei, atônita, minha casa ser inteiramente revirada. Os homens entraram e vasculharam tudo, reviraram os cômodos e derrubaram os móveis.


-- Nada aqui.


-- Nada aqui também.


Alguns minutos depois, um outro homem entrou, dispensando apresentações. A cor dos olhos e do cabelo, a altura, o porte físico lembrava muito o de Dulce.


-- Você deve ser a famosa Anahi.


Ele se aproximou.


Eu me afastei.


O brilho irônico refletido nos olhos e no sorriso.


A barba mal feita.


O jeito rude.


Nada ali lembrava Dulce.


-- Pelo jeito minha filha querida não foi louca o suficiente para se esconder aqui.


-- Sai da minha casa e leve seus capangas.


Outra vez eu visualizei o jeito maquiavélico de sorrir. Ele riu e me olhou intensamente.


-- Vou pedir pela última vez: Sai da minha casa ou eu chamo a polícia.


Ele se aproximou.


Eu me afastei.


Fiquei em pé, próxima ao sofá.


Ele, parado em minha frente.


Respirando forte.


Suado.


Apontou o dedo no meu rosto e esbravejou:


-- Não é uma promotorazinha de merda que vai mandar ou desmandar em mim. Eu faço o que eu quiser e a hora que eu quiser, ta me ouvindo?


Foi a minha vez de rir, coloquei as mãos para cima e respondi, debochando:


-- Sim senhora, mamãe.


Vi suas veias saltarem. Seu rosto ficou vermelho. Ele levantou a mão.


-- O que está acontecendo aqui, amor?


Levantou a mão, mas foi interrompido. Alfonso entrou. Seu tom de voz era calmo, caminhou lentamente e se posicionou ao meu lado, enlaçou minha cintura e encarou o pai de Dulce.

-- Posso saber que bagunça é essa na minha casa?


-- Humm... Então quer dizer que a vadiazinha de merda voltou com o maridinho?


Alfonso preparou-se para partir para cima dele, mas foi impedido pelos seguranças.


-- Eu sabia que você não agüentaria por muito tempo. Mulher de verdade gosta é disso aqui ó – Apertou e segurou seu membro, por cima da calça. –Pena que você demorou tanto pra perceber isso.


-- Sai da minha casa, filho da pu*ta! – Gritei. 

Ele gargalhou.
Virou as costas. Passou pelos cacos e móveis jogados ao chão e se virou, encarando-me novamente.


-- Ah, se minha filha resolver aparecer, avisa pra ela que eu só devolvo o seu filho, se ela se entregar pra mim.


-- O que? Seu desgraçado. O que você fez? Cadê meu filho?


Me soltei dos braços de Alfonso e avancei nele. Batia e me debatia nos braços daqueles brutamontes. Ele me olhava com ódio. E sorria.


-- Desgraçado! Filho da pu*ta! Cadê meu filho? Cadê?


-- Seu filho está comigo. Em algum lugar dessa cidade. Se quiser ele de volta, fala pra Dulce me ligar.


-- Se você encostar a mão no meu filho, eu te mato. Eu te mato! – Alfonso gritou.


-- Por enquanto, ele ficará seguro. Aliás, por duas horas ele ficará seguro. Até breve pessoal.


Alfonso ainda tentou ir atrás deles, mas levou um empurrão e um soco de um dos seguranças. Caímos ao chão, os dois desesperados.As lágrimas embaçavam minha visão. Eu não conseguia sequer me mover. Só escutei o barulho dos pneus, anunciando que eles haviam, de fato, ido embora. Alfonso saiu e voltou com Dulce.


 


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Ver Anahi ali, desesperada com os olhos úmidos e sombrios, me fez estremecer. Alfonso havia me contado, mas o ambiente não deixava dúvidas. A devastação não atingiu apenas o apartamento, mas o interior de cada um de nós.


Anahi evitava me olhar


Eu evitava olhar em volta


Ela cuidava do machucado de Alfonso.


Eu me feria a cada segundo.


-- Chega!


Eu disse, antes de apanhar o telefone. Disquei os números e não demorou para a voz dele soar do outro lado da linha.


-- Fala logo, pai. Sem enrolações.


-- Casa da Serra. Se trouxer alguém, o menino morre.


Desliguei.


Anahi e Alfonso me olhavam atônitos. Mas, no olhar de cada um, eu vi o alívio pelo meu gesto.


-- O Mateus vai ficar bem. Desculpa por envolver vocês nessa confusão toda.


Anahi soltou o gelo, com qual cuidava do ferimento de Alfonso e caminhou rapidamente ao meu encontro. Jogou-se em meus braços e me abraçou apertado. Sussurrei um: eu te amo.


Ela correspondeu


E chorou.


Eu me despedi


E parti.


Com o coração partido.


Ao entrar no carro, relembrei da primeira vez. Das primeiras vezes, do sorriso dela. O sorriso que ia ficando para trás. Em alta velocidade, rapidamente cheguei na serra. Apertei meu escapulário e pedi aos céus proteção Divina.


"É assim que imagino Deus, como um fino fio de nylon, invisível, que procura minhas contas no fundo do mar e as devolve a mim como um colar" 

Desci do carro, respirei fundo. Era a hora de acertar as contas e ser livre. Corri pela mata. Junto de mim, lá no alto. Me acompanhando e voando calmo, havia um pássaro negro. Olhei pra ele e repeti, como se falasse comigo


--  " Pássaro Negro, voe. Para dentro da luz da noite escura e negra "


Chegou a hora de deixar o pássaro negro voar. Voar e enfrentar as situações de risco.


" Meu egoísmo é revelar só um pedaço do que sou, só a parte boa, a mocinha da história. Tenho, dentro de mim, um elenco de coadjuvantes que não deixo que brilhem, que não dão autógrafos nem saem nas capas de revista . Egoísta . Poupando o mundo do meu lado sórdido, que costuma ser o mais interessante.”


Sorri, dando asas ao meu pássaro negro.


 


BlackBird – Paul McCartney


 


http://www.youtube.com/watch?v=JiL5JpUtjqY


 


Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.


Blackbird singing in the dead of the night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.


Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.


Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.


Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise. ”


 


Pássaro Negro cantando no silêncio da noite
Pegue estas asas quebradas e aprenda a voar
Toda sua vida
Você só estava esperando este momento para decolar.


Pássaro Negro cantando no silêncio da noite
Pegue estes olhos fundos e aprenda a enxergar
Toda sua vida
Você só estava esperando este momento para ser livre.


Pássaro Negro, voe. Pássaro Negro, voe
Para dentro da luz da noite escura e negra


Pássaro Negro, voe. Pássaro Negro, voe
Para dentro da luz da noite escura e negra


Pássaro Negro cantando no silêncio da noite
Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar
Toda sua vida


Você só estava esperando este momento chegar


Você só estava esperando este momento chegar


Você só estava esperando este momento chegar



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 65



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  • flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 04:40:47

    Amei de verdade a fic,perfeita demais *-*

  • claricenevanna Postado em 06/12/2013 - 01:17:47

    Andei meio sumida daqui, mas não esqueci essa web que adoro de paixão. O final foi lindo, toda web foi linda, cara. Me emocionei muito com o amor puro delas. Parabéns! Uma história inteligente, instigante e marcada de muito amor. Estarei acompanhando na nova web.

  • angelr Postado em 05/12/2013 - 00:48:19

    Adorei a fic perfeita romantica e muito fofa amei foi bom ler *_*

  • annecristine Postado em 05/12/2013 - 00:31:28

    Crlh vc escreve muito! Amei o final da fc. Elas sao lindas o Matheus super fofo! Rs.. Parabens ameii.. ^_^

  • annecristine Postado em 04/12/2013 - 18:12:31

    Aiii q lindo! Amei o penúltimo cap. Foi perfeito! Pena q vai acabar.. :/ Parabéns!

  • Valesca Postado em 02/12/2013 - 23:49:59

    A sua web é maravilhosa, parabéns! ps.: posta mais

  • lunaticas Postado em 02/12/2013 - 22:50:48

    Acabei de postar dani_portinon haushuahsauu

  • dani_portinon Postado em 02/12/2013 - 22:48:15

    Vai postar o próximo capitulo que hrs ? *-*

  • dani_portinon Postado em 29/11/2013 - 23:07:22

    Posta mais, estou amando a web ><

  • annecristine Postado em 29/11/2013 - 01:58:05

    Ai q fdp nojento o pai da Dul.. Pena delaas.. :/ Tomara q a Dulce fique boa logo..


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