Fanfic: Codinome Beija-Flor (Portiñon) | Tema: Rebelde

Capitulo 77 – Sou eu assim sem você

Dulce...

Saí do quarto, ainda contrariada, mas com a certeza de que, se Maite e Angelique estavam ali, é porque estavam arrependidas. Cheguei na sala, Angelique estava abraçada à Maite. As duas estavam em silêncio, elas se levantaram rápido e ficaram me olhando e eu, alternando o olhar entre uma e outra.

-- Que cara de velório é essa de vocês duas?

Elas se entreolharam, assustadas. Deixei escapar um sorriso divertido.

-- É... Éahm...

Maite gaguejava.

-- Então, Dul. Nós viemos conversar com você.

 Angelique disse, construindo uma frase completa e com sentido.

-- Bom, estou aqui, podem falar.

-- Fácil assim?

-- Ué, Angel. Como você esperava que fosse ser?

-- Eu pensei que você não fosse querer nos receber, muito menos olhar na cara e menos ainda falar com a gente.

-- É. Como você sabe disso, Angel?

-- Ah, te conheço né, Dul?! – Ela respondeu, convicta.

-- É. Nesse ponto vocês me conhecem. – Respondi, irônica.

-- Olha, Dul. Eu nem sei por onde começar. Não sei mesmo. – Maite se manifestou andando de um lado pro outro visivelmente nervosa. – Queria chegar aqui, te dizer um monte de frases feitas e bonitas, que falam sobre perdão e o quanto eu me sinto culpada e arrependida, mas não achei nenhuma que englobasse todos esses itens.

Sorri, sem acreditar que estava ouvindo aquilo. Maite sempre assim, inacreditavelmente única.

-- E eu falei pra ela, Dul. Eu disse que alguma coisa nessa história tava errada. Mas aí, depois daquele dia na cabana, que a gente conversou...

-- Você acreditou que eu tinha mesmo me cansado da Any, Angel? Mesmo depois de tudo que eu passei ao seu lado, naquela viagem?

-- Você sempre se saiu bem nas peças de teatro, Dul. Lembra daquela vez que a sua peça era comédia e você ganhou como melhor drama?

Sorri, ao lembrar daquele dia.

Angelique sempre assim, inesquecível.

-- Eu sei que falei muita coisa pra vocês naquele dia, mas eu não podia arriscar a vida da Any. Eu esperava que vocês acreditassem na situação, mas não que...

-- Virassem as costas e te acusassem de coisas fortes e injustas? – Maite completou.

-- É. Eu sei que, por vários anos da minha vida, eu me mostrei mimada, egoísta, brinquei e enganei as pessoas com que me " relacionei ", mas eu sempre deixei claro que não queria me prender a ninguém. Nunca fui injusta e nem sem escrúpulos, Mai.

Ela abaixou a cabeça sem nada dizer. Eu prossegui.

-- Naquele momento, sendo vítima das ameaças do meu pai, ter ouvido você me comparar a ele e dizer que eu nunca tive escrúpulos. Ou que eu sempre tive um coração de gelo que não sabe amar e nem dar amor, foi uma das coisas que mais me doeu na vida, Maite. Não sei se você tem noção do quanto eu estava e me sentia sozinha.

-- Eu sei, Dul. Você não sabe o quanto eu me arrependo de cada palavra, de cada acusação que eu fiz. Eu me deixei levar por uma fase sua que já não existia mais. Depois que você conheceu a Any, você, realmente, mudou. E mudou muito.

-- Naquele dia, eu só queria e precisava de um abraço de vocês. Mas, quando eu mais precisei que vocês me apoiassem, eu fiquei sozinha.

-- Você não vai nos perdoar nunca, né? – Angelique perguntou, magoada. – Acho que, por te conhecer, eu tenho essa sensação.

-- Não, Angelique. Eu não vou.

Vi as duas abaixarem a cabeça. Uma lágrima densa caiu dos olhos de Maite, caiu e molhou o sapato. Em silêncio, eu a acompanhei abaixando rápido e limpando a lágrima. Quis gargalhar, mas segurei. Angelique tocou o ombro de Maite e apontou a porta. Eu continuava parada, impassível. Quando elas deram os primeiros passos em direção à porta,

Completei:

-- Eu não vou perdoar nunca, porque eu já perdoei agora suas idiotas!

Em câmera lenta, eu vi as duas se virarem, rápidas, trôpegas. Angelique, que antes tocava Maite com cuidado e ternura, a empurrou. Maite, que se apoiava em Angelique, a puxou. As duas vieram, entre trombadas e tropeções, em minha direção. Me abraçaram e apertaram muito. Entre lágrimas e sorrisos, juramos esquecer aquele episódio, mas sem deixar de aprender a lição que ele nos trouxe.
Confie e acredite em teus amigos.
Nos verdadeiros amigos. Preserve, perdoe e conserve. Cultive verdadeiras amizades porque, apesar das brigas, diferenças e desencontros,

" A amizade é o amor que nunca morre. "

Adriana Calcanhoto - Sou eu assim sem você

http://www.youtube.com/watch?v=--0pWDMoWDE

Avião sem asa,
fogueira sem brasa,
sou eu assim sem você.
Futebol sem bola,
Piu-piu sem Frajola,
sou eu assim sem você.

Por que é que tem que ser assim
se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes
vão poder falar por mim.

Amor sem beijinho,
Bochecha sem Claudinho,
sou eu assim sem você.
Circo sem palhaço,
namoro sem amasso,
sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar,
Tô louca pra te ter nas mãos.
Deitar no teu abraço,
Retomar o pedaço que falta no meu coração.

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo
Por quê?
Por quê?

Neném sem chupeta,
Romeu sem Julieta,
sou eu assim sem você.
Carro sem estrada,
queijo sem goiabada,
sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes vão poder
falar por mim

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo.